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África SubsaharianaArtículos

¡Democracia secuestrada, «revolución de color» en la calle! Martinho Junior

 

DEMOCRACIA SEQUESTRADA, “REVOLUÇÃO COLORIDA” NA RUA!

A “DEMOCRACIA REPRESENTATIVA” É UMA FARSA, UMA ALIENAÇÃO PRODUTO DAS OLIGARQUIAS SUBSERVIENTES DA ARISTOCRACIA FINANCEIRA MUNDIAL E SUA REFÉM.

Essa democracia refém, determinante em neutralizar por completo a luta contra o subdesenvolvimento crónico e as assimetrias resultantes dos desequilíbrios, desigualdades e injustiças sociais de toda a ordem, é pelo contrário autora e promotora de “apartheid” social, sem outros horizontes para a imensa amplitude colectiva que constitui a humanidade!…

Os instrumentalizados estados que compõem o “hegemon” e o seu sistema de vassalagem, engendram em nome da aristocracia financeira mundial, assim como das oligarquias e elites que lhe são afins, a alienação democrática por todas as vias “soft power” por si culturalmente fabricadas e “reflectidas” ao longo de séculos, como se fosse possível uma subtil e continuada injecção dum poderoso vírus misto de hipocrisia e cinismo, produzido desde a sua própria genética.

A todo o transe a aristocracia financeira mundial parida do lucro que chegou às raias da especulação, procura engendrar as condições para a continuidade duma mentira cujas primeiras vítimas são os próprios povos desses estados!…

… Depois, caindo nesse “princípio” todos por arrasto, as vítimas mais causticadas por décadas e décadas de conflitos, de tensões, de caos, de terrorismo e de desagregação conforme ao carácter da IIIª Guerra Mundial não declarada, são particularmente, entre os emergentes, os estados da ultraperiferia económica global, que compõem o plasma subdesenvolvido, anémico e palúdico do Sul Global, na África, na América Latina e na Ásia!

Entendida a receita de “democracia representativa” nesses termos, esse vírus faz parte da essência de largo espectro inerente ao carácter da própria IIIª Guerra Mundial não declarada, sem a qual jamais poderia prevalecer década após década a própria aristocracia financeira mundial!…

 

01- Sem se ganhar consciência das razões de ser do “hegemon” unipolar, do que nele há de contradição antagónica entre a aristocracia financeira mundial acompanhada das oligarquias e elites afins e os povos de todo o mundo, assim como consciência dos deveres de todos no sentido da lógica com sentido de vida tendo em conta os imensos resgates que essa lógica impõe em nome da civilização global, é impossível fazer avançar a democracia na Terra, a democracia com a liberdade a que todos temos legítima aspiração por igual direito e por igual dever!

A barbárie tem na “democracia representativa” o exercício “soft power” dilecto que garante a concentração da riqueza em 1%, quando os escassos recursos do planeta obrigam, em nome da vida, a equilibrar com segurança e justiça toda a humanidade em todos os recantos da Mãe Terra, até por que o planeta tem vindo a sofrer danos desde o início da revolução industrial!

O contraditório entre essa redutoramente subversiva “democracia representativa” de 1% e a democracia participativa, popular e colectora de protagonismos emergentes e progressistas, cultores do colectivo que implicam, desde logo e cada vez mais o recurso a amplas organizações sociais, passou a ser parte integrante dessa contradição antagónica, é a antítese civilizacional possível face à tese cruenta da barbárie feudal em pleno século XXI!

Para o “hegemon” ou as “democracias representativas” de feição, ou então desencadeiam-se expedientes que trazem uma dose de caos em geometria variável, que quando se radicalizam se assumem sob a forma de “revolução colorida”, “primavera árabe”, ou então a jihad islâmica que irá favorecer tacitamente o desencadear de relacionamentos militares de feição!…

 

02– A “democracia representativa” está assim duma forma geral enferma, particularmente no Sul Global, inquinada desde a sua génese, pelo que lesa a lógica com sentido de vida a ponto de tanto se vocacionar para o capital de lucro colonial ou neocolonial, agora tornado especulativo e até virtual, conforme ao neoliberalismo e assim barbaramente lesar a Mãe Terra esgotando seus recursos sem que ela os possa mais repor!

