Con Obama III, del que viene el «hegemón»
COM OBAMA III, AO QUE VEM O “HEGEMON”.
O IMPÉRIO COLONIAL BRITÂNICO, QUE EM ÁFRICA TEVE EXPOENTE E GEOSTRATÉGIA EM CECIL JOHN RHODES, ANIMA AINDA A ESTEIRA DO DOMÍNIO DOS FALCÕES DO “ESTADO PROFUNDO”!
O “hegemon” mesmo com as doutrinas de Rumsfeld/Cebrowski e agora a rotulada de Joe Biden, (https://www.voltairenet.org/article212605.html) faz reaproveitamentos na esteira das culturas imperiais do colonialismo anglo-saxónico que advêm dum passado preenchido praticamente desde o início da Revolução Industrial.
Em relação a África, ultraperiférica e condenada a “eterna” fornecedora da matérias-primas e mão-de-obra barata (na verdade, em muitos lugares, “meio-escravizada”) as geoestratégias de Cecil John Rhodes constam nesse tipo de reaproveitamentos, que se evidenciam quando o Partido Democrata ganha as eleições e assume o poder, nos termos modernos sobretudo desde a administração de Bill Clinton, ele próprio um “Rhodes Scholarship” que chegou a ser Governador do único estado com diamantes no vasto território dos Estados Unidos, o Arkansas!…
Associando-se intimamente à exploração de minérios pelo miolo sul-norte do continente africano desde a formação da British South Africa Comopany, o dominante “lóbi” dos minerais tornou-se suporte do Partido Democrata, ganhando dimensionamento com as explorações minerais em função dos interesses dos Rockefeller, Rothschield e suas multinacionais, conjugadas com outras, a que o próprio Cecil John Rhodes deu origem ou inspirou desde a África do Sul: De Beers, Anglo-American, Lonrho…
Em pleno século XXI e na sua segunda década, o partido da guerre do hegemon” é o partido da guerra sem fim”! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/12/04/siglos-de-plomo/).
01– O “hegemon” foi duma forma ou de outra mas particularmente com a agilidade e funcionalidade das poderosas casas bancárias da aristocracia financeira mundial, ganhando em África incontornável espaço, (http://www.bilderberg.org/; https://isgp-studies.com/pim-fortuyn-assassination) não só na África do Sul, mas na enorme placa central que é a bacia vital do Congo, aproveitando o facto de ser o Rei Leopoldo II da Bélgica, o primeiro potentado a ficar com o bolo, sujeitando os autóctones à opressão e repressão numa tal escala que perfilhou um imenso e terrível genocídio de que o Congo jamais se recompôs…. (https://www.thenation.com/article/archive/americas-early-role-congo-tragedy/; https://www.hypeness.com.br/2020/06/rei-leopoldo-ii-responsavel-pela-morte-de-15-milhoes-na-africa-tambem-teve-estatua-removida-na-belgica/).
… Jamais se recompôs por que o domínio passou da opressão e repressão extremada para um caos colonial ou neocolonial contínuo, onde apenas nos poucos territórios meio-urbanizados e nos territórios onde se faziam as explorações minerais (onde as multinacionais estavam implantadas), estava garantida alguma segurança para a mão-de-obra colonizada, como se fossem malparadas ilhas num mar de miserável agitação e constante pressão, extensiva a imensos territórios rurais com comunidades de culturas sedentárias, ou em vias de o ser, instaladas cada vez mais em terras de baixa qualidade (as de boa qualidade eram ocupadas pelas entidades colonizadoras). (https://afreekasite.files.wordpress.com/2017/12/neocolonialismo-kwame-nkrumah-ilovepdf-compressed-1.pdf; https://www.congoforum.be/Upldocs/3%20Le%20Temps%20des%20H%C3%A9ritiers.compressed.pdf).
