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Opción por la vida – I

OPÇÃO PELA VIDA – I

A PARTIR DA DIALÉTICA IMPLICADA NA PRÓPRIA ESSÊNCIA DA MÃE TERRA!

A consciência dialética do estado do mundo, obriga-nos a saber optar pela vida!

Há que reaprender e reequacionar desde o que é essencial, porque a opção é entre uma civilização sustentáculo de vida, uma civilização ainda tão carente de aprendizagem, ou uma barbárie induzida que conduz à extinção da vida tal e qual a conhecemos, alterando profundamente o estado do mundo e a imensa dádiva filtrada pelo ventre da Mãe Terra!

A água e o homem devem ser colocados no centro de todas as atenções, de forma a eliminar as pistas que danificam o essencial e retiram sustentabilidade à vida das próximas gerações!

Essa opção de civilização não pode ter horizontes utilitaristas, nem estruturalistas: ou ganhamos consciência dialética dos fenómenos inerentes à vida na Mãe Terra, ou a humanidade está no caminho certo para desaparecer!

Nunca os danos praticados por uma parte de forma cada vez mais daninha, mexeram tanto e de forma tão arriscada e intensa com o todo!

… O primeiro estadista a dar o alerta tão urgente quão necessário, foi o Comandante Fidel, em Junho de 1992!…

“Uma importante espécie biológica está em perigo de desaparecer devido à rápida e progressiva liquidação de suas condições naturais de vida: o homem”!

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Liga latino-americana de irredentos – Fidel adverte: “amanhã será demasiado tarde” –  https://osirredentosblog.wordpress.com/2019/08/25/fidel-castro-advierte-del-desastre-ecologico-de-brasil-en-1992/

 

01- O Comandante Fidel não lançou apenas um alerta precursor: ele apontou muitas das profundas causas da bárbara degradação da vida, porque sua trilha e experiência dialética estava capaz de interpretar com clareza os primeiros fundamentos científicos sobre os riscos e ameaças globais em curso, o que estava a acontecer ao planeta, às condições de vida no planeta, o que estava a acontecer à água, às espécies e até o que estava acontecer com a exploração desenfreada e caótica do homem e dos materiais e de minerais!

O discurso do Comandante Fidel no Rio de Janeiro, na Reunião da ONU sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento que ocorreu entre 3 e 14 de Junho de 1992, é de tal forma lapidar que as escolas de todo o mundo deveriam optá-lo para os seus programas escolares e, se não o fazem, é porque as alienações que o “hegemon” tece, desavisadamente o impede…

A aristocracia financeira mundial ao impedi-lo demonstra que está deliberadamente a continuar na senda da barbárie de que se nutriu, de que se nutre e de que espera continuar a nutrir-se!

A revolução industrial que ganhou corpo no século XIX, não levava em conta a necessidade de respeitar a Mãe Terra, sobrevalorizava-a em função da cobiça e do egoísmo!

O homem capitalista habituou-se a arriscar tudo pelo lucro, algo que está na base da saga da escravatura, do colonialismo e até da singularidade do “apartheid” na África Austral!

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Humanidade aumenta degradação do planeta Terra; vamos reverter o quadro? – Ambientalistas alertam que o ser humano está exaurindo os recursos naturais do planeta em uma velocidade superior ao que a natureza consegue se recompor. – O cuidado com o meio em que vivemos tem sido foco das preocupações mundiais e é imprescindível que essa educação ambiental seja despertada em todas as gerações, inclusive as crianças ~ «futuro no presente», conforme afirma o educador Paiva Netto. Elas merecem atenção especial nesse quesito: o zelo deve ser estimulado dentro de casa e também na escola. – https://www.boavontade.com/pt/ecologia/humanidade-aumenta-degradacao-do-planeta-terra-vamos-reverter-o-quadro

02- Eis a memória fiável desse discurso incontornável para se repensar e se reequacionar os termos da civilização que urge!

DISCURSO PRONUNCIADO EN RÍO DE JANEIRO POR EL COMANDANTE EN JEFE EN LA CONFERENCIA DE NACIONES UNIDAS SOBRE MEDIO AMBIENTE Y DESARROLLO, EL 12 DE JUNIO DE 1992.