O consumismo nestas condições, tornou-se numa arma de delapidação antropologicamente “democrática” e portanto inserido num ambiente que pela sua natureza é latentemente propício a qualquer tipo de trama na direcção do “golpe suave” que começa sempre num “soft power” declarado pacífico, para depois passar ao caos e a manifestações musculadas contra os poderes do estado alvo do seu impacto!

A União Europeia nestas condições, autore, protagonista e activista, continua longe de alguma vez conseguir realizar sua própria descolonização mental, pois é parte integrante e partícipe das formatações que vão impactar os alvos no Sul Global e nos emergentes e, muitas vezes, são também aplicadas nos seus próprios tecidos sociais!

Nestes termos a “democracia representativa” é por si um perigoso instrumento de barbárie feudal, capaz de a qualquer momento engendrar neonazismo, neofascismo, ou mais uma guerra de consequências imprevisíveis, ou mesmo abissais, por qualquer que seja a via, mas particularmente pela via virtual, até por que os estados controlados pelos afins da aristocracia financeira mundial, controlados pelo “hegemon” unipolar, estão sujeitos ao “diktat” duma poderosa NATO que é um prolongamento do Pentágono e dos serviços de inteligência estado-unidenses, sem qualquer veleidade democrática e aptos para as guerras psicológicas conformes às “revoluções coloridas” e “primaveras árabes”, tal como está neste momento a fervilhar no Cazaquistão, “escolhido” como alvo preferencial dado o seu papel no estreitamento de relações entre a China Popular e a Federação Russa desde a decisão da abertura das Novas Rotas da Seda, bem no centro da EurÁsia e como tal uma “arma de arremesso” contra toda a Ásia Central e sobretudo contra os dois!

A manobra contra a Rússia e a China não passa só pela Ucrânia, ou por Taiwan, tem componentes geoestratégicos muito amplos e o caso do Cazaquistão é apenas uma das frentes!

Desde o “soft power” que avassala a União Europeia e a molda ao carácter da NATO, até a todo o tipo de violências que alimentam a IIIª Guerra Mundial não declarada do “hegemon” contra o Sul Global e agora os emergentes desde o último dia da IIª Guerra Mundial, de tudo tem acontecido no Sul Global (e agora também contra a China Popular, a Rússia e seus aliados do CSTO), por causa da vocação unipolar de domínio sustentada pela ossatura de mais de 800 bases militares espalhadas pelo mundo, particularmente desde o golpe militar para instalar uma ditadura neoliberal (choque e terapia), um modelo inaugurado no Chile a 11 de Setembro de 1973, um modelo tão lucidamente exposto pela jornalista e escritora Naomi Klein!

Desde aí tudo valeu, a ponto das próprias administrações de Ronald Reagan e de Margareth Thatcher introduzirem a ementa neoliberal no fulcro anglo-saxónico instrumentalizado pela aristocracia financeira mundial e por isso o que foi eclodindo depois da artificiosa implosão da União Soviética com a extinção do socialismo na Europa do leste e consequentemente do Pacto de Varsóvia:

Revoluções coloridas” ou “primaveras árabes” como a título de exemplo ocorreram por duas vezes na Ucrânia (“revolução laranja” e “revolução da Praça Maidan”), ou como ocorreram na Líbia em 2011 introduzindo as seitas jihadistas insufladas a partir das monarquias arábicas que nada têm de democráticas e cujos rendimentos são fruto do extrativismo do petróleo barato, um espectro de afectações em cadeia que alastra por todo o continente africano,

Golpes militares que em África vão-se sucedendo continuamente, em especial no “pré carré” da FrançAfrique,

Golpes institucionais, a partir de vulneráveis aparelhos judiciais, como aconteceu na Bolívia aproveitando as eleições, ou no Brasil…

Ingerências e intervenções de toda a ordem, conforme foi denunciado por William Blum enquanto viveu, ou cruamente expostas por dissidentes lúcidos e eticamente corajosos, como Julian Assange ou Edward Snowden…

Formatadas campanhas de propaganda e contrapropaganda como a que nos entra quotidianamente por via duma Euronews servil à grande mentira neoliberal!

