Entre Donbas y Nueva Rusia
ENTRE DONBASS E NOVA RÚSSIA.
UM “OCIDENTE” QUE SE ESVAI
A Federação Russa continua a capacitar-se, de forma organizada, planificada e segura, para enfrentar paulatinamente a década dos anos 20 do século XXI, sabendo que os cálculos abarcam para além da “micro” Ucrânia, os mais amplos tabuleiros ao redor de suas imensas fronteiras e na profundidade intestina do “hegemon”.
A Ucrânia é apenas um peão entre torres, cavalos, bispos, a dama Britânica e o Rei nu que alucinadamente desfila globo fora desde o meio escondido Potomac!
Daqui a pouco mais de um mês a “Operação Especial” fará um ano, um percurso temporal curto que no entanto serviu para muitas experiências que previsivelmente foram muito mais que um processo proactivo localizado e cirúrgico…
A refinação desse processo tornou-se numa constante preocupação essencial para a sobrevivência da Federação, preocupação essencial nos termos de sua segurança vital.
O esforço de libertação na Ucrânia está apontado à libertação do “ocidente” ao compasso da progressão construtiva das articulações multilaterais Asiáticas-europeias, com profundas alterações geoestratégicas em curso que de facto obrigaram:
- Ao abandono do Afeganistão por parte do “ocidente”;
- À exorcizada “radicalização fulcral” da Ucrânia entre os Mares Negro, Báltico e Adriático na tentativa da apressada montagem dum ariete-tampão implicado na remota tentativa de desagregação da Rússia;
- Às “amadoras” e malparadas réplicas de Maidan na Ásia Central, no Irão e no Brasil, condenadas à derrota;
- À tentativa progressiva dum artificial marmoto sobre Taiwan quando a China e a Rússia, com todas as articulações multilaterais possíveis naquela região, se empertigam no Pacífico…
A Ásia cresce articulada, a Europa mingua desamparada, o “hegemon” atlanticista alucina-se até à exaustão e a transcontinental Federação Russa, com cada vez mais entendimento e solidariedade em todo o Sul Global, passa à ofensiva híbrida em todos os tabuleiros, com ou sem recurso aos Kinzal!
… A improficuidade das acções da impotência “ocidental”, denuncia por si sinais de desespero, mas sobretudo sinais do desamparo do hipertenso “hegemon” por via da loucura “straussiana” fazendo “casar” num laço gay, neocons e neoliberais, quando parasitas como o dólar e o euro se começam a diluir no plasma emergente da imparável mudança de paradigma multilateral.
Agora já nada mais vai ser como antes e a descolonização mental do “ocidente” começa inexoravelmente a fazer-se, com os bolsos cada vez mais vazios do secular fato “ocidental” misto de pirataria, saque e arrogância… derrubando um a um todas as sequelas medievais!
DOMBASS.
No Dombass os baluartes construídos desde 2014 pelos golpistas Ukronazis de Kiev começam finalmente a ser derrubados um a um pelo êmbolo compressor da ofensiva que vai libertar sobretudo Donetsk dos bombardeamentos genocidas.
Ao refinar o empenho operacional, a federação Russa decidiu-se pela ofensiva, lenta mas incisiva.
Hoje foi a fortaleza de Soledar, criada nas minas subterrâneas de sal que eram o segredo do seu conceito (as maiores minas de sal da Europa) – nem um ano durou desde o início da Operação Especial que agora, ao som do grupo Wagner, as está a limpar de ukronazis (algumas das mais treinadas e experimentadas subunidades ucranianas empenhadas no teatro operacional do Donbass entre 2016 e 2022)!
Amanhã será Bakmut, cujo cerco começa a ser mais efectivo, possibilitando a tomada de nós rodoviários e ferroviários ao seu redor…
Depois da amanhã será Seversk, a bolsa ukronazi reminiscente, a norte de Donetsk e nordeste de Lugansk, que deixará em breve de poder receber logística e reforços: ou saem da área, ou serão aprisionados ou dizimados.
Passar-se-á depois a outra linha de fortalezas: Kramatorsk e Slaviansk (sobre o meridiano de Donetsk e a norte dessa cidade), para onde se estão a retirar muitas subunidades que compuseram a linha da frente a partir da qual o regime fantoche de Kiev procurou pôr cobro às resistências das Repúblicas Populares de Lugansk e de Donetsk…
As subunidades que não retirarem estão a ser entregues à sua desamparada sorte: ou se rendem, ou serão completamente destruídas, algumas até “ao último ucraniano” (os últimos combates em Soledar provocaram mais de 500 mortos entre os ukronazis, antes deles desaparecerem finalmente do mapa disperso, à superfície ou nos subterrâneos dessa localidade)!
O poder conjugado das armas da Federação Russa, garantiu sobretudo vantagem no uso de mísseis, da bombardeamentos de artilharia, do emprego da aviação de ataque ao solo, de drones de todo o tipo e função, de guerra electrónica e tudo isso está a culminar com os movimentos de assalto em curso, com o emprego de unidades de tropas especiais profissionais mais capacitadas, incluindo com alguns desembarques de subunidades aerotransportadas a fim de fechar os cercos e criar zonas de emboscada cortando pontos de fuga.
