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Namibia bajo la égida del elitismo. Martinho Junior

A NAMÍBIA SOB A ÉGIDE DO ELITISMO.

A INSTALAÇÃO DOS PROCESSOS ELITISTAS NA NAMÍBIA OCORRERAM EM ESTREITA SINCRONIZAÇÃO COM A ARQUITECTURA DO “PROTECTORADO” DO BOTSWANA.

POR ARRASTO TODA A ÁFRICA AUSTRAL ESTÁ A FICAR UM PROTECTORADO DILECTO DA ARISTOCRACIA FINANCEIRA MUNDIAL.

Para a expressão do elitismo na África Austral ao serviço do “hegemon”, a “border war” não foi obstáculo algum, antes uma coabitação temporal articulada de vasos comunicantes e interesses que se conjugavam a ponto de garantirem “suave” sequência da guerra para a paz até nos termos de suas arrogâncias e de seus caprichos, tornados possíveis segundo a cartilha de sua ingerência manipuladora e cada vez mais neoliberal “soft power”!

A aristocracia financeira mundial de cultura anglo-saxónica jogou psicologicamente de forma planificada e programada a sua cartada de inteligência e geoestratégia desde finais do século XIX, com Cecil John Rhodes, incluindo ao abrir espaços para alternativas e opções, pelo que a Namíbia foi apenas mais uma “borboleta” engolida pelo “grande camaleão”, para recordar a imagem que do império colonial britânico teve o resistente Rei Lobengula do Zimbabwe, nos primeiros contactos com a progressão da trilha “do Cabo ao Cairo”…

A “border war” em função da teimosa arrogância institucional do “apartheid” e de seus planos para a disseminação de “bantustões” dentro e fora da África do Sul, durou enquanto por esse processo foi possível explorar mão-de-obra barata, ou semiescrava, nas minas de toda a África Austral e acabou quando, em função da força da luta de libertação, os contraditórios que se avolumaram determinaram o colapso do lucro desmedido que deixou de ser garantido.

 Quando a insustentabilidade logística da “border war” veio ao de cima, para as elites integradas na aristocracia financeira mundial o “apartheid” tornou-se impraticável!

 Assim as elites anglo-saxónicas tiveram tempo para, ainda com o “apartheid” institucional em vigor, preparar o “apartheid” económico e social, tendo como fundamento os poderosos interesses das articulações mineiras, do cartel dos diamantes, do ouro e da platina e ainda em função do domínio em alguns sectores agroindustriais de que o colonialismo português ainda havia feito parte (Champalimaud e grupo Mello)…

À trágica história colonial do Sudoeste Africano primeiro dominado pelo colonialismo prussiano genocida, depois pelo “apartheid” à revelia do Conselho de Segurança da própria ONU, seguiu-se-lhe a Namíbia condicionada pelo elitismo cujas raízes mergulham no império colonial britânico, dando substância e corpo aos processos de domínio “soft power” do “hegemon” com o peso de todas as suas contemporâneas articulações e contraditórios sob controlo!

 É deste modo que o “hegemon” está a gerir de modo a que a África Austral não seja atingida avassaladoramente pela onda de caos, de terrorismo e de desagregação que se vai transferindo inexoravelmente do Médio Oriente Alargado para dentro de África, conforme está a acontecer no nordeste (Sudão, Etiópia, Eritreia, Somália e por tabela Quénia, Tanzânia e Cabo Delgado, em Moçambique)!

01– Um dos papéis do “sacrifício” do “apartheid” na teimosa continuação da opção de guerra, foi a necessidade de ganhar tempo e reunir recursos para o estabelecimento dum conjunto alargado de contramedidas por parte das elites implicadas fundamentalmente na exploração mineral e na transformação industrial.

Para essas elites o “apartheid” institucional era descartável, desde que seus interesses e conveniências, uma grande parte deles inscritos num “apartheid” económico e social, fossem preservados!

As elites capitalistas anglo-saxónicas perceberam que era impossível fazer parar durante muito tempo a energia libertária da Linha da Frente por via da guerra e da sistemática repressão, muito menos segundo os parâmetros institucionais do “apartheid”, mas jogaram com ele de forma a ganhar tempo para organizar as contramedidas “soft power” em nome da paz, algo que se tornou paulatinamente visível sobretudo nos dois países mais carenciados de água de toda a África Austral, o Botswana e a Namíbia, entre Angola e a África do Sul.

