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Botsuana, el protectorado de las élites globales. Martinho Junior

BOTSWANA, O PROTECTORADO DAS ELITES GLOBAIS.

POR ARRASTO TODA A ÁFRICA AUSTRAL ESTÁ A FICAR UM PROTECTORADO DILECTO DA ARISTOCRACIA FINANCEIRA MUNDIAL.

Na África do Sul, com o fim do “apartheid” institucional a coincidir com a ascensão do capitalismo neoliberal em “mãos ultra-livres”, as elites globais actuavam na guerra como na paz ainda sob o signo de Cecil John Rhodes, mais de um século após seu desaparecimento físico e partiam para um “apartheid” económico e social expansivo, de longa duração, buscando num ecoturismo sem limites os tão brilhantes como artificiosos lucros das indústrias da paz nos maiores ermos da Terra, onde a sul um dia esconderam suas bombas atómicas, com as quais pretendiam parar os ventos da história com a loucura alucinante e fascista de suas pérfidas mãos!

Assim brilha o cartel elitista em nossos dias, abrindo espaços transfronteiriços aos Parques Naturais de Paz, conformes à Fundação que lhe dá nome, corpo e regra, abrindo para sua saciedade o “novo” Protectorado-eldorado do Botswana!…

… O Protectorado da Bechuanalândia ficava no caminho da British South Africa Company e da aspiração colonial do imperialista e impulsionador do cartel de diamantes que foi Cecil John Rhodes…

Estava ali à mão de semear, imediatamente a norte do Cabo Ocidental, onde seu génio um dia floresceu e era um portentoso país de miragens abissais, mátria das águas interiores que escorriam languidamente do norte, do interior profundo do planalto angolano e da voragem própria de um dos mais escaldantes desertos da Terra que ascendia desde o sul, reflectindo as profundezas atlânticas da Corrente Fria de Benguela…

A água perdia-se num delta asfixiado, impotente para vencer a contrariedade desse deserto quase intransponível e a vida jogava-se sempre assim, milenarmente, naquele país de choque, entre água e fogo!

Nessa solidão carregada de enigmas, os próprios autóctones bosquímanos eram os povos mais esquecidos e enigmáticos do planeta, miragens fugidias que conseguiam sobreviver refugiando-se das migrações de outros povos ali onde nada atrai os outros seres humanos e descobrindo os mais secretos frutos do deserto que foram herdados de geração em geração, quiçá desde o berço da própria humanidade!…

… Os mesmos interesses, indexados também hoje à aristocracia financeira mundial, tornaram o Botswana no Protectorado-eldorado ideal das elites reitoras do “apartheid” económico e social que se distende por toda a África Austral e Central em pleno século XXI… nem os bosquímanos puderam continuar a sua saga milenar, por mais enigmática que ela culturalmente seja nos destinos também cada vez mais irracionalmente enigmáticos da humanidade!

A transitoriedade humana do coronel Jan Breytenbach, entre guerra e paz, não é uma transitoriedade pessoal, é a força do cartel que bebeu a força do choque que levou ao carbono puro!…

Se antes ele foi um dos criadores das unidades mais ferozes do “apartheid” implicadas numa “border war” de contornos tão absurdos como os enigmas do próprio deserto, na paz ele tornou-se num doa advogados dos Parques Transfronteiriços, arrastando consigo a saga dos seus apaniguados e deixando pelo caminho todos os que não se quiseram num dia aziago “converter”!…

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Description of Botswana map – Botswana national parks map with roads, major cities and airports. https://www.mapsland.com/africa/botswana/national-parks-map-of-botswana-with-roads-major-cities-and-airports

 

01– O “Protectorado” Botswana esteve escondido enquanto durou o “apartheid”, até por que toda a visibilidade recaía sobre a Linha da Frente, com incidência maior no sul de Angola e na Namíbia ocupada e tudo isso por causa das refregas de fim de estação do Exercício Alcora e do seu reaproveitamento em jeito de “canto do cisne” colonial-fascista na África Austral!…

No entanto o “Protectorado” evoluiu silenciosamente enquanto a norte prevaleciam as armas, como alternativa para os interesses da aristocracia financeira mundial e do seu tentáculo tornado poderoso cartel e “lobby”!

