La ira espumosa de los lobos que Putin ha puesto a bailar. Martinho Júnior
A ESPUMANTE RAIVA DOS LOBOS QUE PUTIN PÔS A DANÇAR…
… A DESCOBERTO TRÊS MESES DEPOIS DO INÍCIO DA LIBERTAÇÃO DO DONBASS!
A RÚSSIA COMEÇOU A ASSUMIR A SUA IIª GRANDE GUERRA PÁTRIA.
Um dia após o início da “Operação Especial”, faz agora 3 meses, ousei fazer esta curta intervenção:
“PUTIN FAZ DANÇAR OS LOBOS!
Agora é que são elas!
De tanto fazer dançar os outros, finalmente Putin faz dançar os lobos, na arritmia dantesca de suas próprias contradições, evitando (ainda) que por ora ninguém caia desamparado no tapete do grande salão global!
A dança é ainda em slow, sem o hipersónico rufar dos tambores Avangard, ou Kinzhal em último rufar, mas pode acelerar bruscamente se algum lobo-dançarino entrar em stress, para além da verborreia e da espuma!
Putin teve o prémio de sansões por esta introdução em slow, mas o que ele prognostica com um (aparente) mínimo de esforço, é o futuro para as dalilas emergentes irrevogáveis (haverá Sanção sem Dalila?), no chão dos que esgotaram sua arte para o humor, e passaram para o canto da sala para espumar de raiva com o volte-face que se operou!
Os bebés gémeos (obrigado Pepe Escobar pela microimagem do parto) que nasceram quando os histéricos lobos iniciaram finalmente a dança, pouco experimentados a quem os faça dançar, são por si filhos pródigos: eles podem crescer, lenta ou rapidamente, tudo depende dos fermentos, pois os nascituros são mesmo pequeninos, têm apenas 1/3 do tamanho dos Oblasts que constituíram o seu berço genético, cobrindo o leste da Ucrânia, a parte suculenta do agora lobo-zombi 404!…
Bom, a partir de agora tudo é possível entre o mínimo e o máximo, o que é próprio do grotesco da dança dos lobos pouco habituados a quem os faça dançar!”
… Penitencio-me contudo pela incompleta afirmação de há 3 meses: Putin não está apenas a fazer “dançar os lobos”, está a fazê-los dançar com tanta raiva que os lobos estão à beira de intempestiva loucura!
A POLÓNIA ENQUANTO CORREIA DE TRANSMISSÃO DO ZOMBI-HÍBRIDO UE-NATO.
Não é só a posição físico-geográfica da Polónia que a faz actuar como um “pivot”, no âmbito das várias “correias de transmissão disponíveis” nos relacionamentos a oeste da Ucrânia formatada pelo golpe Euro Maidan, mas também identidades socioculturais, sociopolíticas e históricas, o que fortalece o espectro de interinfluência que impacta sobre a corrente situação.
Nesse sentido a Polónia influi e ao mesmo tempo é porta de entrada de influência do “produto” ideológico instalado por via do golpe em Kiev: passa para dentro do ocidente da EurÁsia a ideologia “banderista” que na sua fórmula neonazi está a influenciar o espectro sociopolítico europeu com alterações que se estão a reflectir em cadeia nos parlamentos europeus, de Bruxelas aos parlamentos nacionais!…
É esse portanto o veículo que permite ao zombi-híbrido UE-NATO a formulação neonazi de sua superestrutura ideológica, a ponto de ter cortado todas as hipóteses de diálogo em busca de consensos na região de fronteira com a Federação Russa, a cavalo no vazio a que antes havia condenado o Acordo de Minsk, o Acordo da Normandia…
A trilha anglo-saxónica de permanente hostilização da Rússia continua a imperar!
A Polónia tornou-se no receptáculo do grosso de refugiados ucranianos no exterior da Ucrânia, mais de 3 milhões, por que a paulatina nazificação que passou pela exclusão sociocultural e sociopolítica desde a Euro Maidan, se havia instalado com maior intensidade nas cidades, de Kiev a Cracóvia, passando por todas as maiores cidades a ocidente do Dniepre!
O presidente polaco considera que esses refugiados são “hóspedes”…
A Polónia tornou-se simultaneamente, enquanto “pivot” do zombi-híbrido, no maior factor de atracção e emissão de mensagens e de mensageiros em relação à Ucrânia, num frenético ciclo sob brasas, numa aceleração inusitada que se sucedeu ao “ponto-morto” resultante das anteriores restrições por causa da pandemia!…
É com a Ucrânia que a Polónia tem as segundas maiores fronteiras terrestres a leste do seu próprio território, 498 km, o que concorre para nos dar uma ideia da interdependência, se tivermos em conta que as fronteiras com a Rússia e Bielorrússia (a norte e a leste) estão praticamente fechadas!