Acabar com a Linha da Frente, aproveitá-la para integrar as iniciativas económicas no quadro SADC, fazer recair sobre os estados livres do “apartheid” (livres da “bantustanização”) o respectivo ónus sociopolítico e acima de tudo garantir a continuação da proficuidade dos investimentos dessas elites capitalistas, foi um processo inteligentemente artificioso que por outro lado excluía as visões de paz no âmbito do Não Alinhamento activo conforme o pensamento e a acção geostratégica e socialista do camarada António Agostinho Neto, mas colocava Angola e a África Central (bacia do Congo e Grandes Lagos) no fecho da abóbada do edifício elitista em construção desde a África do Sul, tirando aliás partido das imensas capacidades e recursos industriais do país mais a sul do continente africano.

O neoliberalismo criou a “suave” armadilha geoestratégica para a África Austral e outras regiões…

Se Angola era importante por que era a mais firme trincheira de luta contra o “apartheid” de todas as trincheiras da Linha da Frente, o único onde se generalizou a resistência popular, para o “soft power” elitista que não se coibia de “apartheid” económico e social era fulcral, por que Angola representa o manancial de água interior de que tanto precisam as “joias da coroa” do elitismo, o Botswana e a Namíbia, uma vez que na África do Sul há carências que conduzem ao facto de a água interior do país não chegue para si própria.

Tudo foi balanceado em relação à África Austral pelo poder dominante do “hegemon” analisando o contraditório entre o manancial de água interior que escorria sobretudo desde a região central das grandes nascentes no planalto exuberante do Bié, para dois dos desertos mais quentes do globo, o Kalahári e o deserto do Namibe, este também considerado o deserto mais antigo do mundo.

Essa conjuntura geoestratégica capitalista e elitista para a África Austral, só se tornou possível com o advento neoliberal e os estímulos “soft power” decorrentes dos enormes recursos acumulados durante o século XX, principalmente na África do Sul: as disputas pela água interior do continente africano não são algo a esperar no futuro, fazem parte da história e da antropologia desde as antigas civilizações africanas, entre elas a do Egipto e para quem ainda hoje persegue a trilha “do Cabo ao Cairo” esse contraditório integra a essência das suas projecções proactivas!

Location map for Namdeb’s mining licence áreas, indicating the active Southern Coastal Mining área in the south – http://www.scielo.org.za/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2225-62532019000200004

02– A aposta capitalista e elitista no Botswana e na Namíbia visa criar uma conjuntura favorável a si própria e a muito longo prazo, até por que as profundas alterações climático-ambientais globais, segundo os peritos da própria ONU, impõem o fim do capitalismo por que é o capitalismo o grande responsável pela irracional barbárie das mais nocivas transformações em curso, as que fomentam o aquecimento global…

Para a África do Sul o projecto é, num artifício de paz afim às elites históricas eminentemente anglo-saxónicas, continuar a implementar “almofadas amortecedoras” explorando o manancial do Botswana e da Namíbia!

O elitismo na África Austral está a tornar-se num contraditório tácito inteligente em relação aos projectos de islamismo radical que continuam a expandir-se a noroeste e a nordeste, em direcção ao sul, por que esse elitismo arregimentou, com o concurso dos “lobbies” mais poderosos do “hegemon” (energia, armamento e minerais), as frágeis democracias multipartidárias africanas que para sobreviverem só lhes resta o caminho do alinhamento neocolonial!

Desse modo o elitismo prepara a sua própria resistência face às profundas alterações sem as quais é uma ilusão que a humanidade sobreviva precisamente ali onde haverá mais aquecimento, em países que dada a natureza desértica tem muito baixa densidade populacional e uma rarefeita ocupação humana (Botswana e Namíbia), aliando tanto quanto o possível “o útil ao agradável” com enquadramento numa subtil geoestratégia…

O elitismo implantado na Namíbia bebe por outro lado da história, da antropologia e do ambiente natural à dimensão duma sempre contraditória luta de titãs, entre a água interior e o fogo dos desertos, fazendo seu, antes de tudo o mais, o ecoturismo providencial!…