Foi a sul desse “esconderijo”, próximo das fronteiras, que o “apartheid” tratou de levar adiante o seu projecto de construção de bombas nucleares guardadas em Pelindaba, também nessa proximidade…

Foi assim que foi preparado o “Protectorado” para, por via de suas mega-chaminés quimberlíticas em Jwaneng, Orapa, Letlahakane e Lerane, substituir as esgotadas minas sul-africanas do Cabo e do Transval e tornar a Debswana na maior produtora de diamantes-joia à escala global…

Foi assim que à ilharga noroeste foi implantada a Jamba de Savimbi, colada à estreita faixa do Caprivi e tendo na proximidade todo um imenso deserto para esconder tudo o que à barbaridade dissesse respeito…

Nesse esconderijo dileto, em 1982 o poder dos Botha jogou a cartada das bombas contra Angola, tendo como alvo sua própria capital: lançar uma bomba atómica para a irracionalidade do “apartheid” seria viável em Luanda e se tal não acontecesse, então jogavam-se as hordas de Savimbi para, por via do “cerco às cidades a partir do campo”, expandir para norte, em direcção à tão cobiçada Luanda e jogar-se com a manipulação da intemporal bomba humana que era sua própria herança e sequela!

Savimbi tornou-se para eles no agente “Spiker” (“Spike”) nos cerca de 20 anos de traslação, o que comprova a herança do colonialismo português em conformidade com o Exercício Alcora, prolongando-o e reaproveitando-o!

O esconderijo do “Protectorado” Botswana contribuiu para ocultar tudo isso menos o “sinaleiro da Jamba”, assim como a alternativa de paz que estava na forja e se seguiria como terapia ao choque, reconvertendo as imensas capacidades disponíveis ao sabor do cartel que parece tão eterno como os diamantes!…

 

02– No início do século XXI o Botswana emergia do nada e foi com a paz quimberlítica da África Austral, Central e Grande Lagos que seu fulgor começou enfim a despontar, como uma imensa plataforma central para as manipulações elitistas em nome do ecoturismo e da paz, tão suculentas provas quanto o possível, associando as minas aos mais vastos Parques Naturais Transfronteiriços do mundo, inspirados desde a mesma matriz, desde o mesmo engenho e arte!

O conceito veio de longe, desde os grupos elitistas globais, juntando “alta finança”, as principais “casas reais” europeias que dão imagem à contemporânea aristocracia e todo o cortejo de servidores, inclusive os selecionados “sight holders” do cartel (a escolhida elite dos negociantes de diamantes), que acabaram por fazer a nomadização duma Londres sempre mergulhada em cinzentos nevoeiros e chuvas, para Gaberone, capital do brilho solar na Terra… e sede da SADC, sucedânea da Linha da Frente!…

Disso sabia bem o visionário Cecil John Rhodes, mentor do império colonial britânico em África, agora reforçado pelos recursos conjugados que dão corpo e avidez à “eminente” cultura anglo-saxónica tão pródiga para o “soft power” do “hegemon”!

Assim, à uma, estão implicados o Bilderberg, o Clube 1001, o World Wide Fund, o Peace Parks Foundation, os “lobbies” dos minerais e da energia (juntando republicanos e democratas) e há espaço até para a iniciativa de Jean-Yves Olivier desde Brazzaville, tendo como alvo a bacia do imenso Congo, o 2º maior pulmão tropical da Terra!…

Na guerra como na paz, para a aristocracia financeira mundial os dados estão sempre lançados para ganhar em qualquer mesa, ou tabuleiro e em todos os lados do “front”, menos naqueles em que a riqueza material, por razões éticas e morais, não move carácter nem as convicções!

… Um dos grupos sacrificados no Botswana tem sido o dos bosquímanos que viviam nos desertos centrais do Kalahari, a quem se retirou a hipótese de acesso à água conforme o bem documentado Survival International… foram expulsos em 2002 e apesar da justiça dar razão aos bosquímanos as soluções a contento tardam…

… Quando um dia as Forças Armadas Revolucionárias de Cuba avisadamente não se associaram à tomada de Mavinga e da Jamba, esse sinal tem também tudo a ver com a coerência ética e moral e é essa saga que inspira os justos, percebendo-se bem por quê: nos mesmos terrenos do Cuito Cuanavale e de Mavinga andaram um dia a prospectar os geólogos ao serviço da De Beers e não se admirem se um dia, esgotadas as minas do Botswana, haja mais uma migração do cartel para norte, para o sudeste de Angola, mergulhando no mesmo espaço onde agora surgiram os maiores Parques Transfronteiriços de Paz do plano Kawango e Zambeze, como uma rara “joia da coroa”, anunciada pelo National Geografic, na reportagem que fez sobre o rio Cubango, um dos rios mais preservados do planeta!…

