Trump busca neutralizar Cubáfrica
TRUMP PROCURA NEUTRALIZAR CUBÁFRICA
1- As medidas de bloqueio a Cuba são muito mais extensivas do que as primeiras e muito legítimas leituras fazem, um pouco por todo o mundo progressista, o que aliás se vai poder fazer reflectir na 73ª Assembleia Geral da ONU. (https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/54457/apos-60-anos-cuba-e-um-pais-livre-independente-e-dono-do-seu-destino-diz-raul-em-aniversario-da-revolucao).
Se de facto é importante levar em consideração a insularidade de Cuba para avaliar os jogos que se prendem ao fomento do bloqueio físico, orgânico e institucional, (http://www.granma.cu/cuba/2019-09-11/en-vivo-presidente-de-cuba-anuncia-medidas-para-la-coyuntura-energetica-del-pais-video-11-09-2019-15-09-41) a brutal administração republicana de Donald Trump vai muito mais longe e começou a actuar ofensivamente, conforme os “ensinamentos recolhidos” sobre como o presidente eleito do Brasil tratou insultuosamente o Programa Mais Médicos! (https://www.youtube.com/watch?v=hXHLXg8PTbE).
Uma das primeiras grandes medidas no “laboratório brasileiro” foi neutralizar ou mesmo impedir por completo os expedientes que Cuba implementava no Brasil por comum acordo com os governos anteriores de Lula e Dilma, em benefício das camadas mais marginalizadas do povo brasileiro, sobretudo no âmbito da educação e da saúde! (https://www.hispantv.com/noticias/cuba/393490/mas-medicos-brasil-bolsonaro-relaciones).
Cuba tem vindo a implementar proactivamente, no âmbito da educação e da saúde e desde 1959, acções de pendor ético e moral em benefício dos povos que estão na cauda dos Índices de Desenvolvimento Humano na América Latina, na imensa região Oceânica e Asiática e particularmente em África! (https://www.dw.com/pt-002/da-ilha-de-cuba-para-o-mundo-os-m%C3%A9dicos-cubanos-no-estrangeiro/a-46804295).
Os milhares de estudantes angolanos que estudaram em Cuba e são hoje conhecidos como “caimaneros” são uma das provas evidentes de todo esse processo que leva já largas décadas! (https://www.portaldeangola.com/2019/07/24/reinauguracao-do-monumento-angola-cuba-reforca-amizade/).
Essa luta vital de Cuba, que visa a superação humana sobre o crónico subdesenvolvimento do vasto sul Não-Alinhado, é um constante atentado ao poder dominante do império da hegemonia unipolar e se antes os democratas avançaram transversalmente num conjunto de medidas contra isso, a brutalidade “proteccionista” de Trump, inspirada no caso do Brasil, vai agora muito mais longe, por que visa que África seja cada vez mais aquele corpo inerte onde se poderá mais facilmente ir buscar os pedaços que esgotam em seis meses os recursos que a Mãe Terra poderia propiciar num ano, para que não seja irremediavelmente esvaída! (https://www.youtube.com/watch?v=_LGRrFUQL1o).
É esse o pendor da vocação protecionista da administração de Donald Trump que reduz tudo a uma desvairada competição ávida de poder em nome do “the americans first”, ávida de lucro, ainda que à custa de alienante inércia para a América Latina e África, ávida de impor as suas desvairadas razões, arrogantes razões e nunca consensuais razões! (https://www.publico.es/internacional/guerreros-vencieron-ebola.html).
O caso concreto de Bolsonaro inspirou Trump de modo a que, a para eles bem-sucedida operação de saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos no Brasil, fosse a base da instrumentalização de muitas das políticas de proximidade da USAID na América Latina e em África, no sentido de reforçar o papel desse organismo manipulador e de ingerência, a fim de dar luta à vitalidade cubana nos seus tão justos quão legítimos relacionamentos externos vocacionados para a luta em defesa da vida! (https://www.africom.mil/media-room/Article/30547/africom-hosts-first-ever-usaid-mc2-workshop).
