PALMA COMO CAFUNFO (*)
(* Localidades de Mozambique y Angola, respectivamente, que han sido objeto de asaltos, recientes o continuados)
PALMA COMO CAFUNFO!
PARA O “HEGEMON” VALE TUDO: CAOS, TERRORISMO, DESAGREGAÇÃO, RETALHE ÉTNICO OU RELIGIOSO, SUBVERSÃO CONTINUADA…
É ASSIM QUE SE FAZ PROLONGAR A ITINERÂNCIA DA IIIª GUERRA MUNDIAL CONTRA O SUL GLOBAL!
É ASSIM QUE SE COLOCA UM CONTINENTE, POR INTEIRO, AO NÍVEL DO PÂNTANO DA CONVENIÊNCIA NEOCOLONIAL!
Ahí está la IIIª Guerra Mundial – https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/01/11/ahi-esta-la-iii-guerra-mundial/
Em termos de comportamento dos media mercenários que dão voz ao “hegemon” sobre este tipo de acontecimentos, a receita para Palma e para Cafunfo é sensivelmente a mesma, ainda com condimentos locais distintos: contribuir para fragilizar tudo o que diga respeito à autodeterminação, à independência e à soberania dos estados africanos implicados (neste caso Moçambique e Angola), tornando-os alvo das ingerências e manipulações sob controlo remoto e/ou próximo de inteligências das potências com vocações neocoloniais, com o império hegemónico dos Estados Unidos à cabeça e “dando o exemplo”!
Depois em grandes parangonas vão “esclarecendo”: “guerra civil”, ou mais uma “colorida primavera”, à escolha do freguês!
Os media são invariavelmente os mesmos, pois os orçamentos estão a ser cada vez mais minguados e não chegam para todas as “encomendas”, algumas das quais presentes e actuantes nos países-alvo e nas “transversalidades” de suas sociedades, que à viva força o poder dominante quer que sejam “sociedades civis” (na guerra psicológica há que ir moldando os cérebros e as convicções, em nome dos “direitos humanos”)!
Em ambos os casos a entrada nas disputas dos interesses teleguiados pelo “hegemon” incidem sobre indústrias extractivas e matérias-primas invejadas e sob constante cobiça: gás em Moçambique e (ainda os “eternos”) diamantes em Angola, a juntar-se a um caudal imenso de riquezas naturais!…
Se não fossem esses interesses, jamais os “media de referência” se teriam pronunciado com a mesma ênfase sobre os acontecimentos, como o fizeram, aproveitando para colocar a sua sardinha na brasa!
Poucos se debruçam sobre actualidades deste tipo: o prolongamento das guerras, muito para além do seu fim!… (https://www.abrilabril.pt/internacional/bombas-e-minas-no-vietname-um-drama-ainda-muito-actual?fbclid=IwAR3UkVt2w3yOXfNYlhCqPQ4DfkWFhMTtTPjfe9efiHUYKjecm4YjzT5ctQw).
01– … Se em Moçambique a cobiça só pode ser recente, pois os campos de gás em áreas “offshore” são de descoberta contemporânea, em Angola a mais rica e extensa região de diamantes-joia do mundo, uma região que abrange essencialmente as bacias do Cuango e do Cassai, assim como a do Cuanza (das nascentes até ao Médio Cuanza, onde estão implantadas as barragens, a primeira das quais foi Cambambe), é um processo que se alastra desde a terceira década do século XX, vão fazer dentro em breve 100 anos!… (http://pagina–um.blogspot.com/2011/01/o-vale-do-cuango.html).
Reparem como a DW se debruça sobre o assunto, aproveitando para os processos dominantes a “transversalidade” dos fenómenos humanos!… (https://www.dw.com/pt-002/diamantes/t-17418114).
No caso de Angola, esse processo confunde-se com os rescaldos da Conferência de Berlim, nos acordos que foram firmados entre os portugueses e os belgas, algo que se acresce ao ambiente de desagregação e retalho contemporâneo do continente, por efeitos do pandémico e ultra infectado “hegemon”! (https://www.merriam-webster.com/dictionary/hegemon; https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/hegemon).
