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África SubsaharianaArtículosDestacadosImperialismo e Internacionalismo

Desde aquel 11 de septiembre de 1973…

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DESDE AQUELE 11 DE SETEMBRO DE 1973…

COISAS QUE O IMPÉRIO TECE:

DO GOLPE FASCISTA NO CHILE DEMOCRÁTICO, AO ISLÃO RADICAL E AO AFRICOM

A aristocracia financeira mundial é pródiga em reaproveitamentos que são providenciados pela história e a antropologia, mas segundo a visão das culturas anglo-saxónicas e da textura interpretativa das exclusões de que ela tem sucessivamente feito uso, em função da obsessão de elitismo e domínio!…

Ao invés de cultivar capacidades de integração, o império desagrega e daí para a abertura de portas ao caos e ao terrorismo, vai um pequeno passo!

Essa aristocracia aproveita-se dos factos antropológicos e sociológicos desde a época do feudalismo, senão não haveria a ingerência e a manipulação em relação a outras culturas, assim como em relação a contraditórios nessas culturas, quantas vezes (sempre que há interesses e conveniências dos processos dominantes) em jeito de “choque de civilizações”, “choques étnicos” ou “choques religiosos”!…

O império erigido de forma unipolar em função dessa aristocracia migrada a partir da velha Europa (séculos XVII, XVIII e XIX), tornou-se excludente e ferozmente antropocêntrico desde a expansão para oeste em território que deu corpo aos Estados Unidos, começando pelo genocídio das populações autóctones, a anexação pela força de espaços francofones e latinos na América e a afronta brutal aos afrodescendentes que começaram por ser escravos!…

O império da hegemonia unipolar, sempre que busca novas doutrinas para melhor dominar, recorre à bárbara exclusão que se torna parte da essência de seus propósitos e práticas: as práticas da barbárie demonstram, pelas suas próprias pistas, que a única teoria de conspiração é a ideologia do domínio e os multiplicados alvos com milhões e milhões de vítimas, comprovam-no ao longo dos três últimos séculos, por que são a substância de efectiva prática de conspiração contra a humanidade e o planeta!

A IIIª Guerra Mundial do império da hegemonia unipolar contra o Sul Global, começou quando acabou a IIª Guerra Mundial: a sede de lucro resultou na exploração desenfreada de matérias-primas a baixo custo, explorando a mão-de-obra barata que as transnacionais encontraram desde o inventário produzido em tempo colonial.

Por causa dessa opção dominante, a “Guerra Fria”, um pretexto contra as concepções e práticas socialistas, excluiu sempre o protagonismo do Não Alinhamento activo do Sul Global e reduziu tudo ao que mais interessava ao capitalismo rampante do império: o combate sem tréguas ao “comunismo”, passando toda e qualquer contrariedade a ser indexada a ele!

Com essa ilusão, escondeu que foi no Sul Global que escolheu as dramáticas frentes de batalha militarmente musculada, enquanto enfrentava por via dos serviços de inteligência, sobretudo os membros do Pacto de Varsóvia e a URSS!

De barbárie em barbárie, acabando com a URSS e com o Pacto de Varsóvia, seu omnipresente curso persiste, quando a esgotada humanidade e o esgotado planeta chegaram ao abismo.

De facto o homem tornou-se, em função do domínio imposto pelo império da hegemonia unipolar, uma espécie irracionalmente decisória que se colocou por fim em risco final!

As práticas contemporâneas de conspiração em África comprovam-no dialeticamente, marcando o que à civilização diz respeito, face à barbárie!

 

01– A administração republicana de Ronald Reagan não fugiu a essa regra essencial à “construção” do império da hegemonia unipolar à custa da decomposição da humanidade e do desrespeito pela Mãe Terra, antes pelo contrário: mudou o paradigma de (in)flexão, a fim de impor a gestão da economia e das finanças que criou e recriou introduzindo a moeda do domínio global, o neoliberalismo e a especulação financeira sem limites, ao mesmo tempo que se apossava das riquezas e (sobre)explorava a mão-de-obra barata que tinha obrigatoriamente que ser dócil, manipulável e agradecida… subtilmente alienada, iludida e escrava! (https://williamblum.org/aer; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/09/02/africa-pantano-neocolonial/).