A bacia do Congo (https://www.worldwildlife.org/places/congo-basin; https://whc.unesco.org/en/conservation-congo-basin/) de há muito (antes da implantação das potências coloniais por via da Conferência de Berlim em finais do século XIX e da chegada das multinacionais mineiras) era alvo de pressão humana: em busca de segurança e espaço vital sucediam-se as migrações “compulsivas” (em busca de melhores condições de vida, de sobrevivência só possível com espaço garante de água e de vida) das regiões com culturas de nomadização, próprias dos maiores desertos quentes do globo (Sahara e Sahel), situados a norte. (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/07/memoria-cinco-dum-sempre-actual.html; https://paginaglobal.blogspot.com/2018/12/mais-de-cem-anos-volvidos-ainda-o.html; http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/08/fluxos-contemporaneos-de.html; https://isgp-studies.com/1001-club-of-the-wwf).
Com a instalação das multinacionais mineiras, o recrutamento de mão-de-obra interferiu na migração para dentro do Congo (que tinha rarefacção humana perante as novas necessidades), estendeu-se inclusive ao Ruanda, ao Burundi, à Zâmbia e a Angola, com padrões de saúde desumanos, próprios do colonialismo! (https://fr.wikipedia.org/wiki/Union_mini%C3%A8re_du_Haut_Katanga).
A Bélgica e o Luxemburgo foram plataformas para a aristocracia financeira mundial (enlaces Rothscield e Rockefeller), desde os Estados Unidos e por via de entidades como por exemplo, a Société Générale Belgique!… (https://fr.wikipedia.org/wiki/Soci%C3%A9t%C3%A9_g%C3%A9n%C3%A9rale_de_Belgique; https://plus.lesoir.be/278400/article/2020-02-07/un-empire-digne-de-rockfeller; http://www.bilderberg.org/bilder.htm#pepis).
Esse tipo de sociedades, com o cortejo de actividadesw a elas adstritas, penetraram na exploração e transporte de minérios em África (Congo, Zâmbia e África do Sul como principais alvos), em proveito de suas usinas nas metrópoles neocoloniais até aos nossos dias!… (https://www.societegenerale.lu/fr/societe-generale-luxembourg/communiques-presse-actualites/news-details/news/lance-fonds-deinvestissement-partenariat-avec-rockefeller-financial/; https://www.lesechos.fr/2008/06/la-societe-generale-entre-au-capital-de-rockefeller-511432).
Com a exploração mineira desenfreada, essa tendência para o “caos endémico” aumentou e estendeu-se de forma “informal”, anárquica, caótica, o que impôs ao Congo uma desestabilização contínua, “larvar”, que chegou aos nossos dias, quantas vezes com amplos recursos a mercenários, as modernas “private military companies” (https://etd.ohiolink.edu/apexprod/rws_etd/send_file/send?accession=miami1376054002&disposition=inline; https://paginaglobal.blogspot.pt/2018/05/rescaldos-dos-fantasmas-do-rei-leopoldo.html).
Essa tendência tornou-se mais gritante por todo o leste, em particular nos dois Kivus, quando com as novas revoluções tecnológicas, outras matérias-primas passaram a ser alvo de extracção mineral desenfreada e anárquica, quando a população flutuante, uma parte dela chegada de recente data, estava em vias de se instalar. (https://www.challenges.fr/entreprise/alliance-entre-la-societe-generale-et-rockefeller_372316; http://www.pole-institute.org/archive-poleInstitute/sites/default/files/regards15_eng.pdf; https://www.magd.cam.ac.uk/system/files/2020-08/the_political_economy_of_super-exploitation_in_congolese_mineral_mining_-_peter_peckard_prize_2020_-_owen_dowling.pdf).