Em ambos os casos, há memória dum caudal de conflitos relevantes na mesma região! (https://www.dw.com/pt-002/a-primeira-guerra-mundial-e-o-fim-do-dom%C3%ADnio-alem%C3%A3o-em-mo%C3%A7ambique/av-46223172; https://www.dw.com/pt-002/mo%C3%A7ambique-palco-de-disputa-sangrenta-na-primeira-guerra-mundial/a-19430654; https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,jonas-savimbi-um-carrasco-implacavel-de-seu-pais,20020225p44496; https://archive.globalpolicy.org/component/content/article/202-sanctions/41606-final-report-of-the-un-panel-of-experts.html).
Contribuindo ambos os processos para as manobras de ingerência e manipulação do “hegemon”, essas manobras tiveram de recorrer ao que estava mais à mão: o jiadismo religioso no caso de Moçambique, por ausência de enraizadas culturas alternativas de recurso para a desestabilização com os olhos postos na desagregação (os restos da Renamo fixadas na Gorongosa, não podiam ter essa vocação, por cada vez maior insuficiência de meios, o que redunda dum processo “já queimado” enquanto sequela de colonialismo e do “apartheid”, uma sequela típica do Exercício Alcora)! (https://www.dw.com/pt-002/mo%C3%A7ambique-renamo-sofre-deser%C3%A7%C3%B5es-em-massa-na-base-tradicional-de-sofala/a-53304742).
No caso de Angola, mobiliza-se a etnicidade, para melhor arregimentar os etno-nacionalismos em torno dum projecto que recorre aos tráficos de diamantes de fronteira e também à mobilização de congoleses, sobretudo do Cassai, ainda que não estejam fechadas portas de diálogo! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2021/02/18/la-mano-de-obra-savimbiesca-se-mueve-en-el-mpplt-resucitando-los-fantasmas-de-mobutu-y-del-mismo-savimbi/; https://pt.euronews.com/2021/03/11/dialogo-e-reparticao-da-riqueza-em-cafunfo; https://media.africaportal.org/documents/paper57.pdf).
Por vezes os conflitos no Cassai, reflectem-se para dentro de Angola e vice-versa, o que muitas vezes afecta a região rica em diamantes aluviais. (https://observador.pt/2018/01/12/angola-e-republica-democratica-do-congo-analisam-regresso-de-refugiados-congoleses/).
Efectivamente o argumento de marginalização de participação nas riquezas das comunidades humanas autóctones e/ou residentes de Cabo Delgado vir ao de cima precisamente numa altura em que a exploração de gás está de forma tão visível e comentada apenas em arranque, não colhe: no mais básico contraditório que leve em consideração as questões de espaço e de tempo, verifica-se desde logo que serve de facto os interesses tácitos do jiadismo que se reforça em África por perda de capacidades no Médio Oriente Alargado, mas sobretudo serve os interesses “no terreno” de multinacionais como a Total, com toda a ronha e hipocrisia que essa multinacional detém por via da sua experiência colonial e neocolonial no âmbito da FrançAfrique e das redes de inteligência implantadas desde os tempos de Jacques Foccard! (https://www.voaportugues.com/a/ataques-perto-do-projecto-de-g%C3%A1s-liquefeito-em-cabo-delgado-levantam-incertezas-quanto-ao-futuro/5723885.html; https://agritrop.cirad.fr/532526/1/document_532526.pdf; https://www.persee.fr/doc/outre_1631-0438_2008_num_95_358_4318; https://www.cairn.info/journal-herodote-2006-1-page-215.htm).
Cabo Delgado acontece quando algumas tendências e franjas do jiadismo islâmico sunita tendem-se a antagonizar em África face à FrançAfrique!… (https://newafricanmagazine.com/16585/; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/11/24/el-colector-turco-expansion-emergencia-petroleo-y-gas/).