Formatação mental do Sul Global por via dum “soft power” que é insuflado em termos de contínua guerra psicológica, subvertendo de forma cínica e hipócrita os ideais libertários e democráticos, conformando-os o espectro da conveniência do domínio e do seu avulso caudal de vassalagens!…

Os contenciosos contra Julian Assange e as denúncias dos crimes de guerra feitas pelo Wikileaks e contra Edward Snowden que desde as entranhas do National Security Agency denunciou os expedientes que inculcam o caos a partir das vias “soft power” do poder dominante, expuseram também o sangue venoso que anima a “democracia representativa” ao jeito da formatação do “hegemon”!…

 

03– Há toda a legitimidade do Sul Global partir para as democracias populares, participativas e carregadas de protagonismo social, com energia cívico-militar, até por que agora as novas tecnologias podem contribuir para melhor se aprofundar a própria democracia de largo espectro sociocultural, sociopolítico e efectivamente progressista!

Na sequência da sua Proclamação de Independência, em Angola experimentou-se o embrião dessa vocação cívico-militar, quando se teve de generalizar a luta para fazer face ao colonialismo, ao “apartheid” e aos agentes etno-nacionalistas ao seu serviço, sempre propensos ao oportunismo de natureza mercenárias e neocolonial!

Foi com a luta da RPA tornada num embrião digno duma aliança cívico-militar, que foi vencido o colonialismo, o “apartheid” e suas sequelas etno-nacionalistas foram combatidas, mas não houve oportunidade para esse embrião socialista ser aplicado na paz, tal foi a força neoliberal sincronizada com a projecção de Savimbi e com sua formalização em Bicesse como se em Angola houvesse necessidade de implantar outro “arco de governação”!

Quando essa luta acabou formalmente a 31 de Maio de 1991, com o fim da República Popular, do MPLA tornado Partido do Trabalho e das gloriosas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, deixou de haver “trincheira firme da revolução em África” e os impactos neoliberais escancararam as portas injectando a oportunista “democracia representativa” inspirada a partir do “arco de governação” sucedâneo do golpe da NATO em Portugal a 25 de Novembro de 1975, inspirado num etno-nacionalismo cuja expressão foi cultivada laboratorialmente no cadinho colonial, no cadinho do “apartheid” e no cadinho neocolonial introduzido desde o emérito fantoche que foi Mobutu, disposto ao choque e à terapia como nenhum outro historicamente esteve!

O resultado tem sido a subversão predatória contínua, uma tendência que não vai acabar com a luta contra a corrupção por que o que está em causa é a liberdade colectiva do povo angolano, impossível de alcançar com um modelo formatado e inquinado de “democracia representativa” afim aos etno-nacionalismos e por consequência ao exercício de poder de clãs formatados e teleguiados em banho de terapia neoliberal, com aspirações a elitismo e oligarquia, assim como avesso à lógica com sentido de vida, pois nem a atenção devida está a ser dada à água na região central das grandes nascentes em torno do marco geodésico de Camacupa no Bié!

Na América Latina a revolução cubana continua a marcar a cadência duma outra democracia livre da barbárie “soft power” da “representatividade” e criou um modelo participativo, solidário e integrador afim, aberto ao seu povo e a toda a América Latina, um modelo com profundas raízes históricas e socioculturais, que bebe de imprescindíveis que são pilares inspiradores e mobilizadores, como Marti, Bolivar, Sandino, Fidel, Chavez…

As veias abertas ao sangue venoso neoliberal, estão a ser substituídas paulatinamente, entre as dores dum parto gigantesco que já leva várias décadas, pelo sangue oxigenado de poderosas artérias sociais cada vez mais vocacionadas para a participação, a solidariedade, o protagonismo, o patriotismo e para a emergência cívico militar de visão rasgada, cumprindo com as missões de transformação económica e social que, pelo que vão realizando quotidianamente, se tornaram inadiáveis e radiosas!

