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La exclusión es inherente a la barbarie. Martinho Júnior

 

A EXCLUSÃO É INERENTE À BARBÁRIE.

A “civilização ocidental” faz por à viva força desconhecer que, num dia como hoje, há 8 anos, os ucronazis incendiaram a Casa do Sindicato em Odessa, um dia depois do Dia Internacional do Trabalhador!

Inebriado pelo golpe de estado neonazi de Euro Maidan, o zombi-híbrido UE/NATO inverte os termos ao quebrado divisor: os bárbaros querem sempre passar por paradigmas da civilização, os bárbaros confundem deliberadamente neofascismo e neonazismo com democracia, os bárbaros desconhecem a legitimidade da luta de libertação de todo o Sul Global, quando estão a tentar impor um “apartheid global”, os bárbaros insistem na subversão da paz!

Quanta barbárie exclusivista e promotora de “eterna” exclusão, em pleno século XXI…

 

01- O “fenómeno” excluir é uma evidência capitalista com raízes profundamente feudais, constituindo sem margem para qualquer dúvida, uma amostra do que são as práticas de conspiração que se aplicam desde os tempos fundamentalistas da inquisição cristã…

Na mesa dos senhores das monarquias europeias, não cabiam os plebeus, muito menos os “servos da gleba”, mas as entidades eclesiásticas tinham sempre um lugar de honra…

… Nas cruzadas os “infiéis” eram para abater…

Nas conquistas coloniais os autóctones e os colonizados não eram seres humanos, fossem eles escravos, vencidos ou “indígenas”, excluídos até das partilhas entre as potências “civilizadas” na Conferência de Berlim, excluídos desde suas próprias terras originais…

Na “conquista do oeste selvagem” as nações autóctones foram varridas do mapa, alvo de genocídio atrás de genocídio, até à sua quase completa extinção…

Nas “redes stay behind” da NATO, todas elas foram e são fundamentalistas, retrógradas, racistas e terroristas, como as que se filiam além do mais na Ucrânia, no seguimento do banditismo levado a cabo por Stepan Bandera na IIª Guerra Mundial…

No século XXI, aqueles que resistem e lutam face a essas práticas de conspiração, para a hegemonia unipolar são também para abater… é assim, com a russofobia e o “apartheid global”, que a hegemonia unipolar, acenando a pílula útil da “comunidade internacional”, procura a todo o transe impor-se pela força sobre o resto da humanidade!

Censurar os meios alternativos de comunicação, é a coroa de glória dessa barbárie, que por tabela se está também a fazer sentir sobre os seus próprios povos à mercê da “representatividade exclusiva” das oligarquias transatlânticas e duma atroz censura ao nível da Santa Inquisição!

 

02- Todo o continente africano experimentou durante séculos o anátema da exclusão, imposta pelos que iam “descobrir” o que estava a sul do Bojador…

Africano, passou a ser sinónimo de tráfico de escravos em todas as “feitorias” do litoral que houvesse, onde fossem implantados padrões sinaléticos ou não, pois ainda sem a industrialização, mão-de-obra escrava de seres humanos tratados como mercadoria ou animais, passou a ser decisiva para as usinas de açúcar e os campos de algodão nos mais suculentos terrenos ocupados à genocida força colonial nas Américas!…

As culturas anglo-saxónicas passaram a ser padrões, mestres e reitoras de exclusão, de porfiadas práticas de conspiração contra os povos do Sul Global: o império colonial “ultramarino” era um sorvedouro de recursos para a metrópole e a industrialização, ao substituir a mão-de-obra escrava pelas máquinas, possibilitava o controlo lucrativo da economia e das finanças, deixando para os autóctones os custos, os encargos políticos, administrativos e sociais, as migalhas caídas do manjar dos deuses…

A autodeterminação proliferou assim, nessa cosmética ambígua, cínica e hipócrita: é fácil conectar elites vassalas e acenar com as bandeirolas policromadas da independência e da soberania, autênticos espelhos contemporâneos similares aos espelhos do antigo comércio, durante séculos tornado “tráfico negreiro”!…

Quando se detém o poder económico e financeiro, quando afinal nada mais há senão neocolonialismo visceral promotor de exclusões em cadeia a ponto de fazer fermentar todo o tipo de divisões, de caos, de terrorismo e de desagregação, aproveitando os traumas e as ondas de desespero que essa situação feita de abismos comporta, até a autodeterminação é subvertida!