No caso angolano, pelo contrário, manobras de desestabilização com vista à desagregação, estão culturalmente enraizadas (reconhecidas até pelo inventário etnológico levado a cabo pelos “cientistas” belgas que actuaram em tempo colonial a coberto do museu do Dundo e da “majestática” Diamang), foram repescadas pelas manobras neocoloniais e de usura de Mobutu, de Savimbi e de todos aqueles (com realce para os tentáculos de inteligência manipulados a partir de Portugal e da Bélgica), que agora procuram “transversalidades” para alimentar etno-nacionalismos de estafados argumentos e suportes para as suas redes inteligentes em África! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2021/02/18/la-mano-de-obra-savimbiesca-se-mueve-en-el-mpplt-resucitando-los-fantasmas-de-mobutu-y-del-mismo-savimbi/; https://www.monde-diplomatique.fr/1998/08/LINARD/3945).
Homens de mão para isso não faltam, basta rever a série de artigos “Dos Brindes que a Europa nos dá” para os indiciar de dedo em riste! (https://www.voltairenet.org/article212526.html; https://paginaglobal.blogspot.com/2021/02/dos-brindes-que-europa-nos-da-i.html; https://plataformacascais.com/artigos/mundo/221558-dos-brindes-que-a-europa-nos-da-ii.html; https://paginaglobal.blogspot.com/2021/02/dos-brindes-que-europa-nos-da-iii.html; https://www.plataformacascais.com/artigos/mundo/222189-dos-brindes-que-a-europa-nos-da-iv.html).
Depois da “guerra dos diamantes de sangue”, as suspeitas imediatas que recaem sobre o rótulo do Movimento do Protectorado Português Lunda-Tchokwe tolhem a manobra de propaganda arrastada pela ingerência dos “media de referência” e do costume, bem ao sabor do “hegemon” e têm um factor de peso a contravapor: 80% da produção extractiva de diamantes em Angola provém da mina a céu aberto de Catoca, uma kimberlite com interesses de capitais russos da AlRosa, impossíveis de manipular a partir das Bolsas de Antuérpia, de Nova-York, ou de Jerusalém, muito menos a partir de fulcros sociopolíticos em Lisboa, ou em Bruxelas! (https://pt.wikipedia.org/wiki/Mina_de_diamantes_Catoca; http://m.redeangola.info/russo-mitiukhin-assume-lideranca-da-catoca/; https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/detalhes.php?id=377858; https://www.verangola.net/va/pt/012021/MateriasPrimas/23665/Estatal-Endiama-passa-a-deter-41-por-cento-da-mina-de-Catoca-por-70-milh%C3%B5es.htm).
02– Com a sensibilidade do Sul Global, um Sul Global sujeito a todo o tipo de práticas conspirativas de há 75 anos a esta parte, desde o último dia da IIª Guerra Mundial, ou se quiserem desde que duas bombas atómicas foram despejadas sobre duas cidades do Japão, há que balancear a tipologia das ameaças em Moçambique como em Angola, com toda a apreensão e clarividência, na sequência aliás da plataforma de caos que nunca deixou de ser o Congo, ideal para, por via do conceito do dominó “inaugurado” por Chester Crocker em relação à África Austral, disseminar tensões, conflitos e guerras, ou implantar os Parques Transfronteiriços de Paz com recurso às correntes elitistas!… (https://www.dw.com/pt-002/60-anos-ap%C3%B3s-independ%C3%AAncia-congoleses-n%C3%A3o-sabem-o-que-%C3%A9-viver-em-paz/a-53992388; https://isgp-studies.com/1001-club-of-the-wwf; http://www4.fe.uc.pt/ciclo_int/doc_06_07/leopoldo_texto.pdf; https://www.usip.org/publications/2011/08/chester-crocker-state-peacebuilding; https://www.peaceparks.org/; https://www.kavangozambezi.org/index.php/en/).
Essa foi necessariamente uma inspiração para se gerarem oportunamente os processos de desestabilização e desagregação que infestam África desde o início do século XXI, particularmente após o ataque à Líbia pelo Africom e pela NATO! (http://www.granma.cu/reflexiones-fidel/2011-10-23/el-papel-genocida-de-la-otan-primera-parte; http://www.granma.cu/reflexiones-fidel/2011-02-21/el-plan-de-la-otan-es-ocupar-libia).
