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Prosigue la liberación de los pueblos en el Donbás y en Nueva Rusia. Martinho Júnior

PROSSEGUE A LIBERTAÇÃO DOS POVOS NO DONBASS E NA NOVA RÚSSIA.

O CERCO E A ASFIXIA DOS ARROGANTES “CALDEIRÕES” MILITARES DISSEMINADOS PELO GOLPE DA EURO MAIDAN ESTÁ EM PLENO CURSO.

A RÚSSIA COMEÇOU A ASSUMIR A SUA IIª GRANDE GUERRA PÁTRIA.

A tentativa de ofensiva ukronazi sobre as Repúblicas Populares de Lugansk e de Donetsk, criou as condições para a aplicação da velha teoria de Mao Tse Tung – a libertação está literalmente a aplicar sucessivos cercos às cidades a partir das vitórias de inteligência, previamente alcançadas nos campos!

A propaganda incoerente, hipócrita e mentirosa, a “russofobia” sinónimo de desespero e impotência, o “apartheid global” arrogante próprio do domínio da hegemonia unipolar, não vai ser capaz sequer de tapar o sol com a peneira!

A luta de libertação que ora se iniciou vai ser um processo a prazo dilatado e extensivo a todo o oeste do imenso continente da EurÁsia, como também ao leste, com a decisão próxima sobre Taiwan, parte integrante da República Popular da China!

A mudança de paradigma vai-se começar por forjar em toda a extensão da EurÁsia, do Atlântico ao Pacífico, mas não vai ficar-se por aí!…

É esse o processo avassalador que fará emergir todo o Sul Global, em benefício de toda a humanidade, respeitador da Carta da ONU e respeitador da situação ambiental em que se encontra a Mãe Terra!

 

A CHISPA DE MARIUPOL.

A aplicação da teoria de libertação segundo Mao Tse Tung começou por ganhar expressão mais visível com a batalha por Mariupol, território pertencente à República Popular de Donetsk, onde os ukronazis atiçados pela NATO haviam concentrado a “elite” militar “ocidental”, parida pela via do golpe de Euro Maidan!…

Ao longo de 8 anos de brutal agressão no Donbass, a resistência das Repúblicas Populares cultivaram contudo laços de inteligência por todos os espaços circundantes que permitiram a aplicação dessa teoria.

O princípio é simples: “das bases revolucionárias no campo, à vitória completa da revolução” e pressupõe que as Repúblicas Populares do Donbass, ao ficarem reduzidas a 1/3 do seu território original enquanto oblasts sob a intensidade dos ataques que lhes foram feitos durante 8 penosos anos de agressão contínua, mantiveram laços e esforços de inteligência em todas as comunidades que foram conquistadas à força pelos ukronazis, de forma a algum dia se poder preparar o inevitável volte-face!

É evidente que a seu favor há laços socioculturais de longa duração que jamais deveriam alguma vez ter sido desprezados e combatidos por poder algum num país multicultural que de facto é!

Mariupol é por si uma cidade multicultural, não só eslava, mas também com minorias turcas, gregas, romenas…

Só um poder neonazi se permitiria a levar a cabo uma tarefa de exclusão brutal e avassaladora como essa e é essa a razão única da fermentação das “redes stay behind” seguidoras de Stefan Bandera, atiçadas pelo Pentágono e pela NATO!

O Pentágono e a NATO foram longe demais na sua alucinação de poder com ingredientes desse tipo, num espaço humano tão sensível como é o mosaico sociocultural ucraniano!

Por outro lado equivocam-se se pensam que esta Rússia está no tempo de Boris Yeltsin, como uma “república das bananas” de seu próprio “pátio traseiro”!

A Rússia tinha ao seu dispor a capacidade de aceleração das próprias teses de Mao Tse Tung. Conjugadas com a “arte da guerra” de Sun Tzu e não as desperdiçou com a coligação que foi formada entre si e as Repúblicas Populares do Donbass, levando também em consideração a sua aprendizagem própria na Chechénia, na Geórgia e na Síria!

Se nem conseguem dobrar ou vencer Cuba Martiana, a Nicarágua Sandinista, ou a Venezuela Bolivariana, com a Federação Russa e o mosaico sociocultural que a conforma e conforma para além de suas enormes fronteiras, a hegemonia unipolar que tem como fulcro os “straussianos” foram longe demais, desmascarando-se nos seus propósitos de barbárie, mas também nos seus equívocos que conduzem à impotência apesar do ódio inculcado!