Por essa razão, os Grandes Lagos tornaram-se num enorme vulcão humano e as porosas fronteiras, abarcando a República Democrática do Congo, a República Centro-Africana, o Sudão, o Sudão do Sul, o Uganda, o Ruanda, o Burundi e até a Tanzânia, adicionavam ainda mais instabilidade humana, com constantes fluxos de comunidades em deslocamento, quantas vezes fugindo desesperadamente às tensões, aos conflitos, às rebeliões e às guerras! (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/04/a-vulnerabilidade-cronica-e.html; https://reliefweb.int/report/democratic-republic-congo/coltan-and-conflict-drc; https://www.accord.org.za/conflict-trends/rebellion-conflict-minerals-north-kivu/).
02– O Embaixador que os Estados Unidos colocaram agora no posto em Angola, é um fruto de todo esse imenso cadinho histórico e antropológico que advém do passado colonial e neocolonial, tanto de feição e conveniência do “hegemon”. (https://frenteantiimperialista.org/blog/2021/02/05/reconversion-estrategica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar/).
Em adição é necessário também não esquecer que foi a 19 de Maio de 1993 que os Estados Unidos, por via da administração democrata de Bill Clinton, acabou por reconhecer formalmente o estado angolano, formatado aliás desde os Acordos de Bicesse (31 de Maio de 1991) e assumido em novo formato a partir da inevitável Lusaka (Protocolo de Lusaka, de Novembro de 1994). (https://www.hrw.org/legacy/portuguese/reports/angopor/entirebook-02.htm).
Tulinabo Salama Mushingi é o primeiro Embaixador nascido em África, precisamente no Kivu do Sul, (https://www.sudkivu.cd/gouv/; https://en.wikipedia.org/wiki/South_Kivu) que tendo-se naturalizado estado-unidense foi colocado em postos diplomáticos representativos dos Estados Unidos no continente africano! (https://uviraonline.com/personnalite-dr-tulinabo-salama-mushingi-originaire-du-du-sud-kivu-et-ambassadeur-extraordinaire-et-plenipotentiaire-des-etats-unis-damerique-aupres-du-burkina-faso/; https://www.voaportugues.com/a/novo-embaixador-americano-em-angola-nasceu-em-%C3%A1frica-/5855556.html).
Migrando para os Estados Unidos, a sua trajectória indicia o seu próprio aproveitamento na direcção de África, numa altura em que tinha sido lançado, de fresca data, o Comando África do Pentágono, o AFRICOM, a quem ele está, como todos os outros Embaixadores dos Estados Unidos em África, conectado. (https://www.africom.mil/; https://isgp-studies.com/pilgrims-society-us-uk#rockefeller-cia).
Na biografia sucinta publicada pelo Jornal de Angola consta o seguinte:
“Segundo nota da Casa Branca, o sucessor de Nina Maria Fite em Angola é um veterano diplomata de carreira, com a categoria de conselheiro.
Antes do actual posto em Dakar e Bissau, Mushingi foi embaixador no Burkina Faso e chefe adjunto da Missão dos Estados Unidos em Addis Abeba, Etiópia.
Exerceu, também, funções de topo no Departamento de Estado e esteve colocado em representações diplomáticas norte-americanas em Dar-es-Salaam (Tanzânia), Casablanca (Marrocos), Moçambique e Malásia.
Doutorado pela Georgetown University, Mushingi é licenciado pela Howard University, além de graduado pelo Instituto Superior de Educação de Bukavu, República Democrática do Congo (RDC), seu país natal.
Segundo a nota da Casa Branca, além do inglês, como é óbvio, Tulinabo S. Mushingi fala fluentemente português, francês e swahili.
Depois de nomeados pelo Presidente, os diplomatas norte-americanos têm de ser confirmados no posto pelo Senado, depois de ouvidos em comissão.” (https://jornaldeangola.ao/ao/noticias/mushingi-indicado-embaixador-dos-estados-unidos-em-angola/).