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When Botswana Sells Its Big Diamond, Who Will Benefit? – https://www.npr.org/sections/goatsandsoda/2016/06/29/483695466/botswana-s-economy-needs-more-than-diamonds-to-shine

 

03– Quando em 2008 foi lançado o Comando África do Pentágono, tudo isso estava a ser balanceado na direcção dos espaços transfronteiriços, conforme recolha de conhecimentos da Subsecretária para a Defesa de então, Teresa Welan, que investigou previamente, consultando os velhos saberes coloniais estrategicamente acumulados!

Teresa Welan fê-lo tacitamente para a guerra (é constatar como se movimentam em África os grupos jihadistas radicais wahabitas-sunitas, financiados pelas monarquias arábicas e pelos irmãos muçulmanos turcos, (coligados ou membros duma NATO também inspirada pelo sionismo, que é por si e em si “apartheid”) e fê-lo para a paz, conforme aos elitistas Parques Naturais Transfronteiriços “de Paz”!

Por isso desde logo coabitam no Africom civis e militares e é por isso que o Africom serve também de escola aos diplomatas estado-unidenses quando são colocados em África, para lhes conferir ainda mais “engenho e arte” nas ingerências e manipulações, particularmente no que é “transversal”!

Com a plataforma do “Protectorado” Botswana instalada, é por isso que o Africom tem essa plataforma também como sua única referência, em “economia de estilo” (não é preciso mais para dominar toda a acção na África Austral, pelo miolo do continente em ligação às suas plataformas na RDC e nos Grandes Lagos, recordem… “do Cabo ao Cairo”)!

É por isso que sincronizadamente a esse “eixo” utilizam ao longo da costa atlântica e índica de África, os navios da 6ª frota em circunavegação a partir da Itália, a meio-Mediterrâneo: os navios que fazem as rotas no Sul Global precisão de ter seus portos de acolhimento no norte, de preferência em lugares de vassalagem imediata!…

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‘The enemy of my enemy is my friend’ – This featured informal ‘happy snap’ of Magnus Malan, PW Botha and Jonas Savimbi on the Angolan border speaks volumes – it most certainly highlights the political edict “the enemy of enemy is my friend” and carries with it the typical sort of politics which involves ‘odd bedfellows’; the kind of story which involves intrigue, betrayal and political assassination. South Africa’s relationship with Savimbi and UNITA the ‘National Union for the Total Independence of Angola’ was indeed an odd pairing, it started with UNITA as an ‘enemy’ of the South African Defence Force in their commitments to help Portugal in the Angolan War.  Once Portugal left Angola, an ‘ally’ was made of UNITA when it was in South Africa’s interests in destabilising Angola to stop SWAPO (PLAN) armed insurgencies entering into South West Africa (now Namibia) from Angola.  The ‘alliance’ was made stronger when ramped up Cuban military presence entered the frame in the Angolan conflict, and UNITA was made a pawn in South Africa’s ‘total war’ against communist expansionism in Southern Africa.  In the ultimate betrayal South Africa then hung UNITA out to dry when Cuban troops left Angola. – https://samilhistory.com/tag/jonus-savimbi/

 

04– Vai portanto fazer vinte anos que a propósito foi feito um curto levantamento prospectivo do potencial dos então 4 países componentes do OUZTI, (Okawango and Upper Zambese Tourism Innitiative, percursor do KAZA-TFCA), até por que pelas tendências, Angola iria ser induzida a aderir, tendo em conta ser origem de grande parte do manancial de água na área coberta pelo projecto elitista em expansão no Kalahari e na mesma altura em que os combates se desenrolavam a norte, para dentro de Angola!