Neste momento a Polónia está em stress em função da arritmia assimétrica da situação conjuntural envolvente e interna, o que é agravado pelo desequilíbrio no seu entorno, com a única abertura a leste nas fronteiras com a Ucrânia, além dos 100 km com a Lituânia.
Se como lobo está a dançar em desordenados compassos, pouco habituais, que se sucedem em cascata uns aos outros, dança com uma raiva acumulada, ressabiada e revanchista, “queimando” as hipóteses de calmamente restabelecer o diálogo em busca de consensos com a Federação Russa (209 km de fronteiras com o Oblast de Kaliningrado) e com a Bielorrússia (375 km de fronteiras), diálogo esse que jamais deveria ter deliberadamente abandonado, fosse a que pretexto fosse!
O stress é agravado por que muitos dos contenciosos insolúveis inerentes à Ucrânia exclusivista e retrógrada da Euro Maidan, estão a ser absorvidos!…
Nunca será numa via de ódio que se vai alcançar segurança colectiva vital comum!
BROTES SUCESSIVOS DE RAIVA, DE IMPOTÊNCIA E DE ALUCINAÇÃO.
Quando há argumentos de revanche que mergulham no passado cultivando “o lado errado da história”, a cultura do ódio e da raiva alimenta a irracionalidade e nisso o actual governo polaco é pródigo!
A irracionalidade conduz a Polónia e a Ucrânia, por junto e atacado, a fazerem avaliações em toda a linha não recomendáveis em relação ao que se passa no terreno, pois não há alucinada propaganda que salve as tropas ucranianas dos caldeirões que estão em curso no leste, que vão desaparecer por via de estrangulamentos até à completa asfixia!
Largos milhares de efectivos ucranianos estão condenados por que as unidades libertadoras prepararam o assalto às urbanizações e suas unidades fabris que servem de abrigo às desesperadas tropas ucranianas entregues a si mesmo, a partir das áreas rurais e florestas circunvizinhas, vencendo todo o tipo de obstáculos naturais, depois de romper em todas as direcções onde são rarefeitos os dispositivos defensivos ucranianos!…
Os estrangulamentos conseguidos permitem asfixiar os últimos redutos multiplicando o exemplo do que aconteceu em Mariupol!
Assalto após assalto, a artilharia e o bombardeamento através de meios aéreos, terrestres e com o emprego de todo o tipo de mísseis, é de tal maneira intenso que quando as unidades de infantaria libertadoras são lançadas no choque, já as tropas amassadas no leste estão em completa baixa psicológica, desorganizadas, diminuídas no seu poder de fogo e mais que traumatizadas (elas foram preparadas para uma ofensiva em larga escala que nunca houve, antes de 24 de Fevereiro de 2022 e praticamente entregues a si próprias quando tiveram de passar à porfiada defensiva, de há 3 meses a esta parte)!
O discurso do presidente polaco no parlamento ucraniano marcou o pendor da irracionalidade pressupondo que é com a UE-NATO que alguma vez vão suster a capacidade da libertação que sopra fortemente a leste, sobre Severodonetsk, sobre Lysichansk, sobre Kramatorsk, sobre Slaviansk, sobre Bakhmut…
Mariupol e Azovstal estão a repetir-se por causa da irracionalidade da hegemonia unipolar e de serviçais como os fantoches que pululam nas capitais europeias, de Bruxelas a Kiev, passando por Varsóvia!
“Só a Ucrânia tem o direito de decidir o seu próprio futuro, só a Ucrânia tem o direito de decidir sobre si própria. O mundo, a comunidade internacional deve exigir da Rússia que acabe com a sua agressão e abandone completamente o território da Ucrânia, deixando de espezinhar o direito internacional. Não pode haver conversações ou decisões tomadas nas costas da Ucrânia – este é um princípio fundamental”, disse ele a 22 de Maio.
Ao contrário do que o presidente polaco, Andrzej Duda, afirmou, não será a Ucrânia a decidir sobre a situação conjuntural que pesa sobre o Donbass e a Nova Rússia, depois de mais de 8 anos em que a oportunidade para o diálogo em busca de consensos com a Federação Russa e a Bielorrúsia se esgotou por nunca ter sido opção, nem da Ucrânia, nem da Polónia, nem da UE-NATO, nem do Pentágono, nem da hegemonia unipolar, nem de nenhuma “democracia representativa” do azotado “ocidente”!
