Foto do presidente Donald Trump, da representante da oligarquia venezuelana, Lilian Tintori, de Mike Pence e de Marco Rúbio, sob o olhar da foto do 7º presidente dos Estados Unidos, Andrew Jackson, o único presidente estado-unidense que alguma vez experimentou ter sido prisioneiro de guerra
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CORROSÃO DESENFREADA

1- Muitas coisas se vão comprovando com os sucessivos falhanços da política internacional dos Estados Unidos e nesse aspecto, está a nu a mentira refinada e omnipresente da administração de Barack Hussein Obama, que “angariava” tantos e tantos “incautos” e, por contraste, a mentira desastradamente exclusivista da administração de Donald Trump, incapaz de convencer nos termos de sua conveniência (lembre-se “the americans first”) até os seus próprios vassalos.

Em menos duma década se a perda de credibilidade internacional dos Estados Unidos está cada vez mais exposta, também é verdade que no Médio Oriente Alargado, uma das regiões mais afectadas nos termos desta tão assimétrica IIIª Guerra Mundial, as geoestratégias estado-unidenses e de seus vassalos da NATO e regionais estão em corrosiva perda, desde quando, em nome da democracia, incentivaram a expansão do caos, do terrorismo, da divisão, da desagregação e da guerra, a fim de com isso exercitar sua própria presença no labirinto que pariram subversivamente a sul.

Mapa referente à doutrina de ingerência e manipulação Cebrowski, afectando todo o sul do planeta (IIIª Guerra Mundial, assimétrica, não declarada, nem reconhecida pelo países do norte e por isso desconhecida do sul, apesar de toda a sua cronologia e incidências)

A comprová-lo está a não-aceitação duma das últimas propostas da administração Trump, de que os europeus, ambíguos, hipócritas e cínicos como só eles sabem ser, se tentam esquivar: não querem aceitar o repatriamento de seus cidadãos tornados mercenários e jihadistas no Médio Oriente Alargado, por que primeiro têm de examinar, em retrospectiva e dentro do miolo de suas próprias instituições, o papel e as implicações de seus próprios dirigentes na guerra em toda aquela região.

Os dirigentes europeus expostos em tribunal (quiçá o Tribunal Penal Internacional), arriscam-se a serem desmascarados por alta traição e crimes contra a humanidade!

A NATO está em crise tóxica até à medula e os sintomas de que não se poderá mais recuperar vão-se avolumando, dando consistência à não mais controlada deriva turca e ao surgimento das correntes neofascistas e neonazis que brotam do húmus do “feitiço que se vira contra o próprio feiticeiro”.

 

2- Trasladar automaticamente para o “pátio traseiro” a maquiavélica “configuração” geoestratégica que alimentaram no Médio Oriente Alargado, na Europa do Leste e em África, é duma pobreza mental insofismável, tanto pior quando o próprio presidente Donald Triump se rodeia de cristalizados ultraconservadores neofascistas para desencadear as plasmadas acções segundo Leo Strauss, Gene Sharp, George Soros, Milton Friedman e todos os fundamentalistas do caos, do terrorismo, da divisão e da desagregação.

O Senador John McCain (já falecido) e os jihadistas agentes da CIA (23 de Maio de 2013), recolhida a partir do twiter dele próprio (https://twitter.com/senjohnmccain/status/339455679800700928)

Na passagem dum capitalismo financeiro transnacional, para um capitalismo produtivo, num ambiente de descrédito progressivo e irreversível, os Estados Unidos corroem-se por que já nem novas doutrinas e filosofias conseguem adoptar nos relacionamentos internacionais: perdem-se na falta de criatividade em suas já estafadas opções de hegemonia unipolar e estão desmascarados, na espectativa de ver cada vez mais vassalos a, como ratos, abandonar o navio, ou verem-se obrigados a “correcções” e “evasivas” de última hora, como as do grupo de Lima e as últimas manobras do regime dócil da oligarquia portuguesa afeiçoada a Juan Guaidó!