A crítica cidade portuária de Mariupol, chave enquanto garantia de domínio sobre o mar de Azov, ela mesmo multicultural, só pôde ser libertada assim e tornou-se obviamente uma prioridade por razões geoestratégicas: a ligação do Donbass com a Crimeia e a Nova Rússia!

A partir da profundidade do campo ao seu derredor, as forças coligadas da libertação foram ganhando posições até à montagem do cerco e asfixia final, com os ukronazis encurralados sem remissão nos bunkers da fábrica de Azovstal, cada vez com menos logística a ponto de chegarem a perder o acesso à água potável, uma semana antes da rendição dos restos do batalhão Azov da guarnição de Mariupol!

O facto da arrogância ukronazi ter escolhido sua implantação sobretudo nas cidades onde esperavam consolidar o seu domínio jogando com os escudos humanos em relação aos quais exerceram a sua arrogância durante 8 anos, levou a que a guerra psicológica em função das capacidades da luta de libertação, pesasse no terreno a seu completo desfavor.

A vitória psicológica no terreno foi sendo garantida desde a vitória do golpe de Euro Maidan!

Esse processo foi agravado com a ilusão da agressão em crescendo contra o Donbass resistente, amassando largas dezenas de milhar de efectivos!

A surpresa da rapidez da contra ofensiva da libertação adivinhava-se em cada ano que foi avolumada a exclusão sociocultural pelo poder golpista instalado à força em Kiev!

Agora o cerco e a asfixia conforme o que foi conseguido na via da libertação de Mariupol, é um exemplo que está a ser posto na libertação do Donbasse e Nova Rússia!

A barbárie prevaleceu de tal modo entre os ukronazis que até mais de 300 corpos insepultos foram abandonados pelos seus próprios companheiros de armas em Azovstal quando da rendição de 2.430 efectivos!

O batalhão ukronazi que dá pelo nome de Azov, terá escolhido mal o seu nome ao impor nazismo numa cidade portuária que além do mais é também uma cidade operária, como toda a imensa região!…

 

DA CRIMEIA AO DOMÍNIO A SUL E A OCIDENTE.

A sobrevivência da Frota do Mar Negro da Federação Russa, estimulada desde a decisão da Crimeia fazer parte da Rússia, foi outra pedra angular de toque na libertação em curso no Donbass e na Nova Rússia!

A Frota não é periférica: possui vasos comunicantes por dentro da Rússia, por via de rios e de canais!

Está ligada a um complexo de forças aquáticas que unem a Frota do Mar Báltico, do Cáspio e do próprio Mar Negro geoestrategicamente “esticado” até ao Mediterrâneo com a existência da “base avançada” de Tartus, na Síria, compensando o estreito dos Dardanelos e o Bósforo!

Esse complexo elástico de forças tem capacidade para ser distendido para oeste, quer no Báltico, quer no Mar Negro e por isso são de facto componentes imprescindíveis nas linhas operativas do movimento de libertação em curso no oeste da EurÁsia até ao Atlântico, contrariando o poder exclusivista da hegemonia anglo-saxónica e de seus alucinados vassalos!

Ao perderem capacidade naval desde o fim do Pacto de Varsóvia e da implosão da União Soviética, quer a Ucrânia, quer a Roménia, quer a Bulgária, quer a Polónia, quer os Países Bálticos, conseguiram alcançar capacidades de ponta, mesmo com o enquadramento do Pentágono e da NATO!

Essas forças navais são menos que “periféricas” por que o know how não teve tempo de adaptação aos moldes medianos da NATO nesses 30 anos!

Além da elasticidade das próprias capacidades navais russas no Báltico e no Mar Negro, as Frotas estão entrosadas, com outras forças terrestres e aeroespaciais, de curto, médio, longo e muito longo raio de acção, assim como com a poderosa Frota do Norte que está em reserva “para-o-que-der-e-vier”, quer a ocidente, quer a leste da EurÁsia!

No Mar Negro a compressão da Crimeia com seus portos em Sebastopol e em Kerch, está mais desafogada após a libertação de Berdiansk e Mariupol, a leste e Kerson, a oeste!

A ocupação da Ilha das Serpentes, na linha de fronteira entre a Roménia e a Ucrânia, dilatou essa capacidade elástica por toda a parte norte do Mar Negro, o que “obrigou” a Turquia à manobra de prevenção do seu isolamento, fechando o Bósforo às armadas da NATO!

