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Un interminable apartheid. Martinho Júnior

UM INTERMINÁVEL APARTHEID!

Que se desiludam aqueles que julgam que o “apartheid” acabou com o colapso do regime africânder institucionalizado com base na discriminação racial na África do Sul, no início da década de 90 do século passado!

Precisamente na mesma altura ocorreu a grande mentira da NATO de não se expandir para o leste europeu e isso foi paulatinamente levado a cabo recorrendo a “redes stay behind” fundamentalistas e com corpo neofascista e neonazi que se expuseram por fim na Ucrânia com as duas “revoluções coloridas”, particularmente com a da Praça Maidan em 2014, que não foi um simples golpe de estado!

Quantos desses neonazis da Praça Maidan terão sido os traficantes de armas para África e sobretudo para Savimbi, quando o espólio do Pacto de Varsóvia esteve à mercê dos aventureiros da NATO (“redes stay behind”)?

A partir daí e por isso a Ucrânia jamais aplicou os Acordos de Minsk, os neonazis em torno dos intervencionistas do Batalhão Azov (agora unidades especiais da NATO), praticaram um contínuo exercício de russofobia, cuja expressão maior foi a tentativa de esmagar as Repúblicas Populares que surgiram no leste, por que desde os acontecimentos jamais aceitaram Maidan, nem engoliram a pílula da “liberdade” e da “democracia” que só faz jeito à barbárie por que desde logo a “democracia representativa” demonstrava ser uma fraude no rescaldo da IIª Guerra Mundial, em jeito dum autêntico “apartheid” a ponto de jamais admitirem a necessidade de diálogo!

Esse exercício da russofobia foi absorvido pela política externa dos Estados Unidos, pelo Pentágono, pela NATO e ideologicamente, pelas superestruturas de poder de estado de todos os vassalos e alguns parceiros do “hegemon” unipolar!

É nesse cadinho que o estado sionista de Israel tratou o caso da Palestina, com a agravante de retalhar e erguer muros que subvertiam as belas intenções do “simbólico” fim do muro de Berlim!

É nesse cadinho que a administração Trump ergueu muros na fronteira com o México, quando o tráfico de droga é um problema cujo incentivo principal reside nas vísceras das classes dominantes dos próprios Estados Unidos!

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Associação das vítimas da Jamba – Savimbi agente do “apartheid” – https://www.facebook.com/VitimasdaJamba/posts/2954539298006719/

O “apartheid” institucional como por encanto saltou da África Austral para os cenários globais onde quer que se exercesse a presença do “hegemon” e é essa também a razão do “apartheid” social explorado nas “democracias representativas” burguesas, onde quer que elas foram montadas e formatadas!

Na década de 90 do século passado o “laboratório angolano” após o Acordo de 31 de Maio de 1991 experimentou essa devassa quando Savimbi, que havia mantido unidades de reserva incumprindo todos os acordos, partiu para a “guerra dos diamantes de sangue” levada a cabo entre 1992 e 2002, o choque neoliberal visando subverter a lógica com sentido de vida do movimento de libertação em África a ponto de acabar com a República Popular de Angola, com o MPLA Partido do trabalho, com as FAPLA e determinando a vulnerabilização dos Serviços de Inteligência e de Segurança (mais de 80 quadros foram detidos, alguns julgados e condenados no rescaldo do exercício que fizeram no combate ao tráfico de diamantes entre outros crimes e todos eles foram marginalizados compulsivamente), matéria de que se encarregou aliás o próprio Presidente José Eduardo dos Santos, atirado contra as cordas em função da evolução dos acontecimentos globais!

Há que relembrar nesse aspecto o Relatório Fowler, dados os laços de Savimbi com países do leste europeu que haviam saído do Pacto de Varsóvia, ou emergiam da implosão da URSS, em especial com a Ucrânia e a Bulgária!