(Versiones Taquigráficas – Consejo de Estado)

“Sr. Presidente de Brasil, Fernando Collor de Mello;

Sr. Secretario General de Naciones Unidas, Butros Ghali;

Excelencias:

Una importante especie biológica está en riesgo de desaparecer por la rápida y progresiva liquidación de sus condiciones naturales de vida: el hombre.

Ahora tomamos conciencia de este problema cuando casi es tarde para impedirlo.

Es necesario señalar que las sociedades de consumo son las responsables fundamentales de la atroz destrucción del medio ambiente. Ellas nacieron de las antiguas metrópolis coloniales y de políticas imperiales que, a su vez, engendraron el atraso y la pobreza que hoy azotan a la inmensa mayoría de la humanidad. Con solo el 20 por ciento de la población mundial, ellas consumen las dos terceras partes de los metales y las tres cuartas partes de la energía que se produce en el mundo. Han envenenado los mares y ríos, han contaminado el aire, han debilitado y perforado la capa de ozono, han saturado la atmósfera de gases que alteran las condiciones climáticas con efectos catastróficos que ya empezamos a padecer.

Los bosques desaparecen, los desiertos se extienden, miles de millones de toneladas de tierra fértil van a parar cada año al mar. Numerosas especies se extinguen. La presión poblacional y la pobreza conducen a esfuerzos desesperados para sobrevivir aun a costa de la naturaleza. No es posible culpar de esto a los países del Tercer Mundo, colonias ayer, naciones explotadas y saqueadas hoy por un orden económico mundial injusto.

La solución no puede ser impedir el desarrollo a los que más lo necesitan. Lo real es que todo lo que contribuya hoy al subdesarrollo y la pobreza constituye una violación flagrante de la ecología. Decenas de millones de hombres, mujeres y niños mueren cada año en el Tercer Mundo a consecuencia de esto, más que en cada una de las dos guerras mundiales. El intercambio desigual, el proteccionismo y la deuda externa agreden la ecología y propician la destrucción del medio ambiente.

Si se quiere salvar a la humanidad de esa autodestrucción, hay que distribuir mejor las riquezas y tecnologías disponibles en el planeta. Menos lujo y menos despilfarro en unos pocos países para que haya menos pobreza y menos hambre en gran parte de la Tierra. No más transferencias al Tercer Mundo de estilos de vida y hábitos de consumo que arruinan el medio ambiente. Hágase más racional la vida humana. Aplíquese un orden económico internacional justo. Utilícese toda la ciencia necesaria para un desarrollo sostenido sin contaminación. Páguese la deuda ecológica y no la deuda externa. Desaparezca el hambre y no el hombre.

Cuando las supuestas amenazas del comunismo han desaparecido y no quedan ya pretextos para guerras frías, carreras armamentistas y gastos militares, ¿qué es lo que impide dedicar de inmediato esos recursos a promover el desarrollo del Tercer Mundo y combatir la amenaza de destrucción ecológica del planeta?

Cesen los egoísmos, cesen los hegemonismos, cesen la insensibilidad, la irresponsabilidad y el engaño. Mañana será demasiado tarde para hacer lo que debimos haber hecho hace mucho tiempo.

Gracias”

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Aritmética da destruição – A aritmética da destruição do meio ambiente é paradoxal: a humanidade cria armadilhas contra si mesma e depois atribui ao “poder arbitrário” de Deus ou ao destino as catástrofes globais que ocorrem. Está em nós a capacidade de conservar a vida. – Nosso brado é este: Educar. Preservar. Sobreviver. Humanamente também somos Natureza. –  https://fatospb.com.br/2020/09/29/aritmetica-da-destruicao/

03- De então para cá, falta pouco para se fazerem 30 anos sobre a data desse discurso, a consciência global para se assumir com responsabilidade dialética o lugar do homem na Mãe Terra tem sido constantemente subvertida e alienada pelo poder inscrito no “hegemon” e até em muitos dos emergentes que se regem pelo multilateralismo, que não se coíbem de seguir uma trilha capitalista potenciadora de desigualdades e assimetrias, desrespeitando ao mesmo tempo e cada vez mais, a natureza e o meio ambiente, o que agrava a conjuntura decorrente do crescimento exponencial da quantidade de seres humanos em vida!

