F:\PRODUÇÕES\2021\MJ - OUT 21\1982 - IMAGEM DE EXTRAÍDA DE OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS..jpg
África SubsaharianaArtículos

1982, las bombas atómicas y los planes A y B de Le Cercle

1982, AS BOMBAS ATÓMICAS E OS PLANOS A E B DO LE CERCLE!…

…DOS ENREDOS NEOLIBERAIS «QUE ESTAMOS COM ELES», AOS 60 ANOS DO MOVIMENTO DOS NÃO ALINHADOS!…

… AINDA O FARDO DAS HERANÇAS!

Em jeito de apontamento do dia.

No aproveitar, no aproveitar sempre e ainda no reaproveitar, é onde está o ganho que gera o lucro abismal que antagoniza a aristocracia financeira mundial da economia ultraperiférica africana, especialmente quando se torna premente recolher as migalhas caídas no chão e espalhadas em torno da mesa do manjar dos deuses, depois da contínua trituração do corpo inerte de África!…

01- A “Guerra Fria” (um chavão induzido que me recuso a utilizar por que ainda hoje faz jeito a muitos formatados, inclusive aos interesses e conveniências do “hegemon” unipolar) foi simultaneamente uma armadilha ideológica e prática, assim como um «bluff» tisnado de riscos, de ameaças e do perigo de uso da espada nuclear, razão pela qual, na África Austral, esse tipo de contextos e de conjunturas prolongaram até ao vómito o desespero do «apartheid»!…

África ficou, por causa das vulnerabilidades enxertadas no Movimento dos Não Alinhados (à excepção da revolução cubana o estado de lucidez sofria e sofre, de sensações amnésicas, alienantes, palúdicas, diarreicas e outras), em muitos aspectos “tolhida de dores e demências” ao ser “apanhada entre fogos”!…

Ao perfazer 60 anos, o Movimento dos Não Alinhados por via da manifestação da resistente revolução cubana, contudo prova não só que o Sul Global sempre pretendeu ver-se livre desse «bluff» que socorria um dos períodos mais terríveis da não declarada IIIª Guerra Mundial, mas também prova hoje que a trilha emergente da multipolaridade é possível em horizontes temporais de muito longo prazo, por que tem fermento cultural, tem energia histórica (ainda que energia de baixa tensão) e tem lastro antropológico (por que se estende sem fronteiras a todo o Sul Global e a resistência é assim, desde as origens, em geometria variável)…

… É por isso que a emergência multipolar, que bebe tanto da longevidade do Movimento dos Não Alinhados, vai prevalecer e vencer, à medida da persistência da revolução cubana, do plasma de revoluções que ela fez medrar (por exemplo a Venezuela Bolivariana e a Nicarágua Sandinista) e das geometrias variáveis de tão difícil interpretação para o “hegemon” unipolar!…

Cuba na charneira acaba de caucionar ideologicamente e pela prática (desde os anos 90 do século passado, desde o “período especial”) algumas intervenções lapidares quando o Movimento dos Não Alinhados acaba de cumprir 60 anos!…

A revolução cubana prova assim, substantivamente, que é farol e património imprescindível para toda a humanidade!

02- Em relação à África Austral, onde a heroica, lúcida e pedagógica revolução cubana um dia esteve tão bem presente, acompanhem todavia, reactivando os neurónios, o destino das seis bombas atómicas do «apartheid» e relacionam a sucessão dos acontecimentos entre outras coisas com o plano B que é ainda Savimbi, a sua memória, a UNITA e os seus seguidores, principalmente aqueles que são produto dos desequilíbrios e assimetrias geradas à força pela convulsão artificiosa de largas décadas!…

Explico:

