Del terrorismo de las palabras a los actos terroristas
DO TERRORISMO DAS PALAVRAS, AOS ACTOS TERRORISTAS.
« Incroyable et odieux.
L’ambassade de Cuba attaquée au cocktail Molotov en plein Paris au petit matin.
Effet direct des campagnes absurdes de haine et de boycott meurtrier par les USA »
https://twitter.com/JLMelenchon/status/1419911208426262536?ref_src=twsrc%5Etfw
“Creo que Adriana y Efrén se sentirían orgullosos al ver que el pueblo de Cuba no se detuvo ante aquella ola de ataques terroristas, ni antes los que se sucedieron después y continuó construyendo su Revolución con altísimo sacrificio y dignidad y defendiendo las conquistas y las ideas por las que ellos entregaron su vida”.
Embaixadora de Cuba em Lisboa, no dia 22 de Abril de 2016 – Joana Tablada.
O desespero do “hegemon” incrementa-se depois das derrotas que se vão acumulando na EurÁsia…
Já não é só a saída militar compulsiva no Afeganistão e no Iraque, que arrasta também a NATO a abandonar aquelas paragens do Médio Oriente Alargado quando o caos é perceptível, por osmose, nas próprias fileiras!…
Já não é só uma Turquia, membro da NATO, que cria e gere perspectivas próprias de relacionamento internacional, quer no Médio Oriente Alargado, quer em África (constate-se a aproximação por mútuo interesse a Angola, culminando uma vasta ofensiva diplomática e económica que leva já alguns anos)!…
Já não é só a derrota face ao Nord Stream 2 que passa a constituir uma reforçada e incontornável ponte energética entre a Rússia e a Europa implicando trocas comerciais a um nível nunca antes experimentado na medida em que por outro lado a Nova Rota da Seda inexoravelmente avança articulações e enlaces que não poderão ser facilmente sustidos, ou neutralizados por via da guerra, porque são mecanismos de paz!…
Já não é só, por relativo esgotamento, a relativa perda de fulgor fundamentalista no leste europeu, no Báltico, na Ucrânia e no Mar Negro!…
O “hegemon” no seu desesperado “estado profundo”, recorre num só corpo os enlaces neoliberais do domínio com o neofascismo e os neonazis repescados das velharias do protagonismo do Eixo na IIª Guerra Mundial, ou com as redes narcotraficantes na América dóceis e versáteis aos instrumentos de inteligência em prol das mais multifacetadas ingerências e manipulações internacionais, ou com as oligarquias fantoches, submissas ao ponto de, a partir da “capital terrorista” de Miami se aprestarem a enredos que passam das terroristas palavras carregadas de ódio, arrogância e mentira, aos pérfidos actos terroristas, porque todos os seus reflexos estão condicionados… como um outro cão de Pavlov!…
Que o “estado profundo” é um estado terrorista, sabe-o e avalia-o Cuba, que para o “hegemon” é o laboratório dilecto para experimentar década após década todo o tipo de atrocidades, experimentar todo o tipo de práticas de conspiração, desde um bloqueio de 60 anos, a este acto abominável em território europeu de cultura não anglo-saxónica!
O terrorismo sob o ponto de vista antropológico é também um acto de escolhas culturais, explorando contraditórios na obsessão sempre de dividir e dividir para melhor reinar e agora em fase de desespero, esses contraditórios obrigam a escolher cirurgicamente o momento da prática, o território de prática, o conteúdo da prática, os instrumentos da prática, o maquiavélico espectro mediático conectado à prática, com todas as mensagens que em cadeia e duma assentada pretendem atingir vários alvos na América, na Europa, por tabela em África!…
A votação contra o bloqueio na Assembleia Geral da ONU, (os europeus estão de há largos anos contra o bloqueio e manifestam-no por via das sucessivas votações anuais), é imperdoável para o “estado profundo” terrorista e não é de admirar que a escolha deste atentado contra uma Embaixada de Cuba tenha recaído a quente sobre Paris!
Em 1975, recorde-se, após Cuba ter desencadeado a Operação Carlota, foi sua Embaixada em Lisboa, a 22 de Abril de 1976 (fez agora 45 anos), sacudida por um atentado e também nessa altura a “encomenda” teve a mesma matriz inteligente e tentacular, utilizando os grupúsculos disponíveis naquela época em Portugal (após o golpe do 25 de Novembro de 1975)!…
Nesse período de manifesta impotência para com a solidariedade de Cuba em África, outras Embaixadas cubanas foram alvo de atentados similares, no Perú, no México, em Nova York (ONU) e noutros lugares…
O “estado profundo” terrorista castigava assim Cuba pelo seu apoio solidário e incondicional ao movimento de libertação em África na sua saga de Argel ao Cabo!…
Muito embora Cuba mantivesse inteligentemente embaixadas abertas durante os regimes fascistas de Salazar e de Franco, em Lisboa e em Madrid, nunca durante esses regimes houveram actos desse calibre e dessa natureza!…
…Os actos desse calibre e dessa natureza, são decididos quando o carácter dos estados europeus não é de inteira feição para o “hegemon” e a sua feição é, das palavras terroristas às práticas “transversais” de conspiração terrorista, uma afirmação fascista e nazi por via de dramáticos atentados!
Não estão a atingir só Cuba, estão também a atingir a França, uma França que conjuntamente com a Alemanha procuram uma nesga de independência e de soberania, tentando fugir ao desespero que é também a vassalagem sem limites e sem fronteiras ao “hegemon” e à NATO!…
Além do mais, a França e a Alemanha conhecem por demais até onde podem chegar os tentáculos fundamentalistas de inspirações como as compendiadas pelo “Le Cercle”!…
…Estão a atingir a União Europeia que, com tantas contrariedades e contradições os estados europeus, como a França e a Alemanha, estão de algum modo a procurar erigir!
O “Brexit” enquanto acto cultural e político, está a servir para muitas “nuances” de relacionamento: serve também antropologicamente para esta “nuance” eivada além do mais de motivações conspirativas saudosistas de império e eminentemente neocoloniais!…
…Se acontece ma luminosa Paris que escapou de arder quando os exércitos nazis estavam já a abandoná-la, não se admirem que esta “ementa” possa ser reproduzida onde quer que seja, mundo fora, pois conjunturas aproveitáveis em época de desespero não faltam!…
Fica o alerta: ontem em Lisboa, hoje em Paris, porque não amanhã numa capital do Sul Global?!
Que Luanda fique também em alerta!
28 de Julho de 2021