O desenvolvimento continua a ser encarado numa pista imediatista, utilitarista e estruturalista, com um homem egoísta, elitista e pronto para o “show” das alienações “turísticas” e das ilusões próprias do “soft power” dos poderes instituídos decorrentes das mais feudais e desequilibradas formas de os obter!

As esferas do pensamento e acção imediatistas, utilitaristas e estruturalistas invadem as formas de pensar e agir no relacionamento humano com a natureza e a água, confrontando a necessidade de racionalizar em função dos cada vez mais apertados parâmetros da lógica com sentido de vida.

A armadilha do acesso à energia por exemplo, tolhe o homem sobre o que o condiciona em relação à água e à natureza ambiental, contribuindo para a sua bárbara irracionalidade, misto de degradação ética e moral, de mesquinhez, de sede de lucro a qualquer preço e de insana aposta na barbárie capitalista a que não deseja pôr fim!…

A cultura da lógica com sentido de vida não se coaduna com essa barbárie causadora do agravamento de desequilíbrios e assimetrias e quanto mais se aplicam os termos dessa barbárie, tanto pior para os oceanos que aumentam inexoravelmente sua massa em função dum cada vez mais acelerado degelo, tanto pior para a água interior dos continentes que quantas vezes perde suas nascentes e seus caudais, ou está a ser contaminada nos seus lagos, (alguns dos quais em fase de desaparecer), tanto pior para a atmosfera de imensas regiões cada vez mais degradadas ou mesmo contaminadas, tanto pior para as espécies, tanto pior até para o solo e o subsolo, cada vez mais remexidos, mais esventrados e mais estéreis… tanto pior para a vida humana!…

A irracionalidade e a irresponsabilidade humana face à necessidade de lógica com sentido de vida é de tal ordem que os ricos do capitalismo promovem a ilusão de que os efeitos da degradação e do abismo serão os pobres exclusivamente a sofrer porque fazem parte de sua pobreza, conforme o desdém com que tratam por exemplo os assuntos africanos, fazendo-se desentendidos para o facto que é toda a humanidade que fica cada vez mais em causa em função do desrespeito continuado para com a Mãe Terra no seu todo e em cada uma de suas partes (continentes, regiões, oceanos, mares, rios e lagos)!

Alguns até estão a chegar à ilusão de um dia criar capacidades que os colocarão protegidos da bomba ambiental já decorrente, quiçá numa estação espacial em órbitra, ou no satélite natural que é a Lua…

O homem está a tornar-se na virose mais perigosa para a sua própria existência e a existência de todas as espécies tal e qual são hoje conhecidas!

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Que futuro nos espera – Leonardo Boff – Degradação ambiental do Planeta Terra ocorre em intensidade sem precedente na história humana. – https://www.jornalgrandebahia.com.br/2008/07/que-futuro-nos-espera-por-leonardo-boff/

04- A água é fulcral para a vida desde logo no próprio organismo humano, pelo que absorver água imprópria para consumo, é criar condições para doenças que causam transtornos de toda a ordem e contribuem para a menor longevidade da vida de cada um, em alguns casos com sequelas que ficam ao longo de toda a existência, algumas delas contribuintes para a abreviação da vida.

Em ambientes comunitários a deterioração das possibilidades fitossanitárias, particularmente ali nas grandes cidades onde há maior concentração humana, comporta riscos acrescidos para a saúde pública, tanto pior quando existem infraestruturas e estruturas que não correspondam ao nível das exigências garantes de segurança vital.

No organismo humano a água constitui cerca de 65% da composição orgânica e o simples facto de haver uma desidratação pode levar à morte.