A administração brutal de Donald Trump fica não só escandalizada com o exemplo de Cuba e duma das mais reconhecidas Brigadas Médicas (Contingente de Médicos Especializados em Desastres e Grandes Epidemias) como a que leva o nome de Henry Reeves, um combatente internacionalista estado-unidense que lutou em benefício do povo cubano, mas também por que entende que o bloqueio a Cuba deve ser estendido a CubÁfrica! (https://www.novacultura.info/single-post/2016/09/01/Coopera%C3%A7%C3%A3o-M%C3%A9dica-Cubana-P%C3%A1tria-%C3%A9-Humanidade).
2- O AFRICOM garante a animação desse esforço de inteligência, ingerência e propaganda do lado leste do Atlântico Sul, pois dentro do AFRICOM, desde o projecto de sua constituição, são tidas como muito importantes as componentes operacionais civis, tendo em conta as imensas vulnerabilidades do continente africano e as imensas zonas consideradas de ausência de governo ou de ocupação sociopolítica e administrativa!… (https://fas.org/irp/congress/2007_hr/africom.html).
…A recolonização de África deveria ter um começo… (http://www.odiario.info/?p=1459).
Com um AFRICOM (https://www.africom.mil/) montado desse modo, a combinação dos esforços civis e militares vocaciona-se para moldar a paz à maneira não só dos interesses dominantes, mas também como um processo para, agenciando as elites africanas, incrementar acções que visem aumentar exponencialmente a sua própria esfera de influência, à custa de qualquer concorrência, mesmo aquela que tem sido advogada com ética e moral como a de Cuba em relação a África! (https://www.voltairenet.org/mot2299.html?lang=fr).
Os processos de assimilação que movem neste momento as acções de carácter capitalista neoliberal das antigas potências coloniais em direcção sobretudo a África, é uma vassalagem em estreita sintonia com os objectivos dessa “nova” acção da USAID, ou seja, dinamiza-se um reforço “partilhado”!
3- A USAID está instrumentalizada para lidar em campos como o da educação, o da saúde, o das culturas humanas mais marginalizadas, ou o das mais resistentes, de forma a aí neutralizar ou impedir, por tabela, a acção de outros e acima de tudo a acção da solidária e internacionalista Cuba, desde logo em benefício das comunidades mais desprotegidas.
A USAID ao combater as solidárias iniciativas cubanas na América Latina e em África, procura gerar e ocupar o espaço vazio sobre as cinzas que ficarem sobre a “terra queimada”! (https://www.usaid.gov/site-search/africa).
Um dos aspectos da guerra psicológica da brutal administração Trump em África vai nesse sentido “prático”, no fundo uma verdadeira prática de conspiração! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2018/07/08/la-guerra-psicologica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar-en-africa/).
A base da doutrina (se é que assim se pode chamar) de Bolsonaro, (https://outraspalavras.net/outrasmidias/acordo-tripartite-que-abriu-caminho-para-bolsonaro/) é um fundamentalismo religioso capaz de radicalização dos processos de disputa nos campos da educação e da saúde, inibindo muitas das acções em benefício das comunidades mais pobres e marginalizadas do Brasil, alienando-as e subvertendo-as no seu carácter e significado substantivo e conduzindo tudo numa via de fragilização delas, algo que aliás é acompanhado pelas suas acções que estão a acontecer na Amazónia Verde, depois do que já aconteceu na Amazónia Azul! (https://www.globalresearch.ca/bolsonaro-o-falso-nacionalismo-e-a-destruicao-do-brasil/5688619).
Nunca um poder dominante foi dialeticamente tão longe em relação a Cuba e isso significa que a brutalidade de Trump é um velado poder efectivamente nazi, com fundamentalista capacidade motivadora que subverte e aliena a ética e a moral! (https://www.globalresearch.ca/americas-enemies-whos-on-the-list/5619763).
O bloqueio a Cuba é assim algo que ultrapassa o físico, o orgânico e o institucional: é também já a tentativa que começa a ser posta em prática dum bloqueio sociocultural em toda a linha nas imprescindíveis linhas de conduta CubÁfrica!.
Para além da consciência do voto contra os bloqueios a Cuba e à Venezuela Bolivariana, os africanos devem imediatamente ficar em alerta em relação à subversão “da paz que estamos com ela”!
Luanda, 24 de Setembro de 2019.