03– O “hegemon” (de facto o “estado profundo”) não hesita em mobilizar e recrutar meios humanos que comprovadamente sirvam seus interesses “no terreno”, não apenas “coligados” ou “parceiros” de contingência, algo de que o Partido Democrata (https://www.voltairenet.org/article210613.html) assente na representatividade do “lóbi” dos minerais é de há largas décadas exímio, não impedindo que as administrações republicanas aproveitem, dando continuidade á fluência dos implicados. (https://frenteantiimperialista.org/la-ultraperiferia-atrae-a-la-hegemonia-unipolar/; https://isgp-studies.com/isis-rise-under-obama-and-clinton).
Neste caso trata-se duma personalidade que só pode ser perita em áreas instáveis, ou sujeitas a desestabilização, algo que é cultivado até ao mais alto nível (caso da encubação de Barack Hussein Obama).
O arsenal de experiências africanas do Embaixador Tulinabo Salama Mushingi desde a sua raiz humana no Kivu do Sul, por si não é de menosprezar e o seu significado, tendo em conta as envolvências e a sua integração, deve ser alvo de atento acompanhamento e constante análise, tendo em conta a progressão dos agrupamentos rebeldes por toda a África e particularmente os impulsionados pelo jiadismo sunita/wahabita!
Tendo em conta a “experiência económica” e a implicação das elites do Partido Democrata em África, mas particularmente na RDC e nos Grandes Lagos, é evidente que a filtragem mental que ele traz para Angola está assente nessa base de compromissos, conhecimentos e comportamentos, que se interligam aos processos dominantes em curso na África Central e Austral, o que inclui fenómenos de “transversalidade” e os que indiciam divisão, desagregação e retalhe (regionalismo, tribalismo e etno-nacionalismos) numa não declarada mas cada vez mais evidentemente exposta Nova Conferência de Berlim que tem tudo a ver com as pretensões do domínio neocolonial (dividindo e dividindo, para melhor reinar)! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/02/a-persistencia-da-barbarie.html).
As implicações da exploração de minerais em Angola, particularmente a exploração anárquica senão caótica de diamantes aluviais na imensa região transfronteiriça do Cuango e do Cassai interligada à da bacia do Cuanza mais a sul (http://pagina–um.blogspot.com/2011/01/o-vale-do-cuango.html), é determinante nas “transversalidades” sociais em curso que projectam sensibilidades sociopolíticas que tendem a marginalizar, senão a frontalmente contradizer, a actual Constituição angolana! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/06/seculos-de-solidao-i.html; http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/07/seculos-de-solidao-ii.html; http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/07/seculos-de-solidao-iii.html; http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/07/seculos-de-solidao-iv.html).
O “fenómeno” exposto em Cafunfo demonstra-o! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2021/02/18/la-mano-de-obra-savimbiesca-se-mueve-en-el-mpplt-resucitando-los-fantasmas-de-mobutu-y-del-mismo-savimbi/).
O manancial que o Embaixador Tulinabo Salama Mushingi vem encontrar é uma tentação para ele explorar a contento das divisões propícias às oportunidades do domínio!
04– Subsidiariamente a esse contencioso há áreas de estudo que devem ser melhor aprofundadas, até para que em Angola se possa perceber o que “coube na rifa” e entre elas realço:
- A natureza das elites do Partido Democrata, os seus comportamentos corruptos e enredos tentaculares, particularmente depois do exercício da administração de Bill Clinton, dadas as múltiplas implicações que tiveram e têm em África (cada vez mais incrementadas); a “doutrina Biden” está a procurar trazer para África contenciosos que não interessam aos povos, nações e estados do continente, (https://www.africom.mil/article/33670/secretary-of-defense-visits-africom-to-share-vision-recognize-personnel).
