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El multilateralismo equivale a la liberación posible para toda la humanidad. Martinho Júnior

A MULTILATERALIDADE É A EQUAÇÃO DA LIBERTAÇÃO POSSÍVEL PARA TODA A HUMANIDADE

» Fiel filho de minha Pátria, ingressei voluntariamente nas fileiras do Exército de Libertação da Ucrânia e com alegria juro que lutarei fielmente contra o bolchevismo pela honra do povo. Esta luta estamos travando junto com a Alemanha e seus aliados contra um inimigo comum. Com lealdade e submissão incondicional, acredito em Adolf Hitler como líder e comandante supremo do Exército de Libertação. A qualquer momento estou preparado para dar minha vida pela verdade”.

Consta em “Quem são os nacionalistas integrais ucranianos?” – https://archive.ph/H4kIU

 

O SANCIONAMENTO DOS RESISTENTES AO “HEGEMON” UNIPOLAR, VAI TER UM FIM.

Ao adoptar a hegemonia unipolar, os Estados Unidos tentam isolar, por via de métodos nazis, as resistências ao seu próprio projecto bárbaro de domínio, procurando asfixiá-las uma a uma, isolando-as como se fossem organismos cancerígenos prontos a fazer desaparecer do mapa do Sul Global.

São esses os termos inerentes da IIIª Guerra Mundial em curso de há mais de 75 anos a esta parte, numa longa lista que nem a paciência de William Blum esgotou!

Tem sido assim em relação à heroica República de Cuba (e por isso também a bloqueiam de há mais de 6 décadas), tem sido assim em relação à República Árabe Síria trespassada pelo caos, pelo terrorismo e pela desagregação, tem sido assim em relação à República Popular Democrática da Coreia, tem sido assim em relação à República Bolivariana da Venezuela, tem sido assim em relação à República Islâmica do Irão e procuram, desde o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas no início dos anos 90 do século XX, que seja assim em relação à Federação Russa.

Para levar a cabo essa tarefa o império assumiu, por via dos “straussianos”, carácter nazi que tenta esconder, ou esbater, animando regimes afins, cobrindo todo o espectro de retóricas disponíveis, desde a de “regimes ditatoriais” de feição, a “regimes democráticos” seus vassalos e reféns, passando por todos os “emparceiramentos”

A última “performance” é o “ariete” neonazi apontado contra a sobrevivência da Federação Russa, que constitui o regime da Ucrânia instalado pelo Nobel da Paz que dá pelo nome de Barack Hussein Obama, desde antes os ingredientes sociopolíticos do golpe EuroMaidan em Kiev, 2014.

 

A SOBREVIVÊNCIA DA RÚSSIA É UM FACTOR DE LIBERTAÇÃO PARA TODA A EUROPA.

A Federação Russa, parte integrante do Não-Alinhamento fomentador de emergência e multilateralidade, ao lutar pela sua própria sobrevivência contra o vasto espectro nazi que dá corpo à hegemonia unipolar, é um factor de relevo para a libertação de toda a Europa, com repercussões no resto do mundo.

Os discursos sucessivos do Presidente Putin são reveladores do enorme esforço da multilateralidade em curso, no sentido de resgatar a Europa do anátema da vassalagem cujo conteúdo é o zombi-híbrido EU/NATO.

Sem reservas de matérias-primas, jamais será o “hegemon” a entidade capaz de conduzir a União Europeia ao concerto justo das nações, dos estados e dos povos, antes pelo contrário, fará crescer ainda mais a dependência e a vassalagem, ainda que acima dos limites (é para isso que ocupam militarmente)!