Por isso o elitismo bebe também da presença colonial prussiana na viragem do século XIX para o século XX (consequência da Conferência de Berlim), não fosse esse domínio “inaugural” parte integrante da cultura anglo-saxónica: enquanto esse poder colonial implantava o Parque Natural do Lago Etosha, na altura da sua criação um dos maiores do mundo, praticava o genocídio contra os hereros e namaquas, conforme a 13 de Maio de 2018 publiquei no Página Global em “Os punhais sangrentos de Trotta e de Vorster”

Uma das explicações para o Parque Natural do Etosha é a água do Cunene (que tal como actualmente o Cubango se perderia numa bacia interior, o actual Etosha) e a água subterrânea da bacia do Cuvelai, cujo caudal desemboca nele.

De facto o colonialismo prussiano abria espaço em benefício das elites de forma bárbara, procurando ocupar o que de mais suculento houvesse no Sudoeste Africano, às custas dos povos autóctones, (bosquímanos, hereros e namaquas) que debalde tentaram a resistência defendendo suas próprias terras, suas próprias tradições de vida e seu próprio “habitat”!…

A ocupação do Sudoeste Africano pela África do Sul desde 1915 e na sequência da derrota prussiana na Iª Guerra Mundial, teve também que ver com esse passado, prolongando a colonização a fim de garantir o amortecimento do impacto da luta popular de libertação em África contra o absurdo do domínio fascista-racista-institucional na África Austral alguns anos depois da IIª Guerra Mundial!…

A herança foi recebida num território com uma população ainda mais escassa que antes, pois o genocídio teve severas consequências directas e indirectas que se esbateram durante todo o século XX na vida da Namíbia e na própria luta de libertação…

Só em 1966 é que a ONU cancelou formalmente o “mandato” da África do Sul sobre o território e por isso o “apartheid” respondeu de imediato com a abrangência do Exercício Alcora, envolvendo nele seus dispositivos para dentro de Angola, Moçambique e “Rodésia”, interconectando-se com os dispositivos coloniais portugueses e britânicos, já a braços contra a luta popular de libertação, algo que fez fermentar no seu campo a “africanização da guerra” e com ela a gestação dos etno-nacionalismos em Angola, em Moçambique, na “Rodésia” e na Namíbia ocupada, a fim de polvilhar de “bantustões” a África Austral, de dentro para fora do território sul-africano!

O Não Alinhamento activo por parte da República Popular de Angola, com um MPLA Partido do Trabalho marxista-leninista que respondia, de acordo com o pensamento geoestratégico do camarada Presidente António Agostinho Neto, à ruptura contra o colonialismo e o “apartheid”, teve que ver com essa contradição antagónica à profunda aspiração de libertação popular que se foi inexoravelmente estendendo por toda a África Austral, em função da trincheira comum constituída finalmente numa firme Linha da Frente!…

03– Há quase 20 anos quando integrei o Centro de Estudos Estratégicos de Angola (CEEA) logo após a sua inauguração, debrucei-me sobre como as elites anglo-saxónicas procuram perdurar o seu engenho e arte na África Austral, estudando desde logo o detalhe da implantação dos seus projectos de ecoturismo a sul da fronteira de Angola com o Sudoeste Africano ocupado e o Botswana, quando a República Popular de Angola era “trincheira firme da revolução em África”, nas palavras do próprio camarada Presidente António Agostinho Neto.

Naquela altura despertava o projecto “Okavango and Upper Zambezi Tourism Initiative”, OUZTI, na base dos planos elitistas dos Parques Naturais Transfronteiriços de Paz que dariam azo posteriormente ao KAZA-TFCA.

Em tempo de “border war”, em toda essa vasta região foram polvilhadas as bases do Batalhão 31 criado pela inteligência do “apartheid” continuando a iniciativa do Inspector da PIDE/DGS Óscar Aníbal de Castro Piçarra Cardoso que recrutara os bosquímanos para constituir os Flechas.

O Batalhão 31 que participou na Operação Savana no último trimestre de 1975 contra Angola, passou para as Forças Territoriais do Sudoeste Africano (SWATF) e suas bases desempenharam uma importante articulação de suporte, ligação e constante reconhecimento a toda a actividade operativa, quer no norte da Namíbia, quer para dentro de Angola, sobretudo na ligação da faixa do Caprivi (base Ómega) à Jamba, no Sudeste de Angola, onde foi instalado cirurgicamente o Quartel-General de Savimbi.