- Particulares incidências devem-se debruçar sobre os relacionamentos no então Zaíre (enquanto Mobutu esteve no poder) e actualmente na RDC, assim como nas situações que levaram ao holocausto no Ruanda, antes, durante e depois, com todas as suas implicações internas e internacionais; (https://paginaglobal.blogspot.com/2018/12/mais-de-cem-anos-volvidos-ainda-o.html?fbclid=IwAR2PVVwbF1DUVX4ZbpwoYx3Gx2ZXRgE4-jOnRPTIe2MtsETrEdJJ_jjO8qE; https://www.voltairenet.org/IMG/pdf/La_France_le_Rwanda_et_le_ge_nocide_des_Tutsi_1990-1994_.pdf; https://www.voltairenet.org/IMG/pdf/2021-04-19_RAPPORT_MUSE_-_extraits.pdf).
- Os papeis das plataformas dóceis em que se tornaram particularmente o Uganda e o Ruanda (governos de Yoweri Museveni e Paul Kagame), implicadas no saque e nos mais recentes genocídios no Congo e nos Grandes Lagos, incidindo intensamente no Kivu (agora dividido em três Províncias – Maniema, Kivu do Norte e Kivu do Sul); (https://www.theguardian.com/news/2017/sep/12/americas-secret-role-in-the-rwandan-genocide).
- A natureza e o comportamento das rebeliões que no Uganda e no Ruanda foram agenciadas de facto pelo “hegemon” e tendem a disputar o domínio nos Grandes Lagos; (http://paginaglobal.blogspot.pt/2016/08/os-conflitos-contemporaneos-na-africa.html).
- A natureza das rebeliões e do jihadismo no Sahara, no Sahel e até já dentro da RDC e em Moçambique; (https://actualidad.rt.com/actualidad/389865-muere-presidente-chad-heridas-recibidas-combate?utm_source=browser&utm_medium=push_notifications&utm_campaign=push_notifications; https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/morte-de-deby-especialistas-criticam-a-seguranca/; https://southfront.org/isis-claims-its-fighters-foiled-large-military-campaign-in-northeastern-nigeria-photos/).
- A natureza dos tácitos contraditórios étnicos e religiosos, particularmente os que no quadro da ADF, estão a propiciar condutas jihadistas nos Grandes Lagos e em direcção à África Austral (com evidências na direcção da Tanzânia e Moçambique (implicitamente os fenómenos migratórios que lhe são inerentes); (https://information.tv5monde.com/afrique/en-rdc-qui-est-la-rebellion-adf-qui-sevit-dans-la-region-de-beni-334045; https://www.youtube.com/watch?v=ffrRXs_bvkE; https://www.youtube.com/watch?v=TbRwl1NjQcg; https://www.youtube.com/watch?v=38b8rttuXYU; https://jornaldeangola.ao/ao/noticias/tanzania-e-mocambique-juntos-contra-o-terrorismo/)
- A natureza de todos os laços económicos e financeiros que contribuem nos vários lados de cada “front” para os fenómenos de terrorismo, caos, desagregação e retalhe neocolonial; (https://www.youtube.com/watch?v=nXdFgGbkA0k; https://www.youtube.com/watch?v=C8x_QfI9c28)
- A natureza dos laços económicos que, “a cavalo” em processos neoliberais, estão a tornar Kampala e Kigali as verdadeiras capitais económicas, financeiras e “operativas” do leste da RDC, e particularmente em relação a Maniema e aos dois Kivus; (https://journals.openedition.org/echogeo/10793; https://www.oecd.org/countries/congo/47194658.pdf; https://www.uni-koeln.de/phil-fak/afrikanistik/kant/data/Vogel-KANT3.pdf)
- As possibilidades da paz na África Central e Austral; (https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/mini-cimeira-em-luanda-chefes-de-estado-ja-estao-no-local-do-evento/; https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/oposicao-armada-na-rca-aceita-abandonar-via-da-guerra/; https://www.angop.ao/noticias/politica/diplomacias-de-angola-e-do-ruanda-exortadas-a-trabalhar-pela-paz-na-rca/).
- A atenção sempre a dispensar aos fenómenos migratórios, em particular os que dizem respeito ás migações dentro do continente africano. (https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/fenomenos-migratorios-exigem-adopcao-de-melhores-praticas/; https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/sme-promete-combate-cerrado-a-imigracao-ilegal/).