O “hegemon” unipolar face a essa esforçada emergência que já leva 200 anos após o içar das bandeiras da liberdade democrática, responde com bloqueios, com sanções, com pirataria nos mares e nos bancos, com sabotagens, com ladrões da estirp dum qualquer Guaidó, com cinismo, com hipocrisia, com a exposição de suas bárbaras armas que tão profusamente têm sido utilizadas contra o Sul Global, contra a humanidade e contra a própria Mãe Terra!

Com os olhos de quem foi partícipe na saga da República Popular de Angola enquanto “trincheira firme da revolução em África” e se bateu por ela a ponto de enfrentar os primeiros sinais dos impactos neoliberais na década de 80 do século passado, temos acompanhado a vitalidade cívico-militar que as revoluções cubana e bolivariana têm alcançado com seu povo soberano, com as instituições a ser intrinsecamente protagonistas de seu próprio povo por via de democracias populares participativas e abertas aos protagonismos sociais de largo espectro!

Temos acompanhado desde África vulnerabilizada e tornada pasto neoliberal, como essas dignas democracias fazem frente à subversão inventada pelo poder dominante do “hegemon” e por ele inscritas nas oligarquias e elites vassalas representativas sim de seu próprio poder!

Temos acompanhado as culturas históricas que são soberanas, abertas à liberdade tornada processo contínuo de luta, alcançada de há mais de dois séculos!

Temos acompanhado a resistência ao cinismo e à hipocrisia “representativa” por via da qual o “hegemon” unipolar procura subverter a liberdade e a democracia enquanto um bem comum, colectivo, vocacionado para a sociedade indivisível: a “sociedade civil” é um artifício que divide e separa, a primeira das transversalidades subversivas disseminada onde quer que a subversiva distinção se esteja a aplicar, por que o domínio é feito pela força, senão jamais seria necessário mais de 800 bases espalhadas pelo mundo, jamais seria necessário deslocar para o Afeganistão, o Médio Oriente Alargado uma organização que se diz defensiva no Atlântico Norte!…

Temos acompanhada a saga singular de Julian Assange, que não está dissociada da descaracterização por completo da “representativa” que o “hegemon” unipolar está a procurar formatar suavemente, ou por via da violência, do caos, do terrorismo e da desagregação onde quer que seja mundo fora!

Nesse aspecto Julian Assange é um herói de civilização para toda a humanidade!…

 

04– A União Europeia está minada pela NATO desde a sua fundação e o elitismo afim à aristocracia financeira mundial faz da democracia e da liberdade, um contínuo exercício alienatório, carregado de mentira, de cinismo e de hipocrisia, dando corpo à guerra psicológica contra todos os povos do mundo, desde logo contra os povos europeus, até por que não houve verdadeira descolonização mental e há sobejas provas sobre isso!

A ameaça à China e à Rússia, que no terreno passa sobretudo pela Ucrânia e por Taiwan, são o último sinistro de completa ausência de democracia e de liberdade na tomada das decisões abusivamente em nome dos povos que quantas vezes são utilizados como mercenários ou “carne para canhão” por que a própria paz é subvertida desde suas razões causais, quantas vezes tomando as praças públicas!

É nessa base que proliferam também as “revoluções coloridas” e as “primaveras árabes”, traduzindo quase sempre cisões nas elites e nas oligarquias, o que permite o recurso a meios externos de inteligência das potências da NATO a fim de provocar a tomada do poder!

Os membros do Partido Democrata dos Estados Unidos são exímios nesse tipo de iniciativas com odor a enxofre contrarrevolucionário!

O alvo que é o Cazaquistão não é novo, pois já antes, mas depois da independência, se fizeram “ensaios”!

Já apareceu pelo menos um ex-banqueiro dissidente que se manifesta como da “oposição”, num momento em que na direcção de Almaty são avaliados em 20.000 os membros de grupos de desestabilização que respondem a um comando único em todas as operações de sabotagem e desestabilização que eclodiram desde o dia 2 de Janeiro de 2022!

Uma “revolução colorida”, ou uma “primavera” pode eclodir facilmente, mas sempre de forma manipulada onde quer que seja (a implosão da URSS foi também uma “revolução colorida”, das primeira que houve)…

As condições da crise global galopante de que a pandemia é uma das “novas revelações” estão disponíveis onde quer que seja por que em todas as comunidades e sociedades há mercenários, há oportunistas, há criminalidade de desafortunados e há terroristas potenciais, em particular na ultraperiferia económica que constitui esta África neocolonizada, sujeita à expansão da jihad wahabita/sunita atiçada pelas coligações vassalas do “hegemon” unipolar!