O momento foi de “celebrado apogeu”: reconvertido o império britânico que se desfez dos encargos político-administrativos, passou a vigorar uma Commonwealth na base de interesses das oligarquias e das elites, que de forma “inteligente” adaptou e formatou a própria cultura anglo-saxónica, tornando-a num fluxo universal “soft power” que projectou simultaneamente os bancos de tutela da aristocracia financeira mundial (num sistema de vassalagem económica e financeira, das oligarquias e elites coligadas), as transnacionais de sua posse e, por fim, a ascensão de Ronald Reagan e de Margareth Thatcher, coroando a “democracia”! (https://williamblum.org/books/americas-deadliest-export; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/09/10/la-europa-de-la-senilidad-mental/).

Com a vocação neoliberal instalada, revigorou-se o atlantismo, a própria NATO e as suas redes “stay behind” de carácter neonazi no quadro das novas projecções globais, sobre os escombros dum socialismo que pelos burocráticos interstícios implodiu sem alternativa, sobre os escombros do Pacto de Varsóvia e com a proclamada festa do derrube do muro de Berlim, em nome da liberdade! (https://www.nato.int/; https://www.britannica.com/topic/Berlin-Wall; https://paginaglobal.blogspot.com/2020/04/quarentena-para-o-mpla.html).

Estava assim inaugurada pelo império dominante e impante de hegemonia unipolar, a “New Word Order”, logo no início do século XXI que, sempre que impulsionasse uma mudança de paradigma, passou a ter algo para tácita e simbolicamente derrubar… conforme atestam os acontecimentos do próprio 11 de Setembro de 2001!… (https://courses.lumenlearning.com/suny-ushistory2os2xmaster/chapter/a-new-world-order/; https://prospect.org/justice/new-world-dis-order/).

 

02– A aristocracia financeira mundial não teria alguma vez chegado aos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001 sem antes recolher os múltiplos “ensinamentos” do “laboratório” do 11 de Setembro de 1973 no Chile, cujos acontecimentos correm logo no início dos processos do capitalismo neoliberal!… (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17289; https://williamblum.org/books/killing-hope; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/09/12/salvador-allende-la-vida-por-la-dignidad-de-chile/).

 

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A 11 de Setembro de 1973, a administração republicana de Richard Nixon decidiu sobre o golpe de estado contra o eleito democraticamente Presidente Salvador Allende, inaugurando o “laboratório neoliberal” resultante do conluio entre Pinochet e os “rapazes de Chicago”; esta é uma das últimas fotografias do Presidente Salvador Allende vivo, tirada quando o Palácio La Moneda estava a ser bombardeado pela aviação militar chilena; “Quién fue el último fotógrafo de Salvador Allende en La Moneda?” – https://www.latercera.com/noticia/quien-fue-ultimo-fotografo-salvador-allende-la-moneda/

Foram 30 anos de maturação até ao inaugurar da doutrina Rumsfeld/Cebrowski, de administração republicana em administração republicana com a sustentação fulcral do “loby” da energia, do armamento e da droga (cocaína e heroína, respectivamente em função da Colômbia e do Afeganistão) tudo implicado na fermentação do “estado profundo”, consolidando-se a esteira da IIIª Guerra Mundial contra o Sul Global: (http://www.thirdworldtraveler.com/Blum/US_Interventions_WBlumZ.html; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/01/11/ahi-esta-la-iii-guerra-mundial/; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/08/03/el-sur-para-servir/).

Em 1973 (golpe fascista no Chile), estava na Presidência dos Estados Unidos o republicano Richard Nixon… (http://www.thirdworldtraveler.com/Blum/Chile_KH.html; https://www.perfil.com/noticias/internacional/nixon-y-pinochet-top-secret-sensitive-eyes-only-20061212-0057.phtml; https://impresa.lapatria.bo/?t=allende-nixon-y-pinochet&nota=286603; https://en.wikipedia.org/wiki/United_States_intervention_in_Chile).

Entre 1981 e 1989 o Presidente era o republicano Ronald Reagan (que impulsionou os “freedom fighters” e as redes de inteligência agenciadas no AfPaq), base para os futuros protagonistas do caos, do terrorismo e desagregação no Médio Oriente Alargado e em África… (https://williamblum.org/chapters/killing-hope/afghanistan; https://williamblum.org/chapters/killing-hope/angola; http://whale.to/b/blum2.html; https://pt.wikipedia.org/wiki/Doutrina_Reagan; https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Ciclone; https://www.britannica.com/topic/Berlin-Wall; https://archives.globalresearch.ca/articles/CHO111A.html).