Na altura já se evidenciavam os propósitos elitistas do projecto, por que os maiores investimentos disponíveis só seriam possíveis em função dos aproveitamentos do cartel dos diamantes particularmente implicados no Botswana e na Namíbia, todavia não haviam ainda dados mais precisos sobre o conjunto de interesses que se iriam colectar por que uma organização dessa natureza carecia de elevadíssimos fundos e motivações próximas, contrariando as crises neoliberais que no dobrar do século se começaram a adivinhar…

Os interesses nas explorações mineiras, que tanto tiveram que ver com a formação e actuação do “apartheid”, sem o qual a mão-de-obra barata (semiescrava em alguns casos) não seria possível, aproveitaram para “reconverter” o seu enquadramento e comportamento no seguimento da “guerra dos diamantes de sangue”, na altura em que, esgotados, por outro lado, grande parte dos recursos na África do Sul, o Botswana se perfilava como o maior produtor mundial de diamantes-jóia, todos eles resultantes da exploração de kimberlites e nenhum proveniente dum qualquer recurso aluvial!

No Botswana ao mesmo tempo que se gerava o interesse mineiro abriu-se então espaço para o ecoturismo em função dos investimentos realizados e das atracções disponíveis numa terra de rarefeita população e onde contrastava a água e o fogo desértico, até por que Gaberone substituiu Londres na captação da elite dos compradores e cumpria com o “diktat” dum “Protectorado” aderente ao jeito de Cecil John Rhodes e de sua British South Africa Company.

Os primeiros Parques Naturais Transfronteiriços foram nas fronteiras entre a África do Sul e o Botswana (Kgalagadi Transfrontier Park, com 35.581 km2), onde aliás estão instaladas algumas “lodges” de luxo, incluindo algumas pertencentes ao clã Oppenheimer (agora dedicado ao ecoturismo aproveitando terrenos de antigas prospecções de diamantes), ou ao mega milionário Richard Branson…

Para o ecoturismo, recursos humanos não faltavam mobilizando a partir dos escombros da South Africa Defence Forces, aproveitando a transição, alguns deles (como por exemplo o Coronel Jan Breitenbach) conhecedores dos ambientes da região e foi assim que com os Parques Naturais, inclusive as projecções transfronteiriças, foram surgindo as “lodges” e os atractivos que com elas começaram a ser explorados, para no último escalão de dependência se mobilizar e reconverter as comunidades locais…

Vinte anos depois de ter produzido no CEEA as primeiras abordagens sobre essas questões tão sensíveis para toda a África Austral, Central (bacia do Congo) e Grandes Lagos, as confirmações são contos de encantar, ao nível das casas reais europeias tradicionais fomentadoras de elites e com basta experiência desde o início da revolução industrial…

É nessa “praia”, no remoto delta do Okawango, onde morre o pacifismo de Nelson Mandela quando capitulou face às elites que o envolveram e usaram a sua imagem como se de um troféu de caça se tratasse, quando passaram do “apartheid” institucional para o “apartheid” económico e social, da guerra para a paz, do choque para a terapia neoliberal!

Vou lembrar as intervenções então produzidas, com os dados da época que indiciavam o que viria por aí, uma parte deles ultrapassados por que em vinte anos muito mais avançou, apesar dos impactos da pandemia.

Produzi essa análise no Centro de Estudos Estratégicos de Angola e, como tive o “feeling” da tendência neoliberal que “invadia” o Centro, deixei esse sinal, arranjei forma de me ir afastando a ponto de por fim ser retirado de entre os fundadores!

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A break-in at a South African nuclear complex alarms Washington and strains relations years later – The Pelindaba Nuclear Research Center, where South Africa stores nearly a quarter ton of uranium that could be readily fashioned into an atomic bomb. It was also the site of a November 2007 assault by two teams of raiders, who were thwarted when they stumbled on a firefighter who sounded the alarm. – https://publicintegrity.org/national-security/a-break-in-at-a-south-african-nuclear-complex-alarms-washington-and-strains-relations-years-later

 

A apreciação sobre o Botswana em 2002 foi esta:

SÍNTESE DA CARACTERIZAÇÃO FÍSICO – GEOGRÁFICA – ESTRUTURAL – HUMANA , DA REGIÃO AMBIENTAL E TURÍSTICA DO BOTSWANA , TENDO EM CONTA A PERSPECTIVA DA “OUZTI” .

GENÉRICO SOBRE O ESPAÇO NACIONAL.

O território da antiga BECHUANALÂNDIA tem cerca de 600.372 km2 e uma população de 1.487.000 habitantes, com uma densidade aproximada de 2,47 habitantes / km 2, muito baixa, mesmo em relação aos índices gerais do CONTINENTE AFRICANO, concentrando-se essencialmente na parte LESTE do território, fora da área do deserto do KALAHÁRI que domina a parte OESTE e o CENTRO do País.