A malparida “democracia representativa” angolana não foge a essa regra por que é fruto duma situação de subdesenvolvimento agravado pela sistemática desestabilização de que o país tem sido alvo, um dia alvo da forma mais dilacerante e sangrenta que se possa imaginar!

Não é segura em condições de globalização neoliberal quando a panóplia de ingerências e manipulações pode facilmente dar continuidade ao caos, ao terrorismo e à desagregação antes protagonizada pelo choque da autoria de Savimbi, que tirando partido do subdesenvolvimento crónico foi nesse aspecto um ás!

Em época de terapia neoliberal o vírus que conduz a uma “revolução colorida” ou a uma “primavera” foi até formalmente instalado em Angola a partir de 31 de Maio de 1991 em Bicesse e os apaniguados de Savimbi, manipulados a partir do exterior podem-se a qualquer momento inclinar para isso completando o trabalho da bomba atómica que produziram sobretudo desde o encontro com os Botha do “apartheid” na Jamba em 1982, por via da “guerra dos diamantes de sangue” dez anos depois do fim do próprio “apartheid” e durante dez anos (de 1992 a 2002), ao “empurrar” milhões de angolanos das áreas rurais para as grandes cidades, onde a informalidade campeia e tomou conta da economia e da sociedade!

Desencadeou-se um processo de formação da elite nacional formatada pelos desígnios externos, uma elite que se candidata a oligarquia e a cisão nas elites que correspondem à classe média-alta, provoca implosão social quando se sistematiza em “oposição”, aumentando o grau de risco estimulando caos, terrorismo, desagregação em sociedades cuja economia é em grande parte informal em resultado de assimetrias agravadas por processos artificiosos.

Sem uma forte aliança cívico-militar como um dia protagonizou a República Popular de Angola inspirada no génio geoestratégico de António Agostinho Neto, os angolanos estão bem à mercê da alienação, das ingerências e das manipulações deste tipo, visíveis em cada esquina aqui na cidade capital pelos contrastes humanos dos “jogos africanos” do neoliberalismo galopante que atingiu Angola desde 1986!

Enquanto majestosas torres entregues aos ratos cumprem a silhueta paisagística da baía de Luanda, nas suas próprias imediações multidões de deserdados pululam emocionalmente intoxicados, como protagonistas meio sonâmbulos meio drogados que lutam pela sobrevivência nos contentores do lixo, ou na arrumação das viaturas dos funcionários que diariamente inundam a baixa, ou nos chamamentos desesperados dos candongueiros que partem para “os congoleses”, autênticos reféns inconscientes desse dilema injectado a partir do exterior num caudal permanente de longa duração, ou seja com a mentalidade ao dispor dessas ingerências e manipulações!

Quando foi banida a aliança cívico-militar cujo embrião Agostinho Neto insuflou, não se deu mais oportunidade do socialismo para construir a paz e escancararam-se as portas ao vírus social global que afecta particularmente as tão vulneráveis sociedades africanas com todo o tipo de injustiças sociais, desequilíbrios de toda a ordem e assimetrias semeadas a partir da subversão patriótica!

Em África, nos termos do choque e da terapia neoliberal, estão todos, duma forma ou de outra presos ao medo de geometria variável inculcado “suavemente”, uma guerra psicológica constante que se estremou no caso típico do jornalista Julian Assange, pois o pavor e o stress formatados, são ingredientes desse choque e dessa terapia que é também um processo laboratorial típico nas “revoluções coloridas”, nas “primaveras”, nas jihades tácitas e na confusão mediática como a que atingiu Cuba por alturas do San Isidro!…

Fica o alerta na primeira intervenção deste ano eleitoral de 2022, por que só assim, lúcida e substantivamente, se pode desejar um Bom Ano em Angola!

4 de Janeiro de 2022

ANEXO: CARTA ABERTA DA MÃE DE JULIAN ASSANGE AO MUNDO