Em Lisboa já não há soluções segundo o “modelo” de Durão Barroso no início da campanha primeiro contra Angola (Bicesse, 31 de Maio de 1991), mais tarde, a 16 de Março de 2003, contra o Iraque e a estafa duma NATO do Afeganistão à Colômbia, provocará ainda mais fissuras geoestratégicas que intoxicam as suas cegas, estáticas e entorpecidas opções de vassalagem, por mais cosmética se use!

Foto oficial do encontro das Lajes, a 16 de Março de 2003, na preparação do ataque dos Estados Unidos e seus vassalos ao Iraque

 

3- A agressão em todas as frentes contra a Venezuela Bolivariana, num momento em que o petrodólar se vai esvaindo e cada vez mais um universo multipolar se vai distendendo à medida que os rebeldes financeiros se vão afirmando num mundo à parte de negócios onde não há espaço para as correntes que ainda alimentam a hegemonia unipolar, está a marcar a aceleração da corrosão dos termos de relacionamento internacional dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump.

As transnacionais do capitalismo neoliberal, estando perdidas entre o capitalismo produtivo a que se propõe Donald Trump e um ambiente internacional cada vez mais desfavorável e hostil à hegemonia unipolar, só têm uma opção viável e humilde: render-se às evidências do multilateralismo!

Entretanto, quanto mais rápidas se sucederem as medidas contra a Venezuela Bolivariana, mais rapidamente vai acontecer essa corrosão, pois torna-se explícito quanto o monstro, sem mais criatividade e depois de sucessivos desmascaramentos, vai dando cada vez mais tiros em seus próprios pés!

Essa irreversibilidade encontrou na Venezuela Bolivariana uma trincheira contraditória firme, unida, coesa e apta, em torno dum processo cívico-militar que já leva várias décadas e que as capacidades de inteligência dos Estados Unidos, embora mobilizando as oligarquias avassaladas da América e da Europa, têm demonstrado estar incapazes de perceber e neutralizar a fim de dar continuidade aos seus propósitos de hegemonia unipolar, ou mesmo de hegemonia regional ao nível da Doutrina Monroe!

Para os progressistas de todo o mundo há que com capacidade solidária e inteligente reforçar a unidade e a coesão dessa trincheira, sabendo que ela tem, em mais justa alternativa, suportes multipolares onde se irá integrar e melhor articular.

Por outro lado, ao começar de novo o ataque a Cuba Socialista, que agora vai levar por diante a aplicação nos termos duma nova Constituição, a administração de Donald Trump está presa nos equívocos que dissemina contra a paz, por que as possibilidades de ir alimentando guerras estão-se também a esgotar.

O grupo de Lima não quer guerra na América que já havia sido proclamado continente de paz, por que sabe que uma ingerência militar contra a Venezuela Bolivariana e uma Cuba Socialista, iria desencadear um incontrolável efeito por dentro das sociedades dos países que seus dirigentes oligárquicos e vassalos gerem, até levá-los ao seu próprio tapete, ou mesmo ao seu próprio colapso.

A Colômbia é o país mais vulnerável a uma agressão militar directa contra a Venezuela Bolivariana, mais vulnerável até que a própria Venezuela, pois sua oligarquia deixará, indirecta mas definitivamente, de garantir a “democracia representativa” instituída por seus interesses mergulhados em estímulos paramilitares e droga, reflectindo seu grotesco carácter, papel e feição.

Foto de 25 de Fevereiro de 2019 – Guaidó (deputado e presidente eleito por Trump), Pence (vice-presidente dos Estados Unidos) e Duque (presidente da Colômbia)

A “democracia” segundo os corrosivos modelos paridos pelos Estados Unidos, seus vassalos da NATO e da península arábica, é contraditoriamente auto insustentável numa representatividade que, apesar das novas tecnologias e do que elas propiciam, está por efeito da hegemonia unipolar mergulhada em “fake news” e “falsos positivos”, incapaz de participação e protagonismo, incapaz de assumir o futuro fora do domínio de 1% sobre o resto da humanidade!

A democracia segundo as administrações de turno nos Estados Unidos, é deveras uma fraude cada vez mais evidente e insuportável de se aturar!

O espectro da derrota geoestratégica na Síria, é o fantasma maior da administração de Donald Trump e de todas que se lhe seguirão!

Luanda, 3 de marzo de 2019.

 

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