Retalhar África segundo as induzidas pistas étnicas e religiosas, tornou-se ingerência e manipulação obsessiva, algo que está longe do fim, num impulso propagado a partir dos interesses do “hegemon” (“Iª Guerra Mundial Africana”)!… (https://www.jstor.org/stable/3518770?seq=1; https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/01/07/africa-dilecto-alvo-neocolonial/; https://frenteantiimperialista.org/blog/2021/02/13/el-imperio-se-decide-por-el-desarrollo-neocolonial-de-africa/; https://www.globalwitness.org/en/campaigns/conflict-diamonds/; https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/00045600801922422; https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/01436597.2019.1612740?journalCode=ctwq20).
Esse é um processo cirúrgico, “de laboratório”, com ganhos tão consideráveis que se pode concluir que está em curso veladamente a aplicação da IIª Conferência de Berlim, tal qual se pode considerar a aplicação da doutrina Rumsfeld/Cebrowski a África, levando em consideração o facto de África ser uma ultraperiferia económica global! (https://frenteantiimperialista.org/la-ultraperiferia-atrae-a-la-hegemonia-unipolar/; https://mundo.sputniknews.com/prensa/201610021063823660-africa-congo-recursos/).
Redesenhar veladamente o mapa político de com fins neocoloniais, assenta perfeitamente, “como uma luva”, sobre o desenhar que foi feito em Berlim no final do século XIX pelas potências coloniais e em ambos os casos, africano algum foi convidado para tal, tornando-se vulneráveis a todo o tipo de interesses, de conveniências, de manipulações, de tensões, de conflitos, de guerras, de piratarias e de rapinas, sobretudo após o genocídio do Ruanda, na matriz físico-geográfica dos Grandes Lagos, da África Central e da decisiva bacia do grande Congo! (https://www1.folha.uol.com.br/folha/reuters/ult112u4995.shtml; https://www.theguardian.com/world/2012/jul/25/paul-kagame-rwanda-us-britain; https://www.politico.com/magazine/story/2014/02/rwanda-paul-kagame-americas-darling-tyrant-103963/; https://www.theguardian.com/news/2017/sep/12/americas-secret-role-in-the-rwandan-genocide).
A própria pequenez físico-geográfica do Ruanda e os impulsos humanos de sua sociedade em toda a região (tal como acontece com o papel do Uganda sob a direcção de Yoweri Museveni), são motivações de intervenção no redesenhar do mapa de África produto do colonialismo da Conferência de Berlim!… (https://www.quora.com/Why-did-Bill-Clinton-support-Paul-Kagames-regime; http://www.africafundacion.org/bill-clinton-esta-detras-del-plan-del-genocidio-de-ruanda; https://www1.folha.uol.com.br/folha/reuters/ult112u4995.shtml; https://en.wikipedia.org/wiki/Allied_Democratic_Forces; http://www.redeangola.info/ministro-da-rdcongo-diz-que-situacao-no-pais-e-muito-preocupante/).
Neste momento em que se marca na memória o genocídio, os “media de referência” apenas evocam o dos tutsis, pelo hútus, quando no conflito houve uma reciprocidade em espiral, que contaminou até hoje o leste da RDC, particularmente nos dois Kivu, a ponto de haver já um aproveitamento jiadista por via da ADF cuja matriz é o Uganda!… (https://www.jeuneafrique.com/1146742/politique/tribune-genocide-au-rwanda-quand-les-militaires-francais-brisent-lomerta/; https://www.dw.com/pt-002/ex%C3%A9rcito-da-rdc-lan%C3%A7a-nova-opera%C3%A7%C3%A3o-contra-rebeldes-ugandeses/a-42138433).
Entre os processos de desagregação em curso, retalhando África, ressaltam os que se distendem em direcção à África Austral: (https://www.researchgate.net/figure/Map-of-Terrorism-in-Africa-and-the-Sphere-of-Influence-of-the-Principal-Terrorist-Groups_fig2_284189017; https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/09/06/mozambique-en-retales/; https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/2020102316268286-policia-tanzaniana-confirma-ataque-de-jihadistas-de-mocambique-em-vilarejo-fronteirico/).