Todas as articulações do Batalhão 31 estavam espalhadas pelo norte da Namíbia, tirando partido das emanações de água provenientes de Angola, o que equivale a dizer, que essa “força tarefa” tinha aspiração à retomada do espaço angolano do qual foi artificiosa e manipuladoramente retirada!

O Botswana para todos os efeitos servia também de rectaguarda não declarada, não fosse território ancestral bosquímano!

Ainda com a “border war” em pleno a planificação dos Parques Naturais e das “lodges” empenhadas no ecoturismo foram ganhando corpo e depois do fim dos combates tem havido o aproveitamento quer do sistema de inteligência que serviu o “apartheid” (reconversão de actividades utilizando por vezes as estruturas que serviram à “border war”, como por exemplo pistas e facilidades para a aviação), quer de muitos dos seus ex-combatentes passados à reforma, em especial ao longo da fronteira sul de Angola; nesse aspecto algumas linhas de penetração de carácter etno-nacionalista em Angola são cultivadas com esses remanescentes agora empenhados nas “indústrias de paz” segundo a visão elitista.

Relativa excepção a isso foi a deriva dos bosquímanos numa escala de 3 a 6 mil ex-efectivos: importantes para o “apartheid” na faixa de Caprivi, acabaram por internar-se no Botswana, até à África do Sul (em Schmidtsdrif, a oeste de Kimberley) nos primeiros anos da independência da Namíbia, em função das contradições geradas pela sua manipulação e papel no Exercício Alcora e seu reaproveitamento (no âmbito das SADF-SWATF).

Para os bosquímanos que foram manipulados pelos poderes mais retrógrados na África Austral, apesar das restrições impostas pelo cartel, é no Botswana onde existe algum enquadramento mais apurado, apesar do governo de Gaberone ter cortado a água em função dos interesses do cartel (como no caso do Parque Nacional de Kgalagadi, o maior do Botswana, com 52.800 km2 e bem no centro do país).

31 Batallion (South West Africa Territorial Forces) – Northern Sector map – https://www.wikiwand.com/en/31_Battalion_(SWATF)

04– Tal como a DebSwana (associação de capitais da De Beers com o estado tsuanês), se tornou capital para o Botswana, existe a NamDeb na Namíbia.

Enquanto no Botswana as quimberlites são determinantes, na Namíbia é a sudoeste, no mar e nas areias da costa, onde existem a céu aberto ou no ambiente subaquático, as maiores reservas e as explorações mais lucrativas, assim como no rio fronteiriço que dá pelo nome de Orange.

É por isso que a Namíbia é o único país no mundo cuja costa, de niorte a sul, é de facto um contínuo e extenso Parque Natural!

As principais operações actualmente ocorrem a sul de Luderitz, mas os diamantes começaram a ser descobertos ainda no tempo da colonização prussiana, no princípio do século XX, quando se começaram a construir os primeiros troços das ferrovias nacionais.

A Namíbia é primeiro produtor mundial de diamantes explorados em plataforma costeira, entre Orangemund (cidade criada em função da mineração de diamantes próximo da foz do Orange) e as minas Chammels, implicando tecnologias inovadoras (nas areias e no mar).

Da geologia às minas, das minas ao contacto com a natureza e deste contacto até aos Parques Naturais, nacionais ou transfronteiriços, a distância é curta para os caudais de interesses interconectados e isso explica quanto foi rapidamente possível passar-se do “apartheid” institucional para o “apartheid” económico e social.

Os governos são assim associados e “moldados” sem outras alternativas, ou manobrando em conjunturas internas de raízes coloniais.