Em relação aos Países da Região SADC, o BOTSWANA possui a segunda mais baixa densidade demográfica, o que não deixa de ser um dos factores de integração na “OUZTI”.

Apesar de desértico em mais de 3 / 4 do seu ESPAÇO NACIONAL, o País possui características bastante homogéneas, sob o ponto de vista físico geográfico.

Cerca de 18 % do ESPAÇO NACIONAL, (cerca de 10.806 km 2) é protegido em termos de “habitat natural”, o que dá ideia das suas potencialidades, enriquecidas pelo facto dos programas em curso merecerem uma grande atenção, em relação às medidas de protecção.

O BOTSWANA é um País interior, situado a NORTE da ÁFRICA DO SUL, possuindo fronteiras com uma extensão total de 4.013 km com as seguintes parciais:

  • ÁFRICA DO SUL – 1.890 km .

  • NAMÍBIA – 1.360 km .

  • ZIMBABWE – 813 km .

A Capital do BOTSWANA, GABERONE, com pouco mais de 100.000 habitantes, está situada junto à fronteira com a ÁFRICA DO SUL e numa Região onde existe uma maior densidade populacional, beneficiando da rota rodoviária e ferroviária que liga JOHANNESBOURG – PRETÓRIA, na ÁFRICA DO SUL, a BULAWAIO, no ZIMBABWE.

Em linha recta GABERONE está a 253 km de PRETÓRIA.

A segunda localidade, KANIE, possui apenas cerca de 30.000 habitantes.

Cerca de 79 % da população total pertence à etnia tswana, o que significa que também no que diz respeito à sua população, cerca de 21 % corresponde a minorias étnicas diversificadas, o que confere características favoráveis, no que diz respeito ao equilíbrio interno.

Só 28 % da população é urbana; os restantes 72 % é eminentemente rural.

A REGIÃO LESTE do seu território, sendo a mais povoada, garante algumas das principais actividades do País – a mineração (diamantes, cobre, níquel, prata, sal, etc.) e a criação de gado (beneficiando das águas do Rio fronteiriço que dá pelo nome de LIMPOPO, ele próprio um elemento de ligação à ÁFRICA DO SUL).

A distribuição do PRODUTO INTERNO BRUTO, corresponde às seguintes características:

  • INDÚSTRIA (de mineração) – 51 %.

  • SERVIÇOS (incluindo o turismo e a hotelaria) – 38 %.

  • CONSTRUÇÃO – 8 %.

  • AGRICULTURA – 5 %.

Se a maior parte da AGRICULTURA é feita na base de auto subsistência, há criação de gado, cuja carne é, na maior parte, exportada.

Cerca de 70 % das exportações do País, provêm dos DIAMANTES.

O crescimento económico em 2001 foi de 4,7% e a estimativa para 2002 é de 6,3%, colocando o País no pelotão da frente, em termos de crescimento económico, em ÁFRICA, o que é de considerar, se tivermos em conta a escassez de população e a baixíssima densidade demográfica.

O BOTSWANA, em termos de ESTABILIDADE e DESENVOLVIMENTO, é considerado um País exemplar em ÁFRICA, com um índice muito elevado em questões como os Direitos Humanos (particularmente devido à protecção de minorias étnica e culturalmente distintas) beneficiando muito do facto de se ter tornado, historicamente, num “satélite” da ÁFRICA DO SUL, seja como for, uma “sentinela” da RAS, virada a NORTE.

Toda a sua economia está ligada à ÁFRICA DO SUL e as posições de política exterior, são invariavelmente alinhadas com o seu poderoso vizinho do SUL, seja para os problemas de afectação do tipo da que ocorreu recentemente no LESOTHO, seja no quadro de relacionamento com os Países imediatamente a NORTE, em particular aqueles que, como ANGOLA e a RDC, possuem conflitos historicamente crónicos.

A MULTINACIONAL DE BEERS, possui interesses ESTRATÉGICOS no BOTSWANA, ou seja, algumas das suas mais ricas “kimberlites” fora do território Sul Africano e, com a vantagem, de lhe ficarem próximas.