A Rússia pode neste momento reger a situação nos portos do Mar Negro, monitorando até os portos da Roménia, da Bulgária e da própria Turquia como nunca antes, o que faz aumentar tensões e contradições na NATO também em relação à capacidade de manobra naval!

A libertação dos mares contra o complexo anglo-saxónico da hegemonia unipolar já começou sincronizadamente a ocidente e a oriente da EurÁsia e nada se vai passar como antes, a bel-prazer dos que disseminam a barbárie ao invés da segurança comum entre as nações, os estados e os povos, nos continentes como nos oceanos e nos mares!

Entre os vassalos da hegemonia está também, por tabela e em causa, a descolonização mental, em termos nunca antes sentidos… vai até aí a mudança do paradigma!

A questão da exportação dos grãos retidos nos portos da Ucrânia pelos próprio ukronazis que desse modo procuram resistir ao poder da Frota do Mar Negro, não é uma simples manobra de propaganda ou dilação, até por que esses grãos estão a tentar fazer sair dum território onde aumentou exponencialmente os índices de precaridade e até de fome – é um acto de desespero dentro do desespero que foi semeado no terreno!

A Rússia tem garantido canais de saída dos portos que ainda se mantêm sob domínio ukronazi, com suas filtragens no mar e os barcos só não saem devido às ordens que recebem das autoridades desses portos, às ordens de Kiev!

É claro que no seu início de desespero o poder anglo-saxónico pretende não só entrar no Mar Negro como manipular a saída num quadro de usura das sanções que estimulou!

Com o poder dominante da Frota do Mar Negro na imensa região aquática do mesmo nome, o processo de libertação do Donbass e da Nova Rússia não será beliscado a partir dos mares, qualquer que seja a veleidade ou a usura anglo-saxónica, até por que a libertação está a ser feita em amplos tabuleiros, jogando com todos os mecanismos de poder componente da hegemonia unipolar, da União Europeia e da NATO, fazendo “dançar os lobos” (inclusive os lobos do mar) nas versões mais frenéticas, impotentes ou raivosas!

Se a Polónia e os Países Bálticos estão mais afoitos à osmose com os ukronazis das redes stay behind de Stepan Bandera, no Mar Negro quer a Roménia, quer a Bulgária que se cuidem e aprendam a interpretar o grau de prevenção turco, que é bom conselheiro!

Com o dispositivo naval da Frota do Mar Negro, os portos ucranianos a oeste de Kerson estão sob a mira por que além do Donbass a libertação, tudo aponta, será por toda a Nova Rússia até à Transnítria!

 

CUMPRIR OU NÃO COM UMA SAUDÁVEL INICIATIVA DE SEGURANÇA VITAL COMUM?

Por si próprio o poder golpista ukronazi instalado em Kiev não desperta para as questões que se prendem à segurança vital comum!

No seu entorno também nem a Polónia, os Países Bálticos, a Roménia ou a Bulgária, estão por tabela aptos a essa interpretação, de tão frustrados que estão e por causa de revanchismos pouco avisados em relação aos contenciosos que advêm desde a IIª Guerra Mundial!

A Turquia, a segunda maior potência militar da NATO, está muito mais comedida, a ponto de estabelecer princípios para com a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, que serão muito difíceis de tornar exequíveis!

A Hungria, país interior, por seu turno coloca em cima da mesa a questão energética, extremamente sensível para a construção da Iniciativa de Segurança Vital comum que os anglo-saxónicos determinam rejeitar em nome da hegemonia unipolar!

Nem a perda do navio principal da Frota do Mar Negro diminuiu a capacidade de manobra da libertação no mar ou em terra!

O zombi-híbrido UE-NATO é um ninho de gatos e as suas oligarquias, com raras excepções, estão de cabeça perdida, melhor, estão incapazes de definirem rumo geoestratégico para o oeste da EurÁsia em termos duma saudável quota-parte de esforços na construção dessa Iniciativa que é de pendor emergente e multilateral, sacrificando as nações e os povos à sua tremenda insensatez vassala da hegemonia unipolar anglo-saxónica, cuja crise começa a fazer-se sentir também nos oceanos e nos mares!…

Começa a não haver mais espaço para a pirataria naval da barbárie constituída em hegemonia unipolar!

Círculo 4F, Martinho Júnior, 28 de Maio de 2022.

Para recordar:

Mapas recolhidos de South Front – https://southfront.org/

 

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