O levantamento que há quase vinte anos foi realizado no âmbito do Centro de Estudos Estratégicos de Angola, CEEA, tendo em conta os desenvolvimentos dominantes conformes aos interesses do “hegemon” em especial no Botswana e na Namíbia, reflectem-se hoje nas conjunturas transfronteiriças envolvendo a leste e a norte o Zimbabwe, a Zâmbia e Angola tendo como motivação a área KAZA-TFCA profundamente elitista e com conceitos que põem em risco a região central das grandes nascentes no planalto do Bié, em Angola, por que o elitismo, uma emergência do capitalismo mais voraz, em nada tem que ver com lógica com sentido de vida, antes com a apropriação de enormes extensões e das mais suculentas riquezas do planeta, ainda que ocorram as mais drásticas alterações climático-ambientais…

5 de Dezembro de 2021

SÍNTESE DA CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-GEOGRÁFICA-ESTRUTURAL-HUMANA, DA REGIÃO AMBIENTAL E TURÍSTICA NORTE DA NAMÍBIA, TENDO EM CONTA A PERSPECTIVA DA “OUZTI”.

I GENÉRICO SOBRE O ESPAÇO NACIONAL .

A NAMÍBIA é o único País que compõe a OKAWANGO AND UPPER ZAMBEZE TOURISM INNICIATIVE, até ao momento com acesso ao mar, neste caso o OCEANO ATLÂNTICO.

Na eminência de ANGOLA vir a participar por razões que se prendem não só à estratégia para a REGIÃO, mas que encontram fundamento nas questões ligadas à natureza, ambientais e ecológicas, o nosso País fechará o ciclo de interesses.

A NAMÍBIA possui um território cuja área é de 825.418 km2 e em relação aos outros Países que compõem a OUZTI é, antes da entrada de ANGOLA na parceria, o segundo em extensão, logo a seguir à ZÂMBIA.

Não sendo um País interior, a NAMÍBIA possui um total de 3.824 km de fronteiras terrestres, assim repartidos:

  • ANGOLA                            – 1.376 km .

  • BOTSWANA             – 1.360 km .

  • ÁFRICA DO SUL     –    855 km .

  • ZÂMBIA                             –    233 km .

A linha de costa é de 1.572 km e a NAMÍBIA possui praticamente a forma dum quadrilátero cuja excepção é a faixa de CAPRIVI, que se destaca desse quadrilátero em direcção a LESTE, sobressaindo do corpo homogéneo do País.

As suas coordenadas geográficas são:

  • O ponto mais a NORTE fica situado na fronteira natural do curso do CUNENE, distrito de OMUHONGA, a SUL de ONCÓCUA (ANGOLA), com a Latitude de 16º 56’ 44’’ SUL e a Longitude de 13º 17’ 48’’ LESTE.
  • O ponto mais a SUL está situado na fronteira natural do curso do ORANGE, a SUL da localidade Namibiana de WARMBAD , com a Latitude de 28º 58’ 38’’ SUL e a Longitude de 19º 09’ 45’’ LESTE.
  • O ponto mais a OESTE fica situado a SUL da foz do CUNENE, na parte NORTE da SKELETON COAST, com a Latitude de 17º 41’ 54’’ SUL e a Longitude de 11º 45’ 15’’ LESTE.
  • O ponto mais a LESTE fica situado no LESTE do saliente do CAPRIVI, na confluência de fronteiras entre a NAMÍBIA, o BOTSWANA, a ZÂMBIA e o ZIMBABWE, entre as localidades de PUNGA (NAMÍBIA), KASANE (BOTSWANA) e KAZUNGULA (ZÂMBIA), tendo a Latitude de 17º 47’ 09’’ SUL e a Longitude de 25º 10’ 33’’ LESTE.

Com a forma sensível dum quadrilátero ferido pelo prolongamento da faixa do CAPRIVI, a SUL a NAMÍBIA tem uma fronteira mais curta, com a ÁFRICA DO SUL e a NORTE a sua fronteira mais extensa, com ANGOLA.

De NORTE a SUL a NAMÍBIA possui três REGIÕES fisicamente características:

  • A parte OCIDENTAL costeira, formada pelo deserto do NAMIBE.
  • A parte CENTRAL, o planalto mais elevado, com uma média de altitude na ordem dos 1.100 metros, de temperaturas mais amenas e onde se encontram as maiores manifestações de povoamento (incluindo os principais centros urbanos).
  • A parte LESTE, ao longo da fronteira com o BOTSWANA, que é ocupado pela parte OCIDENTAL do deserto do KALAHÁRI.

É nesse planalto CENTRAL onde se encontram as maiores altitudes que emergem  dele, como a KONIGSTEIN, com 2.606 metros de altitude.