A ave de rapina que constitui a política externa dos Estados Unidos, ao incrementar medidas económicas protecionistas que também atingem a Europa em crise, lançará as nações, os estados e os povos europeus em acentuada decadência, no momento em que as tecnologias europeias podem ser amplamente negociadas no resto do mundo, em especial numa Ásia onde cruzam as Novas Rotas da Seda, do Pacífico ao Atlântico disseminando cooperação, solidariedade e justo “ganha-ganha”

O “hegemon” faz tudo o que é possível, em função do seu carácter nazi, para continuar a amarrar curto a Europa (e os outros continentes, apesar das desvantagens enormes que já tem na Ásia), reforçando as suas bases militares no EuroCom, AfriCom e SouthCom, inculcando em todos eles a ideologia nazi que “providenciam” também para os organismos reféns da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Assim os acontecimentos na Ucrânia, que tiveram início no começo do século XXI em função das redes “stay behind” ao longo de todo o século XX, não se circunscrevem àquela região, antes fluem em toda a Europa, com uma evidência: a crise redundante da destruição da infraestrutura e estrutura energética na Ucrânia que agora se faz sentir, é concomitante ao “efeito boomerang” das sanções malparadas da União Europeia contra os produtos energéticos russos (petróleo e gás), em obediência à hegemonia unipolar.

…Tudo isso resulta comprovadamente duma paciente colectânea de redes “stay behind” ao longo de todo o século XX, algo a reter para filtrar o que é o “hegemon”!…

A libertação da Europa, está a entrar numa fase acelerada de radicalização entre hegemonia unipolar e a multilateralidade, pelo que a União Europeia, mesmo continuando no espectro ideológico-nazi da russofobia e do “apartheid global”, só poderá encontrar abrigo nas vias que se distendem desde a República Popular da China, as Novas Rotas da Seda transcontinentais e transoceânicas.

De diversos modos a Federação Russa participa dessa equação, por onde passam algumas dessas rotas continentais, a que acresce agora a navegação pelo Árctico durante todo o ano, encurtando as ligações marítimas entre o Pacífico e o Atlântico (os novos quebra-gelos atómicos russos já garantem essa navegação todo o ano).

 

UMA LUTA ARMADA INTELIGENTE NA UCRÂNIA.

A Federação Russa leva a cabo uma luta armada de libertação inteligente na Ucrânia, intimamente associada à sua vontade de sobrevivência e ao início da libertação da Europa das garras do “hegemon”!

A Federação Russa é actualmente Não-Alinhada e os seus vínculos reflectem-no, como no caso do relacionamento com a Argélia, que em Espanha é tido como uma “ameaça”, depois do Reino Espanhol alinhar com o Reino de Marrocos no que à continuação da colonização do Sahara diz respeito.

O Sahara é a última colónia africana e a cumplicidade dos dois Reinos é um indicador de quão refractária à descolonização se encontra a Europa!

A Rússia, cuja expressão na Ucrânia agora oscila pendularmente entre Donbass e Nova Rússia, procura levar a cabo uma operação que pode durar mais que uma década, sabendo que as transformações da libertação da Europa estão ainda muito longe de culminar, com todos os desafios e riscos que há por vencer.

De certo modo com isso, a Rússia está em sintonia com os planos quinquenais da China que se estão a arquitecturar até ao ano de 2050.

A multilateralidade avalia que serão as profundas alterações internas nos Estados Unidos que irão produzir as significativas alterações globais, pois os que abandonarem o “hegemon” têm lugar no Não-Alinhamento, incluindo, um dia, os próprios Estados Unidos.

Se os Estados Unidos no início da década de 90 do século passado, ao invés da busca incessante de domínio tivessem enveredado pela racionalidade multilateral (o planeta não suporta mais a exploração dos recursos nos termos do que o império tem preconizado), a humanidade não teria mais os dilemas que em parte foram balanceados na última Cimeira sobre o clima, praticamente inconclusiva.

Então a cadência da luta de libertação da Europa molda a cadência da libertação na Ucrânia e a configuração das medidas militares, que passaram a inscrever a “desenergiazação” nos programas contra o nazismo (desnazificação e desmilitarização).

A luta continua!

Círculo 4F, Martinho Júnior, 19 de Novembro de 2022.

CÍRCULO 4F.


Imagen: Matando a Esperança – Intervenções militares dos EUA e da CIA desde a Segunda Guerra Mundial – https://williamblum.org/books/killing-hope/

Alguns textos em suporte:

Algumas intervenções de Martinho Júnior:

 

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