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África SubsaharianaArtículosMundo árabe/musulmán

Argelia consiguiendo el ritmo adecuado. Martinho Júnior

A ARGÉLIA FAZENDO ACERTAR O PASSO…

A ARGÉLIA ENTROU NA MUDANÇA DE PARADIGMA DESDE OS ALVORES DE SUA REVOLUÇÃO.

NENHUM “ENCANTADOR DE SERPENTES” VAI PODER DESVIRTUAR O PAPEL DA ARGÉLIA NA AMPLITUDE DESSA POSTURA HISTÓRICA EM ÁFRICA, NO MAGREBE, NO MEDITERRÂNEO E NO SUL DA EUROPA!

“FrançAfrique” vai ter de explicar como tem contribuído para, em pleno neoliberalismo avassalado, passar dos conceitos que foram aplicados nas acções do fundamentalismo-cristão em jeito de rede “stay behind” na Europa, para as do fundamentalismo islâmico que por tabela e além do Exercício Alcora e seus resíduos neocoloniais, também têm atingido a Argélia e África!

 

01- … Todos os sinais convergem para essa conclusão!

A Argélia ocupa, com o carácter intrínseco do seu Não-Alinhamento e em grande medida, o lugar abruptamente deixado vazio pela Jamairia Líbia e ao acertar o passo, fá-lo também em nome duma África berço da humanidade, que continua a ser vilipendiada pela continuidade neocolonial da colonial Conferência de Berlim!

Os assuntos que dizem respeito a África, ao Magrebe, ao Sahel, ao Mediterrâneo e ao sul da Europa, são fluentes na clarividente ponte histórica argelina, que também foi o “ponto de partida” para a luta armada popular de libertação em África, “de Argel ao Cabo”!

Recordo o manuscrito que em sintonia substantiva nos une a essa saga histórica e geoestratégica, conforme solenemente se afirmou no livro de condolências pelo passamento físico do Comandante Fidel, na residência da Embaixadora de Cuba em Luanda, publicado a 1 de Dezembro de 2016 pelo Página Global:

“… De Argel ao Cabo…

Cavalgando com Fidel!

… Levando o ardor progressista desde contra o baluarte do colonialismo francês no Norte de África…

… Até contra o bastião mais retrógrado e fascista que existia à face da Terra após a IIª Guerra Mundial, em seu perverso domínio em toda a África Austral…

… Precisamente no sentido inverso ao projetado pelo império anglo-saxónico sob inspiração de Cecil John Rhodes… do Cabo ao Cairo…

… Em 55 anos foi de facto um vulcão libertário que sacudiu África e se distendeu, um vulcão libertário cuja energia tem aqui e agora, no berço da humanidade, oportunidade para muito melhor se refletir, se equacionar e inteligentemente aproveitar!…

… Quanto os africanos não têm saudavelmente absorvido do legítimo contributo e histórica responsabilidade revolucionária cubana, por via das armas enquanto houvera que ser, por via da educação e da saúde enquanto nesses 55 anos o foi, o é… e o será no porvir!?

Vencido o colonialismo pelas armas… vencido o “apartheid” pelas armas… vencidas algumas de suas sequelas pelas armas… quando face às bombas nucleares nenhum combatente progressista recuou… a paz, a harmonia e a luta contra o subdesenvolvimento tornou-se mais possível que nunca!…

Agora sim!…

Chegámos com Fidel, com o Che, com Raul, com Ben Bella, com Amílcar Cabral, com Samora Machel, com Agostinho Neto, com José Eduardo dos Santos, com Sam Nujoma, com Nelson Mandela…

… Finalmente…

… À mais legítima aspiração de renascimento comum afro-cubano…

… O futuro abre-se radioso à oportunidade dum vital CABO DA BOA ESPERANÇA!…” 

 

02- Por estes dias o Presidente francês Emmanuel Macron visitou Argel, num exercício que lhe deve ter sido muito condicionado, pois decerto não irá estar capacitado para poder explicar:

  • As razões que levaram a França a unir-se aos anglo-saxónicos para destruir a Jaimiria Lívia e assassinar Kadafi em 2011;
  • As razões que levaram o Mali a denunciar, em fresca data, a ambivalência da França no exercício da Operação Barkane, que levaram à saída compulsiva das Forças Armadas Francesas do seu território;
  • As razões de alguns países europeus como a Espanha da artificiosa monarquia dos Bourbons (enquanto resíduo do franquismo), parceira da França no zombi-híbrido EU/NATO, caucionar o colonialismo do Reino de Marrocos no Sahara;
  • As razões de fundo da “FrançAfrique” ter contribuído para, em pleno neoliberalismo avassalado, passar dos conceitos que foram aplicados nas acções do fundamentalismo-cristão em jeito de rede “stay behind” na Europa, para as do fundamentalismo islâmico que por tabela e além do Exercício Alcora e suas sequelas neocoloniais, também têm atingido a Argélia e África!

Os dirigentes do zombi-híbrido EU/NATO deveriam ter vergonha de colocar os pés em África nos termos em que a hegemonia unipolar se tem afirmado com todo o cortejo de horrores que tem provocado sobretudo desde o início da década de 90 do século passado, inclusive na própria Europa, em especial desde que faz implodir a URSS e a Jugoslávia, a fim de “expandir” o seu ego a ponto de tornar impossível uma segurança vital comum com seus vizinhos a leste e sul!

A Argélia deveria fazer sentir à França que mais um incremento de caos, de terrorismo e de desagregação no Sahel, no Magrebe, no Mediterrâneo e na Europa (para além dos nexos neonazis com o regime de Zelenski semeado pela revolução colorida da EuroMaidan) será mais um adicional sinal neocolonial ao abrigo do Africom, a juntar-se ao cortejo de todos os outros, incompatíveis com a dignidade que toda a África merece!

 

03- Para que não voltasse com uma “mão cheia de nada” por que à Argélia quase nada de novo trouxe, foram assinados a “Declaração de Argel para um renovado emparceiramento” e 4 acordos, (estes na porta de saída do Aeroporto Internacional Houari Boumediene), nos domínios da saúde, do desporto, do ensino e do ensino-superior e ainda a possibilidade do início dum trabalho sobre a história comum, neste caso um ensaio que pode ser um primeiro passo visando o futuro numa plataforma objectiva e mentalmente descolonizada, ao mesmo tempo descomplexada e livre de neoliberalismo!

O que foi assinado está confinado a assuntos explicáveis pela sua natureza “soft power” que poderão ser profícuos bilateralmente, mas nada dizem sobre os respectivos campos de manobra contemporânea, pois enquanto a Argélia Não-Alinhada se identifica com o multilateralismo que marca o Sul Global, pelo contrário a França está em cheque enquanto componente, com perversa participação, no zombi-híbrido EU/NATO, sob a supervisão da hegemonia unipolar, com muito nefastos reflexos no Sahel, no Magrebe e um pouco por toda a África na sintonia que tem feito com o Africom!

Por essa razão e segundo a Agência de Imprensa Argelina e na tentativa de procurar soluções comuns face aos obstáculos contemporâneos… “Il a, par ailleurs, annoncé la décision commune de compléter les dispositifs déjà existants, entre les deux pays, par un Haut Conseil, que nous tiendrons, l’un et l’autre, permettant de suivre la relation et son évolution, ajoutant qu’une réunion des premiers ministres et des membres des deux gouvernements se tiendra, en Algérie, dans les prochains mois, ainsi que de nombreuses autres réunions et visites bilatérales pour fixer l’agenda de coopération entre les deux pays”

A maturidade argelina está a garantir como uma assumida vanguarda de multilateralidade, que “encantador algum de serpentes” possa desvirtuar o papel da Argélia na amplitude de sua postura histórica em África, no Magrebe, no Mediterrâneo e no Sul da Europa!

Círculo 4F, Martinho Júnior, 1 de Agosto de 2022.

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Imagem recolhida de “Visite du Président Macron en Algérie: volonté commune d’instaurer un partenariat renouvelé” – https://www.aps.dz/algerie/144133-visite-du-president-macron-en-algerie-volonte-commune-d-instaurer-un-partenariat-renouvele.

Textos da Agência de Notícias da Argélia:

Outros textos:

Textos de consulta (Martinho Júnior- 2016):

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