É pelo CENTRO desse quadrilátero e seguindo a direcção SUL-NORTE (para quem se coloca numa perspectiva do CABO e virado para o Continente), que se encontra a linha principal de DESENVOLVIMENTO, que se situa entre os desertos do NAMIBE, a OESTE, ao longo de toda a costa Atlântica e do KALAHÁRI, a LESTE e ao longo de toda a fronteira com o BOTSWANA.

A NAMÍBIA praticamente não possui cursos de água Nacionais, a não ser em troços relativamente pequenos da faixa do CAPRIVI.

A SUL possui, na fronteira com a ÁFRICA DO SUL, o curso do ORANGE.

A NORTE o curso Internacional do CUNENE e os cursos do KAWANGO e LINYANTI.

Por esse facto a NAMÍBIA depende fundamentalmente dos cursos de água com raiz em ANGOLA (tal como aliás o BOTSWANA), o que também tem reflexos nas opções e estruturas turísticas.

Com uma população de cerca de 1.797.700 habitantes, a maior parte dessa população encontra-se no planalto CENTRAL e o “habitat disperso” principal situa-se a NORTE desse planalto CENTRAL, junto à fronteira com ANGOLA, na área OVAMBO, por influência da atracção ao CUNENE, onde aliás existe a maior densidade populacional no País , com cerca de 12 habitantes / km 2.

Os Ovambos constituem cerca de 50 % da população, sendo a etnia maioritária, logo seguida pelos Kawango , com 9 %.

Dados recentes indicavam que a população negra correspondia a cerca de 85 % do cômputo geral da população, a população branca (de várias origens, entre elas alemã, portuguesa e sul-africana), era numa quantidade que correspondia a cerca de 6 % (ou seja 107.862 habitantes) e 6,5 % de mestiços.

A capital WINDHOEK, sensivelmente a meio do território e centro geográfico, possuía cerca de 150.000 habitantes nos censos mais recentes.

Cerca de 10 % da população está afectada pelo SIDA e cerca de 1 % dela morre anualmente devido ao flagelo

A NAMÍBIA, sob o ponto de vista económico, como aliás todos os outros Países que compõem a OUZTI, vive em grande parte da indústria mineira, explorando diamantes, cobre, ouro, zinco e urânio (de que é grande produtor).

As explorações mineiras têm radicação histórica, implantando-se ao longo de todo o século XX, com a presença de várias multinacionais ligadas à alta finança Internacional, como  a DE BEERS, ou a ANGLO AMERICAN.

Para além da exploração mineira a NAMÍBIA possui ainda criação de gado e possui, no OCEANO, uma actividade adicional, em relação aos outros Países interiores, a PESCA.

O PRODUTO INTERNO BRUTO está assim distribuído, de acordo com dados referentes a 1999:

  • AGRICULTURA                 – 12 % .

  • INDÚSTRIA                        – 25 %.

  • SERVIÇOS                          – 63 %.

A maior parte da população vive da AGRICULTURA de subsistência e isso é um indicativo das desigualdades que existem, em termos de distribuição de riqueza e de oportunidades socioprofissionais.

A força de trabalho, avaliada em 500.000 habitantes, está distribuída do seguinte modo:

  • AGRICULTURA                 – 47 %.

  • INDÚSTRIA                        – 20 %.

  • SERVIÇOS                          – 33 %.

Uma parte substancial da economia está de facto ligada à ÁFRICA DO SUL, (é o caso da INDÚSTRIA MINEIRA), através das multinacionais operadoras.

Sob o ponto de vista estratégico, a NAMÍBIA está bastante dependente de ANGOLA, tendo em conta alguns factores de DESENVOLVIMENTO, como a implantação demográfica da maior parte da sua população, assim como a matriz da água.

Por isso mesmo a NAMÍBIA pretende desenvolver projectos comuns com      ANGOLA, tal como foi ocorrendo no passado e não só em relação ao curso do CUNENE, onde para além da Barragem do RUACANÁ / CALUEQUE, arrancará um novo projecto.

A NAMÍBIA começou a construir o troço do caminho de ferro ligando TSUMEB a OSHIKANGO e ONDJIVA, de forma a integrar num único sistema os corredores de WALVIS BAY e do NAMIBE (Porto do NAMIBE e TOMBUA).