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Com a “doutrina Reagan”, a 16 de Junho de 1986, o Presidente Ronald Reagan encontra-se com os Mujahideen do Afganistão, na sequência do apoio aos “freedom fighters”, entre eles Osama Bin Laden, via Paquistão, em 1982 – http://content.time.com/time/magazine/article/0,9171,141478,00.html; https://www.youtube.com/watch?v=VaK_CZk-0Rg; https://archives.globalresearch.ca/articles/CHO109C.html; https://www.globalresearch.ca/the-truth-behind-9-11-who-is-osama-bin-laden-2/3198; https://www.youtube.com/watch?v=c9RWtx8myQc; https://www.youtube.com/watch?v=PfwiqW8eyD4

Seguiu-se-lhe, até 1993, outro republicano, o Presidente George H. W.Bush que havia sido antes, durante a regência de Gérald ForD (outro republicano), Director da CIA e Vice-Presidente de Ronald Reagan (consolidou as linhas de opção neoliberais do anterior ocupante da Casa Branca); o seu discurso sobre a “New World Order” precisamente a 11 de Setembro de 1990, ocorreu como corolário do seu trajecto cheio de “bons serviços”, entre eles os encargos da direcção da Operação Condor… … (https://en.wikipedia.org/wiki/George_H._W._Bush; https://www.dallasnews.com/opinion/commentary/2017/09/08/the-other-9-11-george-h-w-bush-s-1990-new-world-order-speech/; https://www.youtube.com/watch?v=8DtEcZ3cfg4; https://millercenter.org/president/bush/foreign-affairs; https://millercenter.org/the-presidency/presidential-speeches/september-11-1990-address-joint-session-congress; https://www.youtube.com/watch?v=VaK_CZk-0Rg; https://www.youtube.com/watch?v=Ll_GjnDCbjk).

A doutrina Rumsfeld/Cebrowski foi determinante com o Presidente George W. Bush, (filho do anterior Presidente e criador do AFRICOM), no poder entre 2001 e 2009… (https://millercenter.org/the-presidency/presidential-speeches/september-11-2001-address-nation-terrorist-attacks; https://fpif.org/how-bushs-new-world-order-became-trumps-no-world-order/; https://edition.cnn.com/2001/US/09/20/gen.bush.transcript/; https://www.voltairenet.org/article197501.html;

https://www.voltairenet.org/article197562.html; http://yourdemocracy.net.au/drupal/node/35479; https://archives.globalresearch.ca/articles/CHO110A.html).

Com a administração Trump a disseminação de caos, terrorismo e desagregação resultantes do que vem detrás pela via republicana a espaços intercalada com a democrata, em África tem vindo a tornar-se mais intensa, atingindo-se claramente o patamar da neocolonização, apesar de em relação ao Médio Oriente Alargado começarem a haver indicadores de profundas alterações na forja!… (https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_presidentes_dos_Estados_Unidos; https://fort-russ.com/2020/09/trump-pulls-a-fast-one-on-imperialist-oil-oligarchs-allows-syria-to-regain-oil-fields-through-russia/?utm_medium=ppc&utm_source=push&utm_campaign=push%notificationss&utm_content=varies).

Os republicanos foram os reitores em relação às mudanças de paradigma mais sensíveis, em alguns casos as mais brutais, a ponto das administrações democratas confirmarem a regra depois da administração de Jimmy Carter, entre 1977 e 1981!… O loby dos minerais interconecta-se com o loby da energia, do armamento e das drogas!… (https://pt.wikipedia.org/wiki/Jimmy_Carter).

No início da década de 80 do século XX, as opções do “estado profundo” foi decisivo para a escolha da ascensão de Ronald Reagan e com ela a intervenção dos seus “freedom fighters” noutras partes do mundo: na Nicarágua, no Afeganistão, em Angola, em Moçambique… abrindo à força as portas dos alvos que quiseram subverter, confundir e dividir para melhor reinar, a fm de instalar seu poder dominante numa “New World Order” que era fundamentalista na sua saga “anticomunista”!… O capitalism0 precisa sempre dum inimigo, nem que tenha tacitamente o criar!… (https://www.youtube.com/watch?v=VaK_CZk-0Rg; https://www.globalresearch.ca/towards-a-new-world-order-the-global-debt-crisis-and-the-privatization-of-the-state/5709755).