As bombas eram para atingir Luanda, alvo principal segundo o horizonte do «apartheid» e, como elas não foram utilizadas, lá na Jamba, em 1982, accionou-se o plano B, ou seja transferiu-se para o músculo humano de Savimbi, o encargo da tomada da capital angolana, algo “genético” que se vai agora esbater nas próximas eleições de 2022 em Angola, uma vez que finalmente todas as condições subjectivas e objectivas estão, relativamente (apesar das imensas perdas das fileiras da UNITA, a começar pela perda de Savimbi), reunidas e a trilha está já exposta, tal como os seus frutos, em cascata, ou em cadeia, com todo a “sublimação” psicológica que isso implica entre as “largas massas” eleitorais (a psicologia temperada no medo e na informalidade, a “céu aberto” e recorrendo ao reforço da Open Society e de outros afins entre trostsquistas, maoistas e outros bastardos de proveta de última hora)!…

A Open Society é nisso experiente, pois uma das suas primeiras intervenções foi na África Austral, ainda vigorava o “apartheid” e quando ainda medravam as sementes da luta contra o “apartheid”, pelo que o plano B é conhecido ao milímetro por dentro dos transvases e das transversais do tempo e do espaço.

O encontro na Jamba entre Savimbi e os Botha em 1982 foi decisivo (e está na charneira), para a decisão dos panos A e B conforme à leitura induzida pelo Le Cercle (também Conservative Caucus nos Estados Unidos) na cabeça desses «freedom fighters» que não eram de ocasião (da ocasião de Ronald Reagan), autênticos «templários» da «cristã-ocidental causa no combate contra o comunismo»!

Sigam bem as trilhas das bombas, plano A e plano B e não finjam que desconhecem, por que o manancial de informação sobre os contextos e as conjunturas é enorme; passa por muitos fenómenos que ouso numa rápida síntese com tónica em Angola expor sucintamente em relação ao plano B, já que ainda que observado na perspectiva da Guerra Fria, já o plano A está explicado:

  • Proclamação sobre brasas da independência de Angola a 11 de Novembro de 1975, roendo a corda dos Acordos de Alvor e tentando a Proclamação da nunca reconhecida República Democrática de Angola;
  • Golpe do 25 de Novembro de 1975 em Portugal, a partir do qual foi possível subverter muito do 25 de Abril de 1974 e, reaproveitando o Exercício Alcora em novos moldes, mobilizando a PIDE/DGS em África (em África nunca ela foi extinta), para melhor conexão portuguesa aos assuntos da África Austral e Central;
  • Tentativa do golpe do 27 de Maio de 1977 em Angola, pois pretendia-se com ele uma rendição de Angola, a fim de, entre outras coisas, adulterar por completo o seu proverbial Não Alinhamento; o fraccionismo entre outros “fenómenos”, impediu que os contactos exploratórios da RPA com o “apartheid” dessem imediatos frutos, daí o encadeado de conflitos que à custa disso se seguiram, dilacerando Angola;
  • Fim do ELNA, braço armado da FNLA num contexto de paz tática entre a RPA e o Zaíre entre 1984 e 1992;
  • Incremento das FALA expandindo para norte a partir da Jamba, “anexando-a” ao plano B, a bomba humana que Savimbi conduziu, de 1982 a 2002 (vinte anos penosos, sangrentos e dilacerantes), sempre com os olhos postos em Luanda e apesar do colapso do “apartheid”, num arriscado jogo de heranças, sequelas, caos, terrorismo, desagregação, destruição, desequilíbrios e assimetrias;
  • Entrada das FALA nos santuários da Iª Região em torno de Luanda em 1984 e substituindo o papel do braço armado da FNLA;
  • Projecção do 31 de Maio de 1991 em Bicesse acabando com a RPA, o PT e as FAPLA e “escancarando as portas” (até parece um plano da Open Society) para as “eleições livres, democráticas e representativas”, a fim de adoçar a pílula neoliberal;
  • Choque neoliberal protagonizado por Savimbi e pela UNITA de 1992 a 2002, a pretexto de colocação em causa do resultado das eleições, ampliando a destruição do país já meio destruído em função das trilhas anteriores (plano B até à exaustão);
  • Abandono paulatino dos “diamantes de sangue” por parte do cartel com novos baralhos, novo embaralhar e novo jogo, na indução paulatina da busca da fermentação do elitismo eco-cultural e sociopolítico, em função da captação, desde o 1º governo do ANC, na sequência imediata da implosão e estertor do “apartheid”, da identidade Mandela-Rhodes;
  • Terapia neoliberal elitista de 2002 até nossos dias, tisnada e involucrada no papel celofane da “democracia representativa”: o que não tendo sido possível realizar com o plano A, é ainda possível nesse contexto e conjuntura, realizar recorrendo ao “histórico espírito” do plano B com inspirações desde a Operação Madeira para, como se fosse um velho castor, melhor poder “roer a corda”, em desespero de causa e por via eleitoral!

