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Respeto esencial por la cuna de la Humanidad

IMPRESCINDÍVEL RESPEITO PELO BERÇO DA HUMANIDADE

Desde os primeiros dias de sua afirmação na condução dos destinos do povo cubano e plenamente identificada com ele, que a Revolução Cubana respeita, como muito poucos, o berço de toda a humanidade, não como uma figura de estilo conforme a emoção dum momento, mas por que humildemente reconheceu pela voz do Comandante Fidel, a dívida contraída em nome da civilização e contra a barbárie!…

A saga da luta de libertação contra o colonialismo e o “apartheid”, ali onde foi necessário pegar em armas, mobilizou Cuba de Argel ao Cabo da Boa Esperança, na forja duma entranhável e imprescindível irmandade que agora, geração após geração, os povos dos dois lados do Atlântico cultivam na essência da vida humana, que tanto carece de amor, de educação, de saúde e dum irrevogável respeito para com a Mãe Terra!…

01- Esta semana, o terceiro Presidente de Angola independente visita Cuba, em mais uma jornada memorável enquanto balanço da amizade entre Angola e Cuba, entre a América Latina e África!

Desse balanço há desde logo um tácito diapasão comum: há que diversificar os campos de relacionamento e há que melhorar no protagonismo recíproco nesse vivificante abraço transatlântico!

Angola tem em Cuba um irmão não só descomplexado e puro, mas um irmão capaz de interpretar como poucos as dores do mundo, capaz de luta contra a barbárie e por isso um irmão apto a solidariamente ajudar África a redescobrir-se e a respeitar-se…

Ter Cuba Revolucionária na gesta do embrião do renascimento africano, é o maior dos sinais que poderão haver de respeito para com o berço da humanidade, por que é um respeito substantivamente fundamentado, carregado de experiências comuns e uma autêntica sublimação nos relacionamentos internacionais ao nível das maiores exigências do século XXI!

Para Cuba Revolucionária há uma outra leitura da história, com os olhos dos oprimidos de séculos que também foram uma parte dos oprimidos em Cuba, os afrodescendentes dos escravos que à força foram transportados para as plantações da América enquanto a América foi colonizada!

O berço da humanidade merece que todos os povos se animem com essa sensibilidade sem equívocos, sem hipocrisias, sem ambiguidades e pronta a agir solidariamente com consciência civilizacional responsável perante África e toda a humanidade.

 

02- As relações de irmandade Angola-Cuba ultrapassam a fasquia da reciprocidade de interesses, situando-se ao nível dum respeito intemporal que advém dessa outra consciência civilizacional responsável animada de laços de sangue e de luta, algo que tem a ver com a essência dum patamar de relações imprescindíveis entre si, mas também imprescindíveis para toda a humanidade!

Nos campos de batalha em Angola e na África Austral, Cuba Revolucionária deu a sua contribuição inequívoca, quer para se vencer colonialismo e projecto neocolonial, em cima da hora da independência de Angola, quer para se vencer o “apartheid”, em cima da hora do seu estertor.

Cuba foi duma coerência e duma motivação exemplar, arrostando contra as tentações que o próprio império lhe estendeu quando alvitrou que Angola fosse uma mera “moeda de troca” para alterar suas posições de princípio, ou quando o espectro das bombas nucleares de posse do “apartheid” pendesse sobre o enorme campo de batalha do Cuito Cuanavale que se estendeu por toda a Frente Sul…

Em cima da hora da independência as Forças Armadas Revolucionárias de Cuba, irmanadas às Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, saíram vitoriosas simultaneamente em Cabinda, em Quifangondo e no Ebo…

Em cima da hora do estertor do “apartheid”, Cuba esteve decididamente entre os vitoriosos do Cuito Cuanavale, esteve com todos os países da Linha da Frente, com a Namíbia independente e soberana, com o Zimbabwe independente e soberano e com a própria África do Sul finalmente livre do “apartheid”!

O fim da escravatura e do colonialismo tem a ver com tudo isso, nas duas margens do Atlântico, pelo que essa vitória do Não Alinhamento Activo, se tornou uma vitória para toda a humanidade e um manancial para que o Não Alinhamento, mesmo em condições desfavoráveis de capitalismo financeiro transnacional motivado em neoliberalismo, se afirme em emergente resistência civilizacional, em sentido respeito e benefício de todos os povos da Terra!

 

03- Para que essas vitórias não se tornassem efémeras, perdidos nas calendas da história, ou sujeitas ao esquecimento por obra e graça dos que afirmam com o neoliberalismo o “fim da história”, a Revolução Cubana está a ir mais longe na afirmação da irmandade para com África e de respeito pelo berço!…

Apesar da implosão socialista na URSS e no leste da Europa, apesar do penoso período especial que foi obrigada a digerir e enfrentar, apesar da afronta neoliberal que subverte a globalização propiciada pelas novas tecnologias, Cuba Revolucionária nem mesmo assim deixou de estar pronta para com o berço da humanidade e para com Angola e seu povo, integrando a luta daqueles que procuram um mundo melhor para seus povos e para todos os povos do Mundo!

Cuba Revolucionária, se na educação e na saúde tem sido exemplar para com África, para com Angola e para com os povos da América Latina, é também exemplar noutros ramos de actividade, sobretudo naqueles que são essenciais para a afirmação de identidade e respeito para com a Mãe Terra!

Dada a minha insistência para que Angola dê efectiva sequência ao movimento de libertação em África por via duma lógica com sentido de vida capaz de gerar uma geoestratégia para um desenvolvimento sustentável e com vista à formação duma cultura de inteligência patriótica, considero que quer Cuba, quer a Venezuela, quer ainda a Bolívia, estão à altura de ajudar os irmãos do berço a superar as insuficiências crónicas em relação aos inadiáveis desafios face às mudanças climáticas e ambientais que a humanidade está a enfrentar!

Esse esforço que é necessário cientificar, pode galgar capacidades recorrendo às experiências de cada um desses estados e desses povos do outro lado do Atlântico!

Esse campo de experiências comuns em vias de processos científicos que são inadiáveis, podem vir a contribuir para uma maior amplitude ainda, em termos de relações internacionais, entre África e a América Latina, tendo em conta as implicações em termos de antropologia cultural e na premente necessidade de alimentação das políticas de paz e segurança num continente em que até as fronteiras foram desenhadas e impostas por outros há pouco mais de um século!…

Para Cuba e Angola, com toda a sensibilidade virada para o futuro, há muito mais a fazer e cultivar em termos de relacionamentos entre irmãos, do que o que foi feito nas horas mais decisivas da luta de libertação!

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