Para o neoliberalismo desse modo se tornou “congenitamente” necessário provocar choque e pavor (aglutinando expedientes fundamentalistas, ultraconservadores e expedientes liberais “monetarizados”), a fim de introduzir a persuasão da nova terapia que o caudal da inteligência do império de antemão preparava e impunha por via das transnacionais e dos poderosos media afins… para tal, protagonistas agenciados não faltavam, particularmente quando o rótulo era o combate “contra o comunismo”, confirmando o poder anglo-saxónico e sua panóplia de casas bancárias a cheirar a bafio feudal!… (https://www.usatoday.com/story/news/world/2013/04/08/thatcher-reagan-political-soulmates/2063671/).

Havia por isso, num novo paradigma, que testar o neoliberalismo como fórmula de abate de qualquer projecto de natureza socialista, por mais democrático que ele fosse e isso fez-se com a doutrina neoliberal dos “rapazes de Chicago”: choque e pavor, “capitalismo de desastre”, preparando o terreno para a terapia e a espiral de caos, terrorismo e desagregação pelo meio, quando, duas décadas e meia mais tarde, surgiu a vertigem da doutrina Rumsfeld/Cebrowski! (https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Naomi-Klein-sobre-Capitalismo-de-Desastres-/4/47962; https://plutocracia.com/artigos/grupo_carlyle_ligacoes_bush_bin_laden.html).

O neoliberalismo tornou-se num galopante “capitalismo de desastre”, que ao mesmo tempo consome sem reposição os recursos da Mãe Terra, esgotando em meio ano o que estaria nos limites em um ano! (http://juntegente.org/2019/02/16/video-del-los-desastres-del-capitalismo-al-capitalismo-del-desastre-resistencias-y-alternativas/; http://climacom.mudancasclimaticas.net.br/capitalizando-o-caos-mudancas-climaticas-e-capitalismo-de-desastre/; https://paginaglobal.blogspot.com/2016/09/ultimato-da-terra-irracionalidade-humana.html).

Em 1992 na Conferência sobre o clima no Rio de Janeiro, o Comandante Fidel fez a previsão justa para a época e a ele se deve o alerta para os tempos que desde então decorrem!… (https://www.youtube.com/watch?v=JF67BSRjTYc).

O cientista-visionário Comandante Fidel tornou-se nesse sentido num revolucionário estadista, acima de qualquer outro dirigente do século XX e XXI e conseguiu transmitir ao seu povo e a toda a humanidade a esperança apontada substantivamente a um mundo melhor!… (http://www.cubadebate.cu/opinion/1992/06/12/discurso-de-fidel-castro-en-conferencia-onu-sobre-medio-ambiente-y-desarrollo-1992/#.V87iwGJo1y0; https://rebelion.org/fidel-y-su-filosofia-de-la-vida/; http://rio20.net/pt-br/propuestas/declaracao-universal-dos-direitos-da-mae-terra/).

Com o neoliberalismo e por vocação do império, a desagregação nas sociedades dava uma ajuda aos processos de domínio anglo-saxónico e nisso a “democracia representativa multipartidária” no Chile não tinha que ser poupada logo no início dessa “marcante” processo histórico e antropológico, dados os interesses e conveniências das transnacionais “no terreno”… (https://dialogosdosul.operamundi.uol.com.br/america-latina/60460/anatomia-de-um-golpe-ii-a-historia-do-11-de-setembro-no-chile-por-paulo-cannabrava-filho).

Nessa altura a mudança de paradigma começava a obrigar à mudança de velocidade: do compasso “moderado” da revolução industrial estava-se a passar ao compasso “vertiginoso” da revolução das novas tecnologias e a transnacional das comunicações ITT no Chile foi a marca do início desse momento, um momento-ensaio da “Operação Condor”, estendida a toda a América Latina! (http://www.memoriachilena.gob.cl/archivos2/pdfs/MC0016021.pdf; https://en.wikipedia.org/wiki/Operation_Condor).