03- … Nas eleições de 2022 é a mentalidade da bomba humana segundo o plano B do «apartheid» e seus actuais herdeiros que se vai tentar fazer estalar, podendo-se ou não socorrer duma «primavera» híbrida, tendo em conta a paternidade promíscua das bombas do «apartheid» e de etno-nacionalismos concêntricos cooptados antes, desde as catacumbas coloniais!…

As tentações pela “primavera” são portanto várias e com um húmus agravado pelas últimas chuvas tropicais das constantes tempestades africanas!

Nas grandes concentrações humanas e em especial as da capital angolana, tendo sido forjadas em função dos forçados desequilíbrios e das artificiosas assimetrias geradas pela acção de destruição de Angola enquanto “obra maoista” do plano B, a sobrevivência informal “ganhou asas de zunga” num espaço multidimensional enorme que influirá desde logo não só nas tendências de voto, mas também na apetência pela rua (não fora a “zunga” um fenómeno que se passa quotidianamente na rua, “a céu aberto” e com voracidades próprias duma insuflada Open Society)!

… A “zunga” tem, a propósito, um espectro e um vestuário de pobre, meio alucinado, meio afogueado, meio azougado, meio esfomeado, sem escrúpulos e lutando pela sobrevivência em cada dia-a-dia com que se depara!…

Com a versão de última geração do plano B, a assimetria socorre a informalidade, a informalidade socorre a “zunga”, a “zunga” socorre a rua e a rua, armada de Open Society, socorre o voto que coroa o êxito, ou tira partido da declaração de fraude que é sustentada de antemão, mas “evocando sempre a acção” em qualquer dos casos!

É por isso que há a necessidade de confluir o plano B com a “primavera” e para isso está aí a “Ampla Frente Patriótica para a Alternância”, uma poucio espessa bruma “entre as brumas da memória”, em busca desse “largo espectro”, procurando tirar partido do jogo de múltiplas inteligências externas aplicadas no contexto e conjuntura angolana contemporânea, desde as que têm “eixo” na superestrutura ideológica e nas comprovadas práticas do Le Cercle, às que realizaram o reaproveitamento do Exercício Alcora, até às “inovações” paridas por via das “revoluções coloridas” e das “primaveras” induzidas pelo “hegemon” unipolar, tendo desagregação, caos, feição terrorista e ardente jihad como pano de fundo!

As eleições de 2022 em Angola podem tornar-se num Tratado sobre a confluência das práticas de conspiração na África Austral!

SENTINELA ALERTA!

Da minha parte, ALERTA ESTÁ!

Luanda, 14 de Outubro de 2021.


Selecção estrita de consultas:


(Imagen de portada:

Imagem única, escolhida pela carga do seu humor temperado na década de 80 do século XX e extraída do filme “OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS”, o que merece uma explicação: tudo continua a passar-se num ambiente surrealista que para Angola, não fossem as bombas atómica e a humana, mereceria até um refinado sentido de humor, fora do contexto neoliberal!… – https://www.youtube.com/watch?v=fAPdu8cPNUM

 

Comments are closed.