Todas as peças estão a encaixar no que interessa a uma cade vez maior decisão pela neocolonização de África, a qualquer preço e “sem fronteiras” e o facto dos dirigentes africanos estarem a procurar a paz entre todos os contentores “no terreno” africano (apesar da experiência de Angola nesse sentido), continua a ser insuficiente para tirar África do subdesenvolvimento crónico a que tem sido remetida, na ultraperiferia económica global!
COM A DOUTRINA BIDEN A ESTABELECER CONDUTAS DE «GUERRA SEM FIM», O AFRICOM DEVE SER POSTO DE PARTE NO DIÁLOGO INTER AFRICANO, ASSIM COMO NAS RESPOSTAS QUE OS AFRICANOS DEVEM ENCONTRAR PARA A PAZ, QUE INCLUEM DESENVOLVIMENTO DE OUTRAS CAPACIDADES TÁTICAS OPERATIVAS, ABERTAS Á PREVENÇÃO, À DISSUASÃO E À SEGURANÇA VITAL COLECTIVA!…
Luanda, 19 de Abril de 2021.
Nota:
Os links contêm matérias de interesse informático, analítico e de estudo, pelo que recomendo aumentar, com base nessa disponibilidade, o caudal de conhecimentos.
O CONGO É UMA PREOCUPAÇÃO CENTRAL PATA TODA A ÁFRICA!
A nomeação do Embaixador dos Estados Unidos em Angola, tendo em conta as suas origens, suscita a memória do que a 3 de Abril de 2004 (há 17 anos) escrita no Semanário Actual nº 390 sob o título
“RUANDA – UM HOLOCAUSTO PARA NÃO SE ESQUECER”.
Faz a 6 de Abril de 2004, dez anos que o avião Mistère Falcon da Presidência do Ruanda foi abatido por um comando do “FPR”, à sua chegada, pelas 20H25 desse dia, hora local, ao Aeroporto de Kigali, o que causou a morte de todos os seus ocupantes, entre eles os Presidentes Juvenal Habyarimana, do Ruanda e Cyprien Ntaryamira, do Burundi.
De acordo com uma investigação realizada ao longo de mais de seis anos, o Juiz Francês Jean Louis Bruguière, que respondeu à queixa apresentada pela viúva do falecido co piloto de Nacionalidade Francesa do referido avião, assumiu publicamente essa conclusão, depois de reunir provas e depoimentos sobre esse terrível episódio e no seguimento de várias denúncias que a seu tempo foram sendo feitas por pessoas detentoras de algumas informações sobre o assunto e outras que analisaram a terrível sucessão de ocorrências em 1994, no Ruanda.
De facto, a situação crítica em que se encontrava na altura o Ruanda, apesar do Acordo de Arusha firmado a 4 de Agosto de 1993 entre as partes em guerra e interessadas no poder, precisava apenas duma fagulha como essa para fazer desencadear a explosão, o que deixa entender que o derrube do avião Presidencial foi propositado e decidido, mesmo com as nuvens de tempestade que um acto dessa natureza trazia para o próximo horizonte.
Qualquer uma dessas partes, o regime do Presidente General Juvenal Habyarimana e o Comando do “FPR” (“Frente Patriótica do Ruanda”) tendo à frente o actual Presidente do Ruanda, General Paul Kagame, podiam avaliar com bastante fundamento a situação e prever com muita precisão os resultados dos incitamentos étnicos radicais que se vinham praticando, ao mesmo tempo que os contendores se armavam, equipavam e se preparavam para uma confrontação final, tudo isso fruto de antecedentes em que se havia instalado a lógica do ódio e da guerra, praticamente desde a fermentação da Independência do pequeno País.