Tendo em conta o papel que CECIL RHODES, nos finais do século XIX, desempenhou na DE BEERS, compreende-se toda a lógica de sua implantação e as questões de DESENVOLVIMENTO, conforme ele foi sendo estrategicamente delineado para o BOTSWANA, segundo a filosofia do Imperialismo Britânico, ligando o CABO ao CAIRO.

A actividade da DE BEERS, resulta da criação da DEBOT (DE BEERS PROSPECTING BOTSWANA PTY LIMITED), que foi criada em 1950 e veio a descobrir as seguintes minas:

  • 1967 – Minas de ORAPA e de LETLHAKANE.
  • 1995 – Mina de TSWAPONG.

Para a exploração dessas minas a DE BEERS tem interesses comuns com o Governo do BOTSWANA através da DEBSWANA.

  • ORAPA e LETLHAKANE – Estabelecidas em 1971, 240 km a OESTE de FRANCISTOWN, considera-se a segunda maior kimberlite do Mundo, prevendo-se que se manterá em produção nos próximos 29 anos. Possui 2183 empregados. No ano de 2000 produziu 12.170.000 “karats”, a um valor médio de 47 USD / “karat”. As reservas são estimadas em 156.500.000 “karats”, por 274 milhões de toneladas métricas de terra.

  • JWANENG – Estabelecida em 1982, a 120 km de GABERONE, ao ritmo corrente de produção, é viável a sua exploração nos próximos 29 anos. Possui 2185 empregados. No ano de 2000 produziu 11.520.000 “karats”, a um valor estimado a 198 USD / “karat” . As reservas são estimadas em 40.000.000 de “karats” para 44 milhões de toneladas métricas de terras.

O País possui 971 km de ferrovias, que se encontram a LESTE do território e em direcção à fronteira com o ZIMBABWE (ligadas ao sistema Sul Africano), 4.343 km de estradas pavimentadas (de acordo com dados de 1996) e 92 pistas de aviação, das quais 12 pavimentadas, entre as quais 2 com mais de 2.438 m (entre elas a de MAUN, localidade estratégica no NORTE do BOTSWANA).

É na junção do LIMPOPO com o Rio SHASHE na fronteira Internacional entre o BOTSWANA e a ÁFRICA DO SUL que existe a altitude menos elevada do País, com 513 metros.

O corpo do País constitui um planalto, cuja altitude média é de cerca de 1000 metros, afundando a LESTE na direcção precisamente do sistema do LIMPOPO.

O ponto mais elevado do País TSODILO HILLS, tem 1489 metros de altitude e situa-se a OESTE do “CHOBE NATIONAL PARK”.

A NORTE, junto às fronteiras com a NAMÍBIA e o ZIMBABWE, encontram-se outros dos principais cursos de água do País:

  • O famoso delta do OKAWANGO, cujas águas, num intrincado de canais, se perdem em pleno deserto do KALAHARI, a NORTE da localidade de MAUN, dentro do território NORTE do BOTSWANA, num fenómeno inigualável à escala MUNDIAL e centro de interesse e atracção.
  • O LINYANT , afluente da margem direita do ZAMBEZE, que estabelece uma parte da fronteira com a NAMÍBIA , a SUL da localidade de KATIMA MULILO.

Qualquer um desses Rios nascem e possuem uma grande parte do seu percurso em ANGOLA, pelo que os eco sistemas que eles provocam, estão essencialmente sediados no nosso País, em especial na Província do CUANDO CUBANGO e no canto SUDESTE do nosso ESPAÇO NACIONAL.

Em relação às questões que se prendem com a água, que dada a sua escassez se torna vital no BOTSWANA, a rede hidrográfica é bastante limitada :

  • Na faixa LESTE, a mais povoada e onde existe a criação da gado, é o sistema do LIMPOPO que influi, apesar dele fazer a demarcação da fronteira e constitui, em relação ao BOTSWANA, apenas um Rio Internacional.
  • Na faixa NORTE, onde o LINYANTI constitui um Rio de fronteira, mas extremamente importante para o eco sistema do “CHOBE NATIONAL PARK” e o OKAWANGO, sendo o único que penetra em território Nacional, desaparece em pleno KALAHÁRI a NORTE de MAUN, estando na origem da preciosidade que constitui a “MOREMI GAME RESERVE”.

