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El abismo en Haití

 

 

O ABISMO NO HAITI.

Na América o “hegemon” não precisa de, por via de malparadas coligações, arregimentar fundamentalistas islâmicos para semear tacitamente caos, terrorismo e desagregação, como acontece no Médio Oriente Alargado e em África…

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Haiti: um país vítima do ódio e da exploração das potências há 200 anos – O povo haitiano está lutando por direitos e contra pretensão golpista de um presidente fantoche colocado pelos EUA – Os movimentos de independência no Haiti começaram em 1790, combinados com insurreições de escravos e levantamentos de mulatos que faziam eco a Revolução Francesa, vitoriosa um ano antes na metrópole. O acosso das monarquias europeias à revolução triunfante em Paris foi replicado nas colônias, territórios desejados pelas casas reinantes do Velho Continente. – https://patrialatina.com.br/haiti-um-pais-vitima-do-odio-e-da-exploracao-das-potencias-ha-200-anos/

Para o efeito, com o dinheiro milionário acumulado pelas máfias mais criminosas, há possibilidades de arregimentar, particularmente a partir da Colômbia, mercenários que, entrosados ou não a “private military companies” (“pmc”) dos próprios Estados Unidos, cujos membros possuem vasta experiência no “métier”, são capazes desse mercenário ofício onde quer que seja na América Latina e nas Caraíbas!

Paramilitares colombianos, cartéis de droga, tráfico de armas e recrutamentos nos rincões mais marginalizados do continente, completam o compulsivo quadro da IIIª Guerra Mundial não declarada do “hegemon” contra o Sul Global!…

É com sua contribuição que a oligarquia haitiana está a encher o país de droga, de armas e de gangs que semeiam o terror, de há cerca de três anos a esta parte, durante o exercício do Presidente Jovenal Moise ora assassinado, procurando com isso impedir que as correntes mais progressistas do povo haitiano, ganhem de novo espaço, conforme o conseguiram enquanto Jean-Bertrand Aristide teve forças para lutar!

Como não podia deixar de ser, o Haiti, que ocupa a cauda dos Índices de Desenvolvimento Humano na América, é um “obscuro rincão” ideal para a fermentação dessas opções emanadas pelo capitalismo neoliberal mais selvagem que possa existir, o que comporta o sinal evidente da morte incontinente que mantém refém um povo histórica e antropologicamente oprimido e reprimido, apesar de ter sido o precursor da revolução contra o colonialismo no imenso espaço americano!

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Hispaniola, The island of Hispaniola forms a part of the Greater Antilles group of islands in the Caribbean Sea. Covering a total area of about 76,192 km2, Hispaniola is the second-largest and the most populous island in the Caribbean region. The eastern portion of Hispaniola (about 48,445 km2) is occupied by the Dominican Republic, whereas the western portion of the island (about, 27,750 km2) is occupied by the Republic of Haiti. – https://www.worldatlas.com/islands/hispaniola.html

 

01- A oligarquia de França não perdoou ao povo haitiano a revolução que levou à sua autodeterminação e, para além duma “dívida da independência” que durou 122 anos a ser paga devido aos juros exorbitantes, (o pagamento só terminou em 1947), facilitou sempre o papel do império sedeado nos Estados Unidos no sentido de exercer uma crescente ingerência e manipulação de tal ordem que hoje a situação corresponde à mais abjecta neocolonização que se possa alguma vez imaginar, corolário dum misto de opressão-repressão que se vem manifestando desde então!

Do mundo é ainda hoje e tanto quanto o possível escondido o êxito duma única revolução de escravos vitoriosa (1791/1804).

A prova está em que em África poucos o conhecem e reconhecem e é debalde que os mais conscientes evocam a necessidade de fazer constar a história da revolução dos escravos no Haiti nos manuais escolares.

O içar da bandeira do Haiti foi um desafio em relação ao qual os poderosos da Terra responderam com o exacerbamento de sua mentalidade colonial e racista, ao nível do que em paralelo fizeram na colonização de África, algo que duma forma ou de outra mantêm até hoje e portanto tanto se esforçam pelo “fim da história”!

Transformar em fiasco a revolução, a autodeterminação, a independência e o exercício de soberania no Haiti, resultou também em prejuízo duma “democracia representativa” formatada pelo “hegemon”, tirando partido duma oligarquia nacional fragmentada e formada por máfias que se digladiam, com um povo confundido, reduzido à miséria e alvo de constante opressão, repressão e mercenarismo.