De todos os Países que compõem a OUZTIé o único País que neste momento constrói caminhos de ferro na sequência da sua rede, com sentido SUL-NORTE (em paralelo à costa e a LESTE do ETOSHA NATIONAL PARK), na REGIÃO que foi mais controlada pelas SADF e logo em direcção a ANGOLA.

Possui como plano a construção do TRANS CAPRIVI ligando TSUMEB a KATIMA MULILO.

O território do SUDOESTE AFRICANO, enquanto permaneceu sob tutela Alemã era um entrave aos planos de CECIL RHODES, mas a ocupação Sul Africana, criou as condições para reforço das iniciativas, a OCIDENTE da linha principal das ligações, por dentro do Continente Africano, na perspectiva de se ligar o CABO ao CAIRO.

Após as Independências e as reformas políticas desenvolvidas a partir da acção conjugada dos Movimentos de Libertação e do ANC, com a criação da SADC a NAMÍBIA está a desempenhar um papel importante nas transformações económicas que dão sequência aos projectos de CECIL RHODES incentivados por interesses ligados às multinacionais.

Esse papel prepara as transformações que, nessa perspectiva, se sucederão em ANGOLA.

II GENÉRICO SOBRE OS PARQUES NACIONAIS , COM RELEVÂNCIA PARA OS QUE SE SITUAM A NORTE DO TERRITÓRIO .

A NAMÍBIA, surgida do SUDOESTE AFRICANO, é um País que herdou excelentes PARQUES NACIONAIS, em relação aos quais foi organizando uma parte importante da sua estrutura hoteleira e turística.

Em relação à OUZTI interessa fundamentalmente toda a REGIÃO NORTE e NORDESTE do País, englobando:

  • O ETOSHA NATIONAL PARK.
  • O KAUDOM GAME RESERVE, no KAVANGO (a SUDESTE de RUNTU).
  • No CAPRIVI, o LIAMBEZI LAKE, o MUDUMU NATIONAL PARK, o CAPRIVI GAME PARK, o MAHANGO GAME RESERVE, o MAMILI GAME RESERVE, POPA FALLS e KATIMA MULILO.

O ETOSHA NATIONAL PARKé o maior PARQUE NACIONAL no NORTE e NORDESTE do País, aquele que possui maior história e é considerado um dos maiores santuários para a fauna selvagem em ÁFRICA; foi criado em 1907, pelo Governador Alemão, VON LINDEQUIST, num período em que os Alemães colonizaram o País (de 1884 a 1914).

A sua área é de 22.270 km 2, tendo sido reduzido pelas autoridades Sul Africanas em 1947, de forma a entregar terras aos Hereros (a KAOKOLAND) e, mais tarde, em 1962, de acordo com uma orientação da ODENDAL COMISSION.

O ETOSHA PAN possui cerca de 5.000 km 2.

Os outros PARQUES NACIONAIS que compõem a parte Namibiana da OUZTI situam-se todos a LESTE e são menores na sua dimensão.

O factor histórico influenciou também na sua dinamização, tendo em conta a formação do CAPRIVI que se situa imediatamente ao SUL da nossa fronteira SUDESTE.

O KAUDOM GAME RESERVE situa-se a NORDESTE do território Namibiano, a SUL de RUNTU e na charneira-raiz da faixa de CAPRIVI.

É por excelência um habitat de características dos khum (bosquímanes), habitantes ancestrais da REGIÃO que existem mais ainda na NAMÍBIA , que no BOTSWANA (cerca de 53.000 na NAMÍBIA).

A faixa de CAPRIVI, além do CAPRIVI GAME RESERVE, possui outros pequenos PARQUES e RESERVAS, além de atractivos naturais como o LIAMBEZI LAKE e POPA FALLS.

Era neste REGIÃO, num pequeno território entre o CAPRIVI GAME PARK e o Rio OKAVANGO, que se encontravam as bases das FORÇAS ESPECIAIS das SADF, a HIPPO, CASSINGA, SAN MICHELLE e FORT DOOPIES, que eram bases de instrução e ao mesmo tempo operacionais, pois era a partir delas que as SADF davam assistência à JAMBA, enquanto duraram as operações SILVER (de 1977 a 1983) e DISA (de 1983 até à saída das SADF da NAMÍBIA, com a data da Independência deste País a 21 MAR 90).

 

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