São inúmeras as doenças provocadas por água imprópria para o consumo humano e há épocas, como as que se caracterizam por chuvas intensas, em que, devido também à conjugação de insuficiências e/ou deficiências nas redes sanitárias, os riscos directos e indirectos são muito grandes, provocando doenças diarreicas, respiratórias, malária e suas respectivas sequelas, por vezes até com acentuada quebra de capacidade para o trabalho (o rendimento médio de trabalho pode decrescer)…

O cuidado que se deve ter para com a água no meio ambiente é pois também fulcral para a vida em sociedade a ponto de, entre as muitas questões que se levantam, se tornar premente conhecer onde ela existe, como ela existe, quais os acessos a ela, como se deve proceder ao seu manuseamento, quais os seus dutos e em que condições se encontram, que fenómenos são desencadeados pelo seu consumo, que preceitos e condicionantes existem para se garantir equilíbrio nos gastos, nos custos e de maneira a não conspurcá-la…

A água na região central das grandes nascentes em Angola existe num ciclo que envolve lençóis freáticos subterrâneos, água à superfície (nascentes e cursos iniciais dos rios) e água em estado gasoso na atmosfera influindo na humidade e temperatura do ar, nas pressões e nos ventos sobre a região cujo centro é o marco geodésico de Camacupa e raio com cerca de 300 km no seu entorno…

As condições tropicais estimularam ciclos que é necessário estudar profundamente, a fim de se estabelecerem os parâmetros adequados que permitam saber o que se pode fazer para garantir uma geoestratégia para um desenvolvimento sustentável sem beliscar as condições da Mãe Terra e para funcionar a muito longo prazo; só assim as futuras gerações podem ter garantia de segurança vital.

Angola está longe de ter conseguido ganhar um conhecimento científico da água dessa região de fulcro vital, um conhecimento com uma adequada capacidade investigativa em permanência e por isso está-se longe de perceber também os riscos que existem, tendo em particular atenção a progressão para norte dos desertos (Namibe e Kalahári)…

Por isso se torna tão importante conseguir-se estabelecer essa adequada geoestratégia para um desenvolvimento sustentável, de forma a não melindrar o ciclo da água e tornar possível o seu melhor controlo e gestão, de modo a que ela seja garantida para beneficiar as futuras gerações sem causar afectações de qualquer espécie ao homem como à Mãe Terra!

Nesse aspecto os direitos de Mãe Terra, tendo em conta o seu acervo, são ainda mais importantes que os próprios direitos humanos e por isso todas as comunidades da região central das grandes nascentes em Angola, de há muito deveriam estar a ser mobilizadas com pedagogia, de forma intensiva e o mais extensivamente possível, para além do conjunto de dispositivos que deveriam ter sido já criados para se levar a cabo as medidas de controlo e gestão adequadas, aplicando para o efeito as conclusões dos estudos que de há muito deveriam ter sido iniciados e deveriam incluir uma base de dados em constante enriquecimento, estudo e acompanhamento.

É essa a base do que se pode considerar duma cultura de inteligência patriótica que está por iniciar e toda ela por enraizar e fazer!

21 de Julho de 2021

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Construyamos un Arca de Noé que nos salve a todos: Miguel d’Escoto –  En este momento crítico, debemos todos sumar esfuerzos para evitar que la crisis global, con sus muchos y diferentes rostros, se transforme en una tragedia socioambiental y humanitaria. Los retos de las diferentes crisis están todos interconectados y nos obligan a nosotros, representantes de los pueblos de la Tierra, a proclamar nuestra responsabilidad unos hacia los otros y a que juntos, con gran esperanza, busquemos soluciones incluyentes. Ningún mejor lugar que esta sala de la Asamblea General de las Naciones Unidas para hacerlo. – http://www.cubadebate.cu/especiales/2009/06/24/miguel-descoto-brockmann-en-la-conferencia-de-alto-nivel-sobre-la-crisis-financiera/

Em suporte:

• CONSTRUAMOS UMA ARCA DE NOÉ… – http://pagina–um.blogspot.com/2010/08/construamos-uma-arca-de-noe.html;

• Ultimato da Terra à irracionalidade humana – https://paginaglobal.blogspot.com/2016/09/ultimato-da-terra-irracionalidade-humana.html;

• Evo Morales el mayor defensor de la Pachamama – http://www.cubadebate.cu/opinion/2016/04/22/evo-morales-el-mayor-defensor-de-la-pachamama/#.V87sOmJo3UM

• Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra – http://rio20.net/pt-br/propuestas/declaracao-universal-dos-direitos-da-mae-terra/

(Publicado en Página Global, el 8 de agosto de 2021)

 

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