Tudo isso foi ocorrendo de forma ainda mais exacerbada depois de 28 anos de feroz ditadura de “Papa Doc”, François Duvalier, sob o velado apoio e incentivo dos Estados Unidos.

Nesse cadinho de caos, de terrorismo e de desagregação social, o único governo democraticamente eleito, o de Jean-Bertrand Aristide foi derrubado e, malgrado a pressão dos pobres em torno de Aristide, as forças progressistas foram sendo sucessivamente fustigadas, abrindo espaço aos mentores de caos, de terrorismo e de máfias envolvidas em tráfico de drogas, de influência e de corrupção, que ganharam maior expressão com o governo do Presidente Jovenal Moise agora assassinado, quiçá uma das vítimas do que contribuiu para semear…

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La Revolución haitiana. Toussaint L’Ouverture – En 1804, Haití se convirtió en la primera república negra de la única revolución de esclavos llevada a cabo con éxito en el mundo. El líder indiscutible que trazó el rumbo de este acontecimiento histórico fue un esclavo cuyo nombre constituye hoy un símbolo intemporal de la libertad: Toussaint L’Ouverture. Los escritos que dejó, sus memorias y cartas, y la Constitución que redactó permiten comprender su legado político, teológico y económico. El sueño de Toussaint era una moneda de dos caras: en una la libertad política, en la otra la libertad económica. A lo largo de los últimos 200 años, muy poco se ha dicho sobre la determinación de Toussaint de erradicar la pobreza, que estaba, y sigue estando, inextricablemente ligada a la esclavitud. – El texto de esta entrada es un fragmento de la presentación de “La Revolución haitiana. Toussaint L’Ouverture”  escrito por Jean-Bertrand Aristide – http://www.nocierreslosojos.com/revolucion-haiti-toussaint-louverture/

 

02- A Colômbia surge como uma matriz agenciada de desestabilização em toda a região circundante.

É assim para com a Venezuela Bolivariana, onde continuam a ser levadas a cabo operações similares com a cobertura aberta e/ou velada dos Estados Unidos, com um incremento de medidas de bloqueio, de sanções e de pirataria só comparáveis com as medidas que Cuba sofre há já largas décadas.

O que se passa com a mão mais velada pertence à esfera da inteligência promotora de desestabilização, caos, terrorismo e desagregação… o que se passa de forma cada vez mais aberta porque cada vez mais exposta, é de cariz militar, paramilitar e/ou policial, mas sempre caracterizado pela mobilização de alguma máfia mais afoita em disputa de poder!

Se na Venezuela Bolivariana é a revolução que se defende e denuncia com clarividência e dignidade, no Haiti o poder está ã mercê das operações de inteligência mais criminosas, porque são as máfias que compõem a oligarquia que entre si se flagelam e provocam uma espécie de “antropofagia” do próprio poder!

Se com a “Operação Gedeon” os mercenários foram neutralizados e não conseguiram assassinar o heroico Presidente Nicolas Maduro porque a aliança cívico-militar bolivariana continua a ser determinante ma revolução que dá sequência a Bolivar e a Chávez, no Haiti eles alcançaram seus objectivos, assassinando o Presidente Jovenal Moise, (que não é propriamente um seguidor de Dessalines e outros líderes revolucionários haitianos), o que é indicador que a operação de inteligência não foi parada no Haiti!

Os indícios de que os fundos pirateados ou roubados à Venezuela Bolivariana por parte do “hegemon” estão a ser aplicados na disseminação do caos, do terrorismo e da desagregação na América vão ficando pouco a pouco expostos!

O que quer que se passe efectivamente no Haiti e neste momento, com o contributo da fragmentada oligarquia haitiana, conformada em poderosas máfias territoriais locais que misturam os bandos informais com as instituições do poder… é um “esmerado” reflexo do próprio “modelo colombiano” de “antropofagia” oligárquica do poder, atirando para as urtigas o biombo “tapa olhos” da “democracia representativa”!

A Colômbia, agora a braços com uma crise interna de proporções crescentes cujas repercussões são já sensíveis na América Latina, é o manancial de mercenários ideal para se cruzarem com as “pmc” dos Estados Unidos, pois quer os paramilitares, quer os militares que passam à reserva, quer os carteis de tráfico de droga, têm um ambiente interno e internacional instigador e subversivo por explorar, particularmente sob os auspícios dos serviços de inteligência do “estado profundo” que precisam de todos eles para afirmar seus compromissos e financiar suas próprias missões e operações!