Qualquer dos lados, quando foi assinado o Acordo de Arusha, tinham bastos motivos para se mostrar confiantes; efectivamente, quer o regime, quer o “FPR”, correspondiam à lógica e à geoestratégia de duas Potências: o regime apoiando-se na França, sua mentora e retaguarda e o “FPR” apoiando-se nos Estados Unidos, cuja actividade tão bons resultados trouxe às mudanças de regime no Uganda, com a ascensão do Presidente Yoweri Museveni ao poder.
Tinha acabado a Guerra Fria, as contradições entre o campo capitalista e o campo socialista deixaram-se de colocar à escala Global e, por reflexo, também em África, mas quer a França quer os Estados Unidos tinham razões próprias para alimentar de forma divergente, no início da época da Globalização as suas geoestratégias no Continente.
A França ainda não havia abandonado a política do “pré carré” e a ideia do espaço francófone era uma motivação ideológica – política que determinava a resistência às pressões anglófonas, particularmente estimuladas pela articulação Estados Unidos – Grã-Bretanha, evidentemente com os sentidos despertos em relação às riquezas naturais.
Os Estados Unidos, de certo modo herdeiros pela via dos comuns interesses financeiros do Império Britânico que teve o seu apogeu por alturas da Revolução Industrial nos finais do século XIX e princípios do século XX, estavam à beira de se tornar na Potência Hegemónica e a contínua expansão da sua economia, implicando numa nova Revolução Científica e Tecnológica, determinava, entre outros fundamentos da sua política externa, a prioridade no acesso às riquezas naturais, de forma a incorporar alguns materiais que só agora são utilizáveis, como recurso para as suas recicladas indústrias, mesmo que para tal tivesse que vencer resistências históricas.
O regime de Mobutu, no então Zaire, dava sinais de completo colapso, em relação ao projecto para que havia sido criado e, se a França tinha motivos para ainda o apoiar, em função da sua geoestratégia, os Estados Unidos, tinham motivos para o derrubar, pois Mobutu havia esgotado todas as suas possibilidades e os novos desafios que se colocavam, inclusive nos interesses relativamente ao acesso às riquezas naturais, impulsionavam os Estados Unidos para uma alteração substancial dos cenários políticos e económicos em toda a África Central, bastando para o efeito e entre outras opções, explorar os dinamismos emergentes nos Grandes Lagos, ou seja, o “eixo” Yoweri Museveni – Paul Kagame, até por que parte substancial do “alvo” , estava no Leste do Zaire , no “suculento” Kivu.
Partindo de geoestratégias e concepções distintas, as Potências como a França e os Estados Unidos interessadas na África Central e nas suas riquezas naturais, alinharam cada qual com os seus pares e não se cansaram de estimular as suas actividades, pelo que a refrega intensificou-se nos Países dos Grandes Lagos, com os olhos postos na parte mais apetitosa do Continente: o Leste do Congo.
Esse facto funcionou como estimulante ao discurso dos dois lados da barricada e ao tipo de mensagens que passou a ser emitido, apesar do Acordo de Arusha.
De forma grosseira a política da Administração Democrata de Bill Clinton tornou-se tão Tutsi quanto bastasse e a política da célula Africana do Eliseu, onde pontificava o filho do Presidente François Mitterrand, tão Hutu quanto o que se achasse necessário e ninguém teve o cuidado e a cabeça fria para evitar a deriva étnica e a enorme irresponsabilidade ética, cívica e moral que isso acarretou.
Desse modo, as implicações sobre os terríveis acontecimentos no Ruanda põem em causa não só os actores locais que produziram o cenário do holocausto, mas também a geoestratégia das Potências em relação ao Continente, pelo que o conjunto da situação, para nós Africanos, merece ser estudada como um caso – padrão que nos incita a encontrar consciência, saber e força, no sentido de se tornar possível, aqui e agora, soluções inteligentes e solidárias para os problemas de cada Nação, de cada País, de cada Estado e de cada Região, por maiores que eles sejam e por mais Subdesenvolvidos em que nos encontremos.
FIM.