Para não sermos fastidiosos e para que não haja margem para qualquer dúvida, realçamos apenas o ponto 40 do Fowler Report, entre muitos outros que poderáimos aqui colocar:

“40. It is known that there are many Ukrainian nationals among the flight crews of aircraft bringing in arms and other military materiel for UNITA. A number of the air transport companies often mentioned in connection with illegal flights into Andulo appear to have Ukrainian ties. The presence of Ukrainian instructors in UNITA areas has also been widely reported. Also prevalent were Ukrainian arms brokers purporting to have good connections in Ukraine and Bulgaria. General Bandua stated that he thought that a BM-27 (Hurricane) Multiple Launch Rocket system had come from Ukraine, via Togo. However, the Government of Ukraine reported that there were no authorized arms sales from Ukraine to Togo during the relevant period. The Panel’s investigation turned up no evidence that the Government of Ukraine sold arms or otherwise provided military assistance directly or indirectly to UNITA”.

O “apartheid” que se consubstanciou com a russofobia desde o início do século XXI, teve que ver com Savimbi no tempo da Iª Guerra Mundial Africana num “laboratório angolano” (1992/2002) que enlutou a pátria de Agostinho Neto e reduziu quase por completo o país a cinzas, quando não havia justificação (senão na propaganda) da existência de “inimigos comunistas”!

O agente Savimbi comportou-se como um raivoso “africânder” que se desforrava do fim do “apartheid” institucional e queria a todo o transe que Angola implantasse um “apartheid” social!

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Adalberto da Costa Júnior é o novo líder da UNITA – Os 1.100 delegados da UNITA escolheram o novo líder da UNITA, partido fundado por Jonas Savimbi e liderado nos últimos 16 anos por Isaías Samakuva. É Adalberto da Costa Júnior, nasceu em 8 de Maio de 1962 em Quinjenje (Huambo), é casado, pai de 4 filhos e era o Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA. – https://jornalf8.net/2019/adalberto-da-costa-junior-e-o-novo-lider-da-unita/

 

Nas eleições Presidenciais de Angola a ocorrer este ano, o presidente português da UNITA é candidato a Presidente da República de Angola, explorando o êxito da sobrevivência da UNITA, de mão em mão e sempre com o cunho colonial-fascista e do “apartheid”!

Agora o Adalberto da Costa Júnior, delegado de Savimbi e dos serviços de inteligência na Europa e por isso profundo conhecedor do papel da Ucrânia, da Bulgária e até de algumas franjas russas ligadas a Boris Yeltsin no fornecimento de armas a fim de levar a cabo a “guerra dos diamantes de sangue”, é um travesti-fantoche da “democracia representativa” que tem sido injectada em Angola em função do desmantelamento da República Popular de Angola e do seu Não Alinhamento activo que tinha tudo a ver com a lógica com sentido de vida!

Do povo ucraniano, em resposta à revolução colorida da Praça Maidan brotaram os bebés que constituem as gémeas Repúblicas Populares que agora merecem o apoio resoluto da Federação Russa depois de tantos agravos russófobos dum “apartheid” que, comprova-se, é congénito ao “hegemon” unipolar e a todas as suas manifestações, onde se incluem a União Europeia e a NATO!

Aqueles combatentes juramentados, fieis à República Popular de Angola, saúdam o nascimento dos gémeos e prometem que os “adalbertos” agentes instrumentalizados pelo “hegemon” unipolar, pela UE, pela NATO e pelo “guaidó” que dá pelo nome de Marcelo Rebelo de Sousa e outros que tais e como tais, também em eleições não passarão!

24 de Fevereiro de 2022

Textos recomendados:

(Imagen de portada: É NATO o neonazismo na Europa – Manlio Dinucci – A bandeira do batalhão Azov ladeada pelas bandeiras da NATO e hitleriana – https://resistir.info/ucrania/neonazismo_nato.html)

2 Comments

  1. […] Un interninable “apartheid” – Martinho Júnior  – https://frenteantiimperialista.org/un-interminable-apartheid-martinho-junior/; […]

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