 

03– Na década de 80 do século XX, o tandem neoliberal Ronald Reagan / Margaret Thatcher lançou no Médio Oriente Alargado as plataformas de combate “anti comunistas”, reciclando seus próprios sistemas de inteligência e dos seus “providenciais parceiros”, entre eles os do Paquistão, a fim de catapultar os “freedom fighters”! (https://archives.globalresearch.ca/articles/BRZ110A.html; https://adst.org/2016/07/extra-special-relationship-thatcher-reagan-1980s/; https://www.youtube.com/watch?v=sgiTTSNGwmU).

Tudo obedecia ao rótulo de “Guerra Fria” (designação veiculada pelos processos dominantes do império anglo-saxónico), mas os movimentos operativos (de inteligência, militares e financeiros), ao se passarem de facto no Sul Global tornaram-se flexíveis no seu carácter e nos modelos de direccionamento e (re)aproveitamento operativo… (https://www.nationalgeographic.com/culture/topics/reference/cold-war/).

Essa iniciativa visou sobretudo desgastar, durante toda a década de 80, a URSS na Ásia Central e particularmente no Afeganistão e contribuiu para a implosão da própria URSS, assim como para o fim do Pacto de Varsóvia e para a simbólica queda do muro de Berlim sob o rótulo de triunfo da liberdade no início da década de 90! (https://www.nato.int/cps/en/natohq/declassified_135844.htm; https://www.khanacademy.org/humanities/us-history/postwarera/postwar-era/v/origins-of-the-cold-war).

Os “freedom fighters” da ocasião, na Nicarágua, em Angola e no Afeganistão, tornaram-se assim na base de mobilização humana para a plataforma de caos, terrorismo e desagregação inaugurada por George W. Bush, sob os auspícios da doutrina Rumsfeld/Cebrowski desde o início do século XXI, tirando partido das acções levadas a cabo pela Al Qaeda e seus disseminados apêndices, distribuídos como colmeias de jihadismo pelo Médio Oriente Alargado e por África!… (https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/09/02/africa-pantano-neocolonial/; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/09/06/mozambique-en-retales/).

Os “freedom fighters” da década de 80/90, reciclaram-se nas redes radicais do fundamentalismo islâmico sunita/wahabita que tacitamente servem ao “jogo” da proliferação neocolonial de bases do CENTCOM/EUROCOM/AFRICOM/NATO, pois na ausência dos “comunistas” fabricou-se tacitamente um novo inimigo, com aqueles que estavam mesmo ali à mão, sobretudo à mão dos interesses e conveniências “coligadas” no petróleo, no gás e… na droga! (https://www.airforcetimes.com/flashpoints/2018/05/13/following-niger-ambush-pentagon-promises-more-air-support-in-africa/; https://inpud.wordpress.com/2011/02/04/the-western-drug-imperialism/; https://www.researchgate.net/publication/233477126_THE_US_WAR_ON_DRUGS_IN_AFGHANISTAN).

Em Angola como rescaldo directo na sequência do enlace de Ronald Reagan com Savimbi, a “guerra dos diamantes de sangue” (entre 1992 e 2002), foi o choque entre contrários que abriu espaço à terapia liberal, com base na “trincheira oposta” sistematizada em função do extractivismo do petróleo!… (https://www.youtube.com/watch?v=Xt2hVETc9Xs; https://www.voaportugues.com/a/savimbi-zangou-se-com-os-eua-apos-as-eleicoes-de-1992-116742289/1259616.html; https://www.reaganlibrary.gov/research/speeches/063088a; http://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/politica/2019/11/49/Durao-Barroso-destaca-papel-Angola-Africa-Austral,f7eacbe1-b2d0-443a-b92f-9e8389669456.html).

No AfPaq (Afeganistão/Paquistão) foi providencial para o agenciamento da Al Qaeda e sua tácita disseminação “transversal”, sobretudo pelo Médio Oriente Alargado e por África, de forma a, aproveitando as linhas seguidas desde a administração de Ronald Reagan, estabelecer em África o “jogo” neocolonial contemporâneo desde o paralelo do Sahel (do Senegal à Somália)… (https://www.breizh-info.com/2019/04/11/116345/afrique-bernard-lugan-raconte-et-decrypte-les-guerres-du-sahel/; https://www.lemonde.fr/afrique/video/2020/01/11/comprendre-la-guerre-au-sahel-avec-des-cartes_6025547_3212.html; https://www.youtube.com/watch?v=630I2jRzGqw; https://www.youtube.com/watch?v=_yBk8ToitEE; https://www.youtube.com/watch?v=lUxcRQu_9l4).