GENÉRICO SOBRE OS PARQUES NACIONAIS, COM RELEVÂNCIA PARA OS QUE SE SITUAM A NORTE DO TERRITÓRIO.

O Governo do BOTSWANA tem tirado partido dos factores físico – geográficos – ambientais – ecológicos, para alicerçar uma das actividades mais lucrativas do País a seguir à exploração de diamantes, o turismo, havendo uma série de factores convergentes que possibilitam o seu amplo desenvolvimento:

  • A existência de paz em todo o seu território, contribuindo para isso a homogeneidade da sua população e a baixíssima densidade populacional.
  • A existência de enormes potencialidades físico – geográficas – ambientais – ecológicas, algumas delas autênticas preciosidades.
  • A existência de capacidade financeira e de mercado (beneficiando da proximidade da ÁFRICA DO SUL).
  • A interligação com estruturas turísticas nos Países circunvizinhos, no âmbito da OKAWANGO AND UPPER ZAMBEZE TOURISM INNICIATIVE (“OUZTI”), nomeadamente a ZÂMBIA, o ZIMBABWE e a NAMÍBIA.
  • A possibilidade de atracção da Comunidade científica Internacional, beneficiando das potencialidades da expressão anglo saxónica.

Com a vantagem da população estar concentrada essencialmente na faixa LESTE do espaço Nacional, o BOTSWANA foi criando RESERVAS e PARQUES NACIONAIS em todo o território a partir duma arquitectura que levou em consideração o facto do KALAHÁRI ocupar o CENTRO GEOGRÁFICO do País, acabando por tirar partido das próprias fraquezas.

A “CENTRAL KALAHÁRI GAME RESERVE”, com uma área de 52.000 km 2, criado em 1961, serve de “homeland” para os bosquímanos, tendo em atenção a necessidade de lhes preservar o ambiente natural e a sua cultura ancestral; não possui equipamento turístico, mas é alvo de “safaris” a partir praticamente de todas a “lodges” e “camps” da REGIÃO, é a maior REGIÃO ecológica e ambiental do País, coincidindo com o CENTRO geográfico, o que quer dizer que todos os demais PARQUES NACIONAIS, estão à sua volta (essencialmente a NORTE e a SUL), o que se torna muito importante, uma vez que o ESPAÇO NACIONAL tem a forma dum quadrilátero, cuja base (a fronteira com a ÁFRICA DO SUL) é o seu maior lado, ou seja, o NORTE acaba por se tornar no ponto convergente.

São os seguintes os PARQUES NACIONAIS que se situam a NORTE da “CENTRAL KALAHÁRI GAME RESERVE”:

  • O “CHOBE NATIONAL PARK” concentra a maior parte do equipamento turístico em duas localidades (ou nos seus arredores) – KASANE e SAVUTI; na primeira, a maior atracção é a enorme concentração de elefantes que se podem encontrar a SUL do LINYANTI. Possui a NORDESTE um PARQUE FLORESTAL em regime de RESERVA, integrado na área do PARQUE NACIONAL. Estão registados 12 complexos turísticos (conhecidos por “lodges”).
  • O “OKAWANGO DELTA”, que inclui o “MOREMI NATIONAL PARK”, considerado a preciosidade do contexto turístico do BOTSWANA, uma vez que aquela REGIÃO assiste ao desaparecimento natural do OKAWANGO no deserto do KALAHÁRI, a NORTE da localidade de MAUN. Existem 43 “lodges”, em pleno PARQUE NACIONAL, ou à sua volta e, para aqueles que visitam a REGIÃO, é escala obrigatória. Por isso MAUN é servido por um aeroporto (o principal aeroporto do NORTE do BOTSWANA e um dos pontos de escala obrigatório no KALAHÁRI, para quem utiliza meios aéreos).
  • O “NGALAGADI TRANSFRONTIER”, que existe no canto SUDOESTE do território, servindo de “homeland” para os bosquímanes mediante um acordo entre os Governos do BOTSWANA e da ÁFRICA DO SUL; uma parte desses bosquímanes são oriundos de ANGOLA, onde primeiro com os Portugueses, integraram os célebres FLECHAS, passando depois da Independência de ANGOLA, a servir as SADF, integrados no BATALHÃO 31.
  • Existem algumas manifestações turísticas, incluindo com equipamentos, na parte LESTE do País, mas não são significativas para o cômputo da indústria turística do País.

16 de Novembro de 2021

 

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