A Rússia está a introduzir cada vez mais armas modernizadas, testando as suas capacidades e preparando para introduzir mais aperfeiçoamentos e adequações, porque a libertação com recurso não pode mais escapar à ciência militar em desafios constantes de ritmo acelerado, tais as exigências “híbridas”!
O êmbolo da ofensiva libertadora no Dombass começa a empurrar com mais velocidade a fronteira para oeste…
NOVA RÚSSIA.
A oeste do Donbass desenha-se a Nova Rússia, a partir da qual o regime fantoche de Kiev está a tentar movimentos de recomposição das fileiras na frente leste e de contraofensivas localizadas penetrando sobretudo nos territórios dos Oblast de Kherson e Zaporozhia, a norte da Crimeia.
As barragens do Deniepr foram abertas uma a uma pelos ukronazis e o escoamento das águas visa criar pontos de travessia de forma a tentar facilitar esse movimento de forma não compacta, mas tudo isso já está dentro da esquadria do reconhecimento inteligente das Forças Armadas da Rússia (pode-se constatar com a incidência dos ataques com mísseis, cobrindo a oeste o campo de batalha do Donbass, de Karkiv a Kherson).
Uma Ucrânia sem recursos energéticos, (o desmonte foi feito com as Forças Armadas Russas a destruir as centrais que serviam o movimento ferroviário utilizado para levar as subunidades ukronazis com seus equipamentos e munições para a frente de combate de Donbass) tenta movimentar forças de forma dispersa, num terreno nada propício a tal e num ambiente de temperaturas abaixo de zero, a fim de resistir ao êmbolo avassalador que agora foi desencadeado a leste.
As Forças Armadas Russas, de forma reorganizada, planificada e reforçada, com uma logística à altura, esperaram o momento ómega para dar início à ofensiva, necessariamente cronometrada para libertar todo o Donbass até à primavera se não houverem outros imponderáveis, mas com os olhos na libertação da Nova Rússia, hipoteticamente o passo seguinte.
Decerto que já se está a preparar a libertação da Nova Rússia, (Kherson, Nikolaev e Odessa, a sul, assim como toda a linha do meridiano de Cracóvia ou Chernobil), pois o “ocidente”, ao subir a parada do conflito fornecendo novos equipamentos militares, treinando novas unidades ukronazis aferidas a eles e injectando recursos de toda a ordem numa Ucrânia exausta, obrigará a Rússia a preparar-se para mais ofensivas para oeste do Donbass, podendo vir a neutralizar todo o vale da bacia do rio Deniepr desde o meridiano de Chernobil, Kiev incluída.
Essas ofensivas a serem militarmente decididas em termos duma luta de libertação híbrida, serão paulatinas porque sintonizadas com o crescer da degradação económica e financeira “ocidental” e do próprio “hegemon” transatlântico, podendo também sofrer acelerações ou desacelerações se rebentar o conflito sobre Taiwan, o conflito da agressão directa à República Popular da China.
Os dados estão lançados para a amplitude de todos os cenários geoestratégicos, cujos tabuleiros reflectirão as linhas de tensão característicos da já longa IIIª Guerra Mundial em curso desde o lançamento das bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki!
Círculo 4F, Martinho Júnior, 13 de Janeiro de 2023.
Imagem: Soledar: Rússia reivindica vitória na batalha pela cidade de mina de sal da Ucrânia –https://www.bbc.com/news/world-europe-64263119
A consultar:
- Rusia toma bajo su control la ciudad clave de Soledar – https://actualidad.rt.com/actualidad/454616-rusia-toma-control-ciudad-soledar;
- Forças russas libertam completamente a cidade de Soledar e rompem via de abastecimento da Ucrânia – https://sputniknewsbrasil.com.br/20230113/forcas-russas-libertam-completamente-a-cidade-de-soledar-26960934.html;
- VITÓRIA EM SOLEDAR MOSTRA COMO A RÚSSIA CONTROLA MILITARMENTE O CONFLITO – https://southfront.org/victory-in-soledar-shows-how-russia-militarily-controls-the-conflict/.
De Martinho Júnior:
- Putin faz dançar os lobos – http://paginaglobal.blogspot.com/2022/02/putin-faz-dancar-os-lobos.html; https://frenteantiimperialista.org/putin-hace-bailar-a-los-lobos-martinho-junior/;
- Kiev não será como Bagdad – https://paginaglobal.blogspot.com/2022/02/kiev-nao-sera-como-bagdad.html; https://frenteantiimperialista.org/kiev-no-sera-como-bagdad-martinho-junior/;
- Libertar não é fazer a guerra – https://paginaglobal.blogspot.com/2022/03/libertar-nao-e-fazer-guerra.html; https://frenteantiimperialista.org/liberar-no-es-hacer-la-guerra-martinho-junior/.