É essa a essência das doutrinas que seguem as filosofias de Leo Strauss no fulcro do poder da hegemonia unipolar exclusivista, que impõe suas regras subvertendo ou banindo de facto a Carta das Nações Unidas…

Entre as doutrinas aplicadas constam as do âmbito da doutrina Rumsfeld/Cebroski, desde o início do século XXI…

Como pode África alhear-se, ou abster-se do que está a acontecer à Rússia, à China, à Ásia, àqueles que na América Latina resistem, como Cuba Revolucionária, a Venezuela Bolivariana, ou a Nicarágua Sandinista?…

Como pode?…

 

03- A cobiçada Federação Russa, alvo a abater por parte da hegemonia unipolar, tal qual a República Popular da China, Cuba, Venezuela ou Nicarágua, declaram mudança de paradigma em nome da multilateralidade, com toda a legitimidade dos que tanto têm a reclamar por subversão da tão indispensável segurança vital global, a solidária segurança multilateral Não-Alinhada!

A Rússia nos termos actuais em que a segurança vital global, a segurança colectiva, está em causa em função dos desequilíbrios desencadeados pelas práticas constantes de conspiração que motivam a obsessão de hegemonia unipolar, assume neste momento a vanguarda da resistência de todo o Sul Global, com a mudança possível de paradigma, ainda que essa mudança tenha de ser “arrancada a ferro e fogo” em legítima defesa!

A Rússia não tem outra alternativa face à exclusão, à russofobia e ao “apartheid global” e por isso sua resistência vai-se erguer salvaguardando seu imenso espaço nacional, salvaguardando as suas riquezas e as de seus pares na EurÁsia, em África e na América Latina… não há outra alternativa para aqueles que estão dispostos a um exercício saudável, democrático e pacífico de integração, sem pôr em causa independência e soberania, muito para além do patamar “colorido” e “primaveril” da autodeterminação neocolonial que a hegemonia impõe para em exclusividade dispor!

Na Ucrânia como na Transnístria ou ainda outros lugares do mundo (como por exemplo no Cáucaso, ou no Báltico), a afirmação de civilização sopra do leste em nome de todo o Sul Global ávido de segurança vital global, de integração, de solidariedade e de justiça social!…

A Ucrânia está tornada charneira entre a barbárie instrumentalizada desde Euro Maidan, desde a Casa dos Sindicatos em Odessa há 8 anos, com o concurso do zombi-híbrido UE/NATO e a civilização possível que se distende desde as costas do Pacífico pela EurÁSIA fora até à Europa!

Para a Federação Russa, em nome do Não Alinhamento de todo o Sul Global, em nome da lógica com sentido de vida para toda a humanidade, a luta continua!

Se os povos europeus não compreenderem isso, estão condenados a serem uma vez mais carne para canhão em nome da barbárie, quando a Europa, às ordens dos Estados Unidos, se tornar palco do clímax da IIIª Guerra Mundial que começou em Hiroshima e Nagasaki, no outro lado do mundo… lembram-se?!

Círculo 4F, Martinho Júnior, 2 de Maio de 2022.

Imagem: Massacre Na Casa Dos Sindicatos: O Dia Em Que Neonazistas Da Ucrânia Carbonizaram Militantes Comunistas – https://antropofagista.com.br/2022/02/25/massacre-na-casa-dos-sindicatos-o-dia-em-que-neonazistas-da-ucrania-carbonizaram-militantes-comunistas/

 

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