Desde o derrube do ditador Fulgêncio Baptista em Cuba que os serviços de inteligência têm nessa subversão continuada, sua base de mobilização e fértil campo de manobra!

A “chispa mercenária” é fonte energética e esteio de “choque neoliberal” desde a última década do século XX, para que a “terapia” que dá espaço às privatizações mais criminosas seja possível, de inconstitucionalidade em inconstitucionalidade, pois não há Constituição alguma que possa resistir a um caos dessa natureza tão pantanosa quão voraz!

Logo nos primeiros inventários do assassinato do Presidente Jovenal Moise se está a constatar isso: ali onde há crise e caos, o que não faltam são argumentos para justificar a utilização de mercenários e criminosos que de há muito já deveriam ter sido neutralizados nos próprios países de origem, mas não o são porque se tornaram autênticos “homens-de-mão” ao dispor da ingerência e manipulação dos tentáculos do “estado profundo”!

O tráfico de armas em crescendo na direcção do Haiti está a fazer o resto, determinando canais de influência e de trato para dentro até dos instrumentos do poder de tão vulnerável estado haitiano!

Tornar a barbárie prolífera, em nome da civilização está a ser caos e terrorismo em disseminação por muitas regiões latino-americanas, correspondendo aos estímulos de Washington determinados na IIIª Guerra Mundial contra o Sul Global e utilizando os recursos humanos disponíveis desse mesmo Sul Global, garantes da forja de círculos viciosos abertos às “guerras sem fim” identificadas por via da doutrina Rumsfeld/Cebrowski, cuja dinâmica continua deliberadamente persistente e incontinente!…

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O assassinato de Moïse e a política de águas revoltas | Lautaro Rivara – O que está acontecendo no Haiti? Quais são os fatos conhecidos? Em que contexto ocorreu o assassinato de Jovenel Moïse? Quais são as hipóteses e possíveis rumos de ação? Existe a possibilidade de uma normalização democrática? E de uma intervenção internacional? Quem são os vencedores desta verdadeira política de águas revoltas? – https://dossiersul.com.br/o-assassinato-de-moise-e-a-politica-do-rio-revolto-lautaro-rivara/

 

03- O Haiti, país saqueado, não conseguirá vencer por si próprio sua descida ao inferno onde caiu por efeito boomerang da subversão de sua própria revolução, tão odiada como vilipendiada pelas potências coloniais e pelo império!

A “civilização ocidental” instigada pelo poder da aristocracia financeira mundial transatlântica nunca perdoou ao Haiti o facto de sua saga revolucionária ter sido inspiradora para os povos latino-americanos e um marco histórico de ruptura em relação ao colonialismo na América!

Por via de sua fragmentada oligarquia agenciada, o Haiti está bloqueado na miséria, no caos e no terrorismo em que caiu sob os olhos impotentes de toda a humanidade, que assiste também ao facto de quanto a receita da “democracia representativa” estar, em conjunturas capitalistas neoliberais desequilibradas e cada vez mais assimétricas, a se tornar num crime continuado contra a humanidade.

A farsa de “civilização” é desmontada pelas evidências das práticas de conspiração nos mais vulnerabilizados estados componentes do Sul Global, o que é corroborado pelas descobertas extraídas por entidades que honram a humanidade, como as que compõem a Wikileaks!

O “hegemon” é de facto a barbárie consumada no superlativo e o que continua a acontecer no Haiti, após o hiato dos exercícios do Presidente Jean-Bertrand aristide, é a evidência de sua monstruosidade!

Em pleno século XXI e mais de duzentos anos depois de se içarem as bandeiras libertárias da América, o “hegemon” determina a barbárie, porque a barbárie é a única forma de garantir seu maquiavélico domínio e geoestratégia, em constante afronta aos povos de todo o Sul Global!

Com irradiação da imagem desde a Colômbia, se há um espelho do abismo, esse espelho está mesmo no Haiti!

 

10 de Julho de 2021.

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Haití: capturan a médico que sería el cerebro del operativo para matar al presidente, ¿de quién se trata? Este domingo fue arrestado Christian Emmanuel Sanon, quien sería el enlace entre funcionarios y los asesinos del mandatario. – https://www.semana.com/mundo/articulo/haiti-quien-es-el-medico-que-habria-contactado-a-mercenarios-colombianos-para-asesinar-al-presidente-moise/202154/

 

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