Em África, o impulso tácito ao jihadismo radical, sunita/wahabita, está inteligentemente a cavalo na confrontação milenar entre culturas africanas de nomadização e as culturas africanas de sedentarização, sobretudo onde há competição na disputa de espaço vital (caso das bacias do Níger, ou do troço norte/nordeste da bacia do Congo, ou dos Kivus no leste da RDC e na base ocidental dos Grandes Lagos, ou ainda do Lago Chade, entre a Nigéria, o Níger, o Chade e os Camarões)… (https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-101X2014000100022; https://www.dw.com/pt-br/povos-n%C3%B4mades-as-primeiras-v%C3%ADtimas-do-aquecimento-global/a-6366090; https://gauchazh.clicrbs.com.br/mundo/noticia/2019/07/adaptar-se-lutar-ou-desaparecer-o-dilema-dos-nomades-fulani-na-africa-cjxywg22500pm01pizoga800f.html; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/09/02/africa-pantano-neocolonial/).

Para o império da hegemonia unipolar, a fim de “dividir para melhor reinar”, em África há que mexer nas colmeias jihadistas dentro das áreas culturais da nomadização e num momento em que elas são postas à prova perante o aquecimento global que afecta o seu modo de vida acima dos riscos ancestrais, espalhando-as em direcção às áreas culturais da sedentarização, aumentando as disputas e as tensões onde está mais garantida a segurança vital, nem que tenha de se introduzir nos governos nacionais, ou mexer com os cordelinhos da ONU… (https://www.thedefensepost.com/2019/09/18/us-africom-townsend-g5-sahel-mali-burkina-faso-niger/; https://www.voltairenet.org/article144844.html; https://www.thedefensepost.com/2019/09/03/guterres-un-funding-g5-sahel-joint-force/).

Sob a ameaça do fundamentalismo islâmico mais radical, os tão vulneráveis estados africanos desenhados na colonial Conferência de Berlim em finais do século XIX, são presas fáceis desse “jogo” por que para sobreviverem face à instalação do caos, do terrorismo e da desagregação (Aqmi, Boko Haram, Seleka ou al Shabaab), não têm outra alternativa senão tacitamente justificar a instalação do complexo AFRICOM/NATO! (https://www.thedefensepost.com/category/africa/; https://www.africom.mil/; https://www.voltairenet.org/mot2299.html?lang=fr).

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A 16 de Setembro de 2019, aproveitando a lucrativa trilha desde o 11 de Setembro de 1973, o novo Comandante do AFRICOM forja as “parcerias G-5”, tendo como antecedente os “êxitos” na Somália; na foto: encontro com o agora deposto por golpe militar, Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Keita – https://www.thedefensepost.com/2019/09/18/us-africom-townsend-g5-sahel-mali-burkina-faso-niger/

Sobrevivendo sobre o arame dessas tensões, os vulneráveis estados africanos sujeitam-se assim e além do mais, a golpes de estado militares, como aconteceu por estes dias no desamparado Mali, à sombra da “Operação Barkane” e dos drones da Base Aérea 201 em Agadez, no Níger!… (https://www.lepoint.fr/afrique/macron-au-niger-pour-soutenir-les-troupes-deployees-dans-l-operation-barkhane-22-12-2017-2181927_3826.php; https://www.youtube.com/watch?v=6AVbDK_EKAM; https://www.jeuneafrique.com/tags/operation-barkhane/; https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/2018042411062701-eua-base-africa-niger-construcao/).

É em função do reaproveitamento de toda essa trajectória de barbárie sobre barbárie, que tanto precisa de criar inimigos, que foi gerado o AFRICOM com o objectivo de “combater os terroristas” que outrora eram antigos “freedom fighters”, ou hoje, em algum lugar, em alguma época, “coligados de ocasião”!… (https://www.africom.mil/).

 

Luanda, 15 de Setembro de 2020.

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