A “democracia representativa” é uma falcatrua mais da hegemonia unipolar, que serve aos processos de domínio em jeito de deliberado “soft power”… as ilusões sobre ela vão-se paulatinamente desfazendo!
A força do movimento de libertação que sopra no leste em final desta primavera, vai esmagar no terreno a bárbara irracionalidade polaco-ucraniana que subsiste, antes de qualquer tipo de frutífera negociação, inclusive aquela que se desenha para a exportação de grãos dos portos ucranianos ainda sob controlo do governo golpista de Euro Maidan, em mais uma “inspiração” anglo-saxónica!
Muitos mercenários polacos, entre eles alguns agentes de inteligência da Polónia já apuraram nos campos de combate a leste, até que ponto é impossível dar combate às forças libertadoras!
Enviar unidades militares polacas para a Ucrânia (notícias sem confirmação apontam a chegada de dois batalhões de infantaria fortemente armados e equipados), é enviar apenas mais “carne para canhão” e arriscar a subida da fasquia dos conflitos em curso!
Se essas forças foram realmente enviadas para a Ucrânia, as evidências da intervenção directa da NATO passam a “vias de facto” e a resposta do movimento de libertação subirá de tom e de parada!…
DAVOS TORNOU-SE REFÉM DUMA MATILHA DE LOBOS RAIVOSOS E INCONSEQUENTES DA HEGEMONIA UNIPOLAR, QUE PUTIN PÔS A DANÇAR!
Adaptar um Fórum como Davos à via golpista ucraniana de interpretação da realidade numa altura de início da mudança de paradigma, é outra prova de alucinação da barbárie por parte da hegemonia unipolar!
Os ataques económicos e financeiros à Federação Russa mergulhada num quadro de emergência multilateral, estão a provocar efeitos boomerang em cadeia por todo “o ocidente”, a começar nos Estados Unidos onde se agravam os sintomas de desespero psicossocial e sociocultural, num ambiente sociopolítico cada vez mais controverso e “transversalmente” dilacerante!
A degradação ainda só vai na “escola primária”, conforme à triste experiência da ocorrência última no Texas, quando há o risco da irracionalidade da hegemonia unipolar transformar o mundo, por inteiro, “num Texas”!
A “ousadia” do choque contra as economias reais a partir das economias especulativas, está a provocar contramedidas que aceleram a mudança de paradigma a favor da emergência e da multilateralidade numa cadência cada vez mais célere e firme!
Na linha de apoio directo à Ucrânia, a Polónia vai-se rompendo pelas costuras, entre arrogâncias insensatas, alucinadas declarações de natureza avulsa, neonazi e impotência económica e financeira sistémica que já está a ser impossível evitar!
Impactos inflacionários de toda a ordem levam “o ocidente” a sonhar com capacidades que já está longe de deter: a coisa está a passar-se com tal rapidez nestes 3 meses patéticos, que a aristocracia financeira mundial e suas avassaladas oligarquias europeias ainda “não caíram em si”!…
… Já nem o preço de muitas matérias-primas, em muitas partes do globo, pode ser decidido pelos “padrões” do costume neocolonial hegemónico!
Naturalmente para quem desde o início da década de 90 do século passado se habituou a uma moeda que é só papel, que se habitou à especulação financeira sem limites, que se habituou a não mais ser possível pagar a dívida pública, que se habituou a espalhar mais de 800 bases militares pelo mundo, que se habituou a um capitalismo neoliberal avassalador e intempestivo que tem vindo a culminar no assalto, no roubo e na pirataria financeira por via de bancos afins e nos mares, que se habituou à alienação mediática duma censura que conduz ao “apartheid global”, à hegemonia unipolar vai ser impossível “cair em si” sem sucessivas derrotas no terreno!
Cenas patéticas estão-se a multiplicar em ordem geométrica e em Davos a não descolonização mental não reconhece que já não há solo debaixo das patas dos lobos!
O movimento de libertação conforme à IIª Grande Guerra Pátria que a Rússia ora desencadeou, já está a ir muito para além do Donbass, mas em Davos parece que ninguém ainda deu por isso: ainda prevalece “a espumante raiva dos lobos que Putin pôs a dançar”!…
Círculo 4F, Martinho Júnior, 25 de Maio de 2022.
Imagem patética de dois dos lobos que Putin pôs a dançar – “Ukraine must decide its own future, says Poland´s Duda” – https://www.dw.com/en/ukraine-must-decide-its-own-future-says-polands-duda-as-it-happened/a-61890970