- No Magrebe, África do Oeste e Sahel, ressaltam os casos da Líbia, do Mali e do entorno ao Lago Chade (afectando o Níger, o Chade, os Camarões e a Nigéria, onde o Boko Haram faz as suas razias); (https://pt.wikipedia.org/wiki/Insurg%C3%AAncia_isl%C3%A2mica_no_Magrebe; https://www.istoedinheiro.com.br/argelia-critica-manobras-desestabilizacao-e-menciona-israel/; https://observador.pt/seccao/mundo/nigeria/boko-haram/; https://brasil.elpais.com/noticias/boko-haram/; https://news.un.org/pt/tags/boko-haram).
- Na África Central a caso crónico do Congo arrasta-se desde o Rei Leopoldo, nunca parou e agora, a leste (nos Kivus), há linhas de jiadismo a distender-se, para além dos crónicos contenciosos étnicos expostos por toda a República Democrática do Congo; (https://www.e-ir.info/2014/07/16/south-sudan-in-turmoil-the-risk-of-a-congo-like-regional-crisis/; http://congoresearchgroup.org/wp-content/uploads/2018/11/French-Inside-the-ADF-Rebellion-14Nov18.pdf ; http://afrikarabia.com/wordpress/rdc-daesh-et-les-adf-se-rapprochent-au-nord-kivu/; https://www.jeuneafrique.com/291852/politique/carte-groupes-armes-autres-milices-pullulent-lest-de-rdc/; https://www.sosmediasburundi.org/2019/07/11/linterbank-burundi-accusee-de-financer-les-rebelles-bases-au-congo/; https://www.youtube.com/watch?v=waNUNCx4RTI; https://www.jeuneafrique.com/1012393/politique/rdc-face-aux-rebellions-dans-lest-tshisekedi-convoque-le-commandement-des-forces-armees/; https://novojornal.co.ao//politica/interior/ruanda-e-uganda-assumem-compromisso-historico-de-nao-apoiar-guerrilhas-dos-grandes-lagos-84708.html);
- A Leste, desde o Sudão ao Quénia e Tanzânia, os territórios assistem a dilacerantes conflitos, que continuam em expansão. (https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/09/25/la-somalizacion-de-africa/; https://www.theafricareport.com/77505/ethiopia-tigray-sudan-amhara-the-multiple-crises-of-abiy-ahmed/?utm_source=jeuneafrique.com&utm_campaign=mea_tar_sur_ja_janvier_20202&utm_medium=referral&utm_content=widget_sidebar; https://sputniknews.com/africa/202104081082571018-grand-ethiopian-renaissance-dam-all-options-open-egypt-warns-after-another-collapse-in-talks/; https://actualidad.rt.com/actualidad/388659-fracasar-ultima-oportunidad-negociaciones-gran-presa).
03- A África está a sofrer impactos de tal ordem que a estão a atirar todos os países, estados, nações e povos para um patamar de neocolonização, acompanhada dum cortejo de fragilidades, entre elas a miséria e a fome! (https://www.digitalcongo.net/article/606deb9e8685b6001561e95e/).
Pressões como Palma, ou Cafunfo, constituem manifestos locais do estado da globalização inquinada levada a cabo pelo “hegemon” e sua cauda de vassalos e coligações malparadas, ao sabor das correntes alimentadas directa ou indirectamente por via de apropriadas “coligações inteligentes” e tácitas, pelo Africom e pela NATO! (https://www.bbc.com/news/world-africa-52532741; https://www.angop.ao/noticias/politica/instabilidade-no-leste-de-angola-tem-motivacao-externa/; https://www.africom.mil/; https://www.nato.int/nato2030/index.html).
Em Palma é a “transversalidade” armada dum jiadismo doentio e sangrento que retalha a sociedade, atirando Cabo Delgado para uma situação que prende Moçambique por inteiro ao pântano neocolonial de conveniência, precisamente numa altura em que a exploração de gás iria arrancar, o que daria a oportunidade de entrada de uma capacidade financeira mínima que poderia possibilitar ao estado ganhar outras garantias de sobrevivência e vitalidade para todos. (https://www.youtube.com/watch?v=tXAY0DYFY1g; https://dossiersul.com.br/a-guerra-arde-no-norte-de-mocambique-guadi-calvo/; https://www.youtube.com/watch?v=kiad9WODRrI).
Concomitantemente e em função dos factores de desagregação, campanhas injectadas de propósito por via do sistema económico e sociopolítico da “onda” do “hegemon” (por exemplo por via do National Endowment for Democracy), questionam acintosa e deliberadamente “direitos humanos” e “corrupção”, conformes às receitas e procurando sempre fragilizar ainda mais os desamparados estados, pois quanto mais neocolonialismo, mais o bife fica apetitoso para o manjar dos ricos e até na manobra, para a contínua formatação das mentes, há que “adoçar a pílula”! (https://www.ned.org/; https://www.ned.org/region/africa/angola-2020/; https://www.ned.org/region/africa/mozambique-2020/).
Em Cafunfo, a “transversalidade” sintomática dos tráficos de vária ordem, a cavalo no tráfico de diamantes, apesar da produção angolana estar funcionalmente dependente de Catoca, gera disfuncionalidades sociopolíticas que visam cada vez mais desagregação, sempre com o mais que usado sentido de retalhe do continente e das fronteiras redundantes da Conferência de Berlim, podendo as rebeliões contaminar a longa fronteira do Congo com Angola, em especial na via do vale do Cuango! (https://webdoc.rfi.fr/rdc-cassai-violencia-crimes-kamuina-nsapu/cronologia/index.html; https://pt.wikipedia.org/wiki/Rebeli%C3%A3o_de_Kamwina_Nsapu).
Os etno-nacionalismos como os dos vários grupos que actuam sob o rótulo de Flec, os da Unita e os do PRS (mesmo no Parlamento há evidências desse tipo de enredos), a que se está a indexar como “cereja no cimo do bolo”, o Movimento do Protectorado Português Lunda Tchokwe, impossível de ser constitucionalmente reconhecido (tal como os da Flec), ao possuir um amplo espectro de manobra, contribuem com seus pesos para colocar Angola no pântano neocolonial. (https://paginaglobal.blogspot.com/2012/09/angola-um-so-povo-uma-so-nacao-ii.html; https://www.wook.pt/autor/rene-pelissier/22350; https://paginaglobal.blogspot.com/2017/11/angola-11-de-novembro-de-1975-uma_19.html).
Em função de suas endógenas fraquezas, o colonialismo português viu-se obrigado a “africanizar a guerra” e esse foi o passo condutor na direcção da gestação sociopolítica dos etno-nacionalismos modernos em Angola e em Moçambique, aproveitados desde logo pelo âmbito do Exercício Alcora e vinculados de forma “inteligente” às “saudosistas metrópoles” até hoje, por tabela aproveitados pelas filtragens do Africom e da NATO! (http://pagina–um.blogspot.com/2010/11/1975-guerra-pela-independencia.html; https://aveiro123.blogspot.com/2017/06/uma-longa-luta-em-africa-vi.html?m=0; https://actualidad.rt.com/actualidad/388859-lider-islamico-informante-eeuu-irak).
Com a desagregação africana, algumas das velhas “transversalidades” indiciam estar a inscrever-se também de forma oportunista por dentro do próprio MPLA, algo que pode e deve ser reconhecido histórica e antropologicamente, com o maquiavélico fito de, tornando-se meios, o atraírem a objectivos que desvirtuam os originais inerentes à lógica com sentido de vida, próprio dum efectivo Movimento de Libertação em África!
Esta é uma leitura que rejeita ética e moralmente ver a evolução local dos acontecimentos, ao nível dos pardais, pois África impõe que as visões saudáveis sejam feitas muito acima dos horizontes que nos cercam, ao nível do voo das águias e partindo dos interesses da própria aristocracia financeira mundial, fulcro sociopolítico do “hegemon”! (https://www.crisisgroup.org/global/exploiting-disorder-al-qaeda-and-islamic-state).